O novo ensino médio: um processo de esvaziamento da ciência, precarização docente e simplificação intelectual
Por Daiana Machado dos Santos (Autor), Isabel Porto Filgueiras (Autor).
Resumo
A presente análise é resultado das discussões realizadas na disciplina de pós-graduação no programa de Educação e a autorreflexão de uma professora de Educação Física como “formadora” do Grupo de Estudos Formadores em Ação na “implantação/implementação” das Trilhas de Aprendizagem dentro do novo modelo dos Itinerários Formativos. O GEFA é um programa de formação em serviço aos professores do Paraná. Inicia-se em 2020 com alguns componentes, em 2021 atende todos os componentes e em 2022 cria-se a Escola Estadual de Formação Continuada Formadores em Ação, atendendo mais de 25 mil professores, todos os componentes, incluindo Educação Especial, Pedagogo Formador, Metodologias Ativas, Gestão de Sala de Aula, Avaliação para a aprendizagem, Recursos Educacionais Digitais, Programação EF/EM, Pensamento Computacional e Observação de sala de aula. Não por acaso essas temáticas surgem nesse momento. Com a proposta neoliberal de educação mundial, especialmente nos países da América Latina, o Paraná vem caminhando a passos largos não encontrando obstáculos políticos na efetivação de uma política educacional ajustada às normativas do Banco Mundial, simplificando e esvaziando o papel da ciência nos componentes específicos e à precarização do trabalho docente. O GE tem característica de multiplicação e está pautado na efetivação de estratégias de gerenciamento, regulação e operacionalização frente à educação. Durante os encontros, 20 professores de diferentes regiões do estado se encontram e têm uma formação “em serviço” de diferentes temas, como no caso, a implantação do Novo Ensino Médio, com os itinerários formativos e as trilhas de aprendizagem.