Resumo

O objetivo do presente artigo foi explorar a emergência do conceito de obesidade nos discursos médicos do final do século XVII ao final do XVIII, período em que a medicina investe numa apropriação discursiva que problematiza patologicamente a fealdade, a gula e a intemperança dos corpulentos. A pesquisa teve como referencial teórico-metodológico a análise de discurso arqueo-genealógica de Michel Foucault e se concentrou nas inflexões estéticas, éticas-morais, religiosas e biológicas da patologização do excesso de gordura corporal. Como conclusão, assinalamos que, desde a enunciação como doença da feiura até o investimento na medicalização do discurso, a patologização da condição se configura como um acontecimento sócio-cultural relativamente recente no Ocidente.

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