Resumo

O palhaço é frequentemente associado ao circo, pois graças a essa arena, a figura clownesca atingiu seu apogeu no seculo XX. Entretanto, esse ser possui um passado que ultrapassa os limites do território circense e cuja origem permanece incerta e obscura. A imagem do palhaço se construiu através de épocas e civilizações endossando diferentes formas e cuja função central é a incitação do riso. Então, que seria esse ser? Ele teria um rosto? Quem possuiria essa força de transgressão? Esta pesquisa propõe de ir além das manifestações clownescas dos nossos conhecimentos prévios com uma introdução ao “palhaço sagrado” (SIMON, 1988) e desenvolvimento dessa figura como um ser do contrário. A pesquisa parte da hipótese de que as manifestações clownescas podem existir além do universo circense considerando o palhaço como provocador do riso e transgressor da ordem através do comportamento às avessas. Nesse recorte, interessa pesquisar de que maneira a incorporação desse comportamento como parte essencial da manifestação contribui para construir e reforçar a figura e a função do palhaço. Para isso, será feita uma análise da pertinência e da presença do comportamento ao contrário nas atuações dos palhaços contemporâneos e os chamados palhaços sagrados. A proposta do projeto é explorar exemplos dessas manifestações, como os índios norte americanos Heyokas e os sul-americanos Hotxuás. No campo teórico, a pesquisa pretende abordar autores que investigam as coincidências formais no espaço, no tempo, nas culturas e nas formas de expressão entre esses e outros exemplos.

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