“O olho do treinador”: indicadores psicológicos e táticos discriminam o potencial esportivo de jovens futebolistas
Por Francisco Zacaron Werneck (Autor), Emerson Filipino Coelho (Autor), Marcel Chacon Gonçalves (Autor), Alexsander Nascif de Barros (Autor), Marcelo de Oliveira Matta (Autor), Dilson Borges Ribeiro Júnior (Autor), Thadeu Luiz Almeida Rodrigues (Autor), Felipe Fernandes da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 24, 2022.
Resumo
A identificação e seleção de talentos no futebol são feitas predominantemente pela avaliação subjetiva dos treinadores. Sistematizar o “olho do treinador” pode otimizar este processo. O objetivo foi comparar habilidades táticas, competência percebida e orientação motivacional de jovens futebolistas classificados como alto e baixo potencial esportivo, de acordo com a opinião dos treinadores. Participaram 101 futebolistas brasileiros sub15 (14,6±0,7 anos; tempo de prática: 7,6±2,6 anos). Foram utilizados questionários para avaliar o conhecimento tático (TACSIS - Tactical Skills Inventory for Sports), a orientação esportiva (SOQ - Sport Orientation Questionnaire) e a competência percebida. Os futebolistas de alto potencial (n=44) quando comparados aos futebolistas de baixo potencial (n=57) apresentaram maior posicionamento e decisão (4,52±0,73 vs. 4,18±0,63; p=0,02; d=0,50), conhecimento sobre os outros (4,25±0,96 vs. 3,81±0,83; p=0,02; d=0,49) e somatório de habilidades táticas (4,43±0,72 vs. 4,14±0,65; p=0,04; d=0,46); os atletas de alto potencial apresentaram maior competitividade (4,76±0,27 vs. 4,55±0,33; p=0,01; d=0,72) e maior competência percebida (7,79±1,32 vs. 7,12±1,13; p=0,01; d=0,54), respectivamente. Conclui-se que os futebolistas sub15 avaliados pelos treinadores como alto potencial esportivo apresentaram melhores resultados em indicadores de habilidades táticas, motivação e competência percebida quando comparados aos de baixo potencial.