O óxido nítrico central modula a termorregulação em ratos hipertensos durante o exercício físico
Por Lucas Rios Drummond (Autor), Helton Oliveira Campos (Autor), Quezia Teixeira Rodrigues (Autor), Thales Nicolau Prímola-Gomes (Autor), Cândido Celso Coimbra (Autor).
Em II Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde
Resumo
A termorregulação ocorre por um equilíbrio entre os mecanismos de produção e de dissipação de calor do organismo. Ratos espontaneamente hipertensos (SHR) apresentam um desequilíbrio na regulação da temperatura corporal durante o exercício físico que pode estar relacionado com o nível de ativação de vias neurais moduladas pelo óxido nítrico (NO). Objetivos: Este estudo teve como objetivo verificar se o déficit termorregulatório apresentado por animais hipertensos durante o exercício, envolve a ativação de vias neurais oxinitrérgicas. Métodos: Foram utilizados 8 ratos Wistar normotensos (NWRs) e 8 SHRs. Na 16ª semana de idade, os animais passaram pelas cirurgias para implante do sensor de temperatura abdominal e de uma cânula guia no ventrículo cerebral lateral direito. Em seguida, tiveram 5 dias para recuperação das cirurgias, seguidos de 5 dias de familiarização à corrida em esteira rolante. Os animais foram então submetidos a uma sessão de exercício progressivo até a fadiga para determinação da velocidade máxima de corrida. No dia do experimento, os animais passaram inicialmente por um período de repouso na esteira pelo tempo mínimo de 60 minutos. Em seguida, os animais dos grupos NWR e SHR foram submetidos a uma das duas situações experimentais desse delineamento: exercício constante a 60% da Vmáx em ambiente temperado (24°C) após a injeção intracerebroventricular (i.c.v.) de salina (0,15 mol/L) ou NPS (8,4 mmol). As duas situações de exercício foram realizadas até a fadiga e em ordem randomizada. Durante o exercício foram feitas as medidas da temperatura abdominal (Tabd), temperatura da pele (Tpele) e do tempo de exercício (TE). Todos os procedimentos foram aprovados pela Comissão de ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Minas Gerais (# 246/2021). Resultados: No grupo NWR, a injeção i.c.v. de NPS provocou menor aumento na Tabd quando comparada ao grupo salina entre o minuto 18 e a fadiga (fadiga: 1,28 ± 0,16 ºC vs. 1,71 ± 0,26 ºC, p < 0,05), e maior aumento na Tpele entre os minutos 7 e 8, 14 e a fadiga (fadiga: 3,12 ± 0,33 ºC vs. 1,60 ± 0,47 ºC, p < 0,05). No grupo SHR, a injeção i.c.v. de NPS provocou menor aumento na Tabd quando comparada ao grupo salina entre o minuto 23 e a fadiga (fadiga: 1,09 ± 0,13 ºC vs. 1,70 ± 0,18 ºC, p < 0,05), e maior aumento na Tpele entre os minutos 8 e 19 (min 19: 2,53 ± 0,52 ºC vs. 1,06 ± 0,72 ºC, p < 0,05). A injeção i.c.v. de NPS não alterou o TE em animais NWRs (NWR NPS: 66,0 ± 6,8 vs. NWR SAL: 60,5 ± 6,7, p > 0,05) ou SHRs (SHR NPS: 61,2 ± 5,8 vs. SHR SAL: 59,7 ± 5,8, p > 0,05). Conclusão: Os resultados do trabalho indicam que o aumento da disponibilidade de NO central aumenta a dissipação de calor e diminui o aumento da temperatura interna durante o exercício em ratos normotensos e hipertensos.