O nível de estresse compromete a força de preensão manual e a qualidade de disparos de arma de fogo efetuados por policiais?
Por Geanderson Sampaio De Oliveira (Autor), Rômulo Carlos Torres Costa (Autor), Carlos Henrique De Oliveira Reis (Autor), Pedro Florencio Da Cunha Fortes Junior (Autor), Danilo Sales Bocalini (Autor), Valter Rodrigues Vasconcelos Junior (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
As ações realizadas pelas Polícias Militares nas questões de segurança pública e combate à violência, cada vez mais exigidas devido às novas e crescentes demandas da sociedade moderna, impõem a seus profissionais exigências físicas e psicológicas específicas, que via de regra não são experimentadas pela população em geral. Nesse contexto, fatores como o convívio com a violência, o frequente risco de morte, a carga e as condições de trabalho, além do elevado nível de estresse motivado pela missão fazem parte do dia-a-dia do Policial Militar, o que torna esse público um dos segmentos mais vulneráveis no exercício de sua profissão.
OBJETIVO: Avaliar os efeitos dos níveis de estresse na qualidade dos disparos de arma de fogo efetuados por policiais militares.
MÉTODOS: Participaram voluntariamente do estudo Alunos Oficiais do 3º Ano (n = 26) lotados na Academia da Polícia Militar do Espírito Santo. O nível de estresse foi aferido através do Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL). Os voluntários foram classificados em dois grupos, sendo com (CE, n = 11) e sem (SE, n = 13) sintomas de estresse. Os disparos de arma de fogo ocorreram por ocasião da aplicação da avaliação da pista básica do Tiro Defensivo na Preservação da Vida - Método Giraldi, com disparos em alvo fixo a distância de 5 metros, sendo avaliado o tempo para execução dos disparos (T), a pontuação total (P) e a performance dos disparos (P/T). A força de preensão manual nas mãos dominante (MD), não dominante (MnD) e em posição de disparo (PD) foram avaliadas utilizando instrumento handgrip. Os dados são apresentados em média ± desvio padrão, com as comparações entre os militares realizadas pelo Teste T de Student e pelo teste de Mann-Whitney, ambos utilizando o software Jamovi com nível de significância de p < 0,05.
RESULTADOS: A idade média dos participantes foi de 31.13 ± 2.49 anos, com tempo de serviço médio de 7.71 ± 3.75 anos e índice de massa corporal média de 25.58 ± 2.45 kg/m². Não foram identificadas diferenças (p > 0.05) entre os grupos quanto às variáveis T (CE: 63.45 ± 9.09, SE: 65.69 ± 9.09), P (CE: 9.36 ± 1.03, SE: 9.38 ± 1.04), P/T (CE: 7.47 ± 1.11, SE: 7.25 ± 1.14), MD (CE: 35.66 ± 8.29, SE: 38.54 ± 6.88) e MnD (CE: 34.19 ± 6.48, SE: 37.39 ± 8.56). Diferenças (p < 0.05) foram identificadas entre os grupos quanto ao parâmetro PD (CE: 39.96 ± 10.40, SE: 47.06 ± 8.57).
CONCLUSÃO: A presença de sintomas de estresse em militares não interferiu na qualidade do disparo de arma de fogo, mesmo quando apresentadas diferenças na força de preensão manual.