O Papel da Aptidão Cardiorrespiratória nos Componentes das 24 Horas do Movimento e nos Fatores de Risco Cardiometabólico: Uma Análise de Rede
Por Anelise Reis Gaya (Autor), Adroaldo Cezar Araujo Gaya (Autor), Caroline Brand (Autor), Giovani dos Santos Cunha (Autor), Jorge Mota (Autor), Gabriel Gustavo Bergmann (Autor), Clarice Lucena Martins (Autor), Cézane Priscila Reuter (Autor), Luiza Naujorks Reis (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: “24-hour Movement Guideline” contempla além do tempo de atividade física (AF), outros comportamentos de movimento associados à saúde. Como atividade física moderada e vigorosa (AFMV), atividade física leve (AFL), tempo de tela e horas de sono. Os estudos têm cada vez mais evidenciado os baixos níveis de AF de escolares combinados com o tempo elevado em tempo de tela. Por isso, destacam importância da realização de AFL ao longo do dia. No entanto, pouco se sabe sobre qual seria o papel de cada comportamento na aptidão cardiorrespiratória (APCR) e nos fatores de risco cardiometabólico (DCV) da população pediátrica. Uma abordagem para entender o papel dessas variáveis é através de análises de rede e seu sistema complexo de associação. Objetivo: verificar as relações entre a APCR e os componentes das 24 horas do movimento com DCV e dados sociodemográficos numa perspectiva da rede. Métodos: estudo com 184 escolares (92 meninos) de idades entre seis e 11 anos (8,57±1,56). Perímetro da cintura e APCR foram avaliados seguindo os procedimentos do Proesp-Br. AFMV foi medida por. Nível socioeconômico foi verificado por questionário. Tempo de sono e tela foi avaliado por uma pergunta respondida pelos pais. Triglicerídeos, colesterol HDL, glicose e insulina foram mensurados através de coleta sanguínea em jejum. Posteriormente, o Homa-IR foi calculado através de fórmula específica. Para avaliar as associações e o papel de cada variável, usamos uma análise de rede, através do programa Jasp. A medida de betweenness foi utilizada para investigar quais variáveis têm maior capacidade de conectividade e a medida de força para avaliar o peso das associações de cada variável. Resultados: Nossos dados mostraram uma associação interessante entre os componentes das 24 horas do movimento, em que mais tempo dispendido em telas, ocasionam menor número de horas dormidas e menor tempo em AFMV. Além disso, verificou-se, uma associação inversa entre o HOMA-IR e a AFMV. Ainda, crianças mais velhas realizam menos AFL e possuem níveis de HOMA-IR maiores. Menores valores para APCR associam-se com níveis mais elevados de triglicerídeos e menores índices de HDL, além de maiores medidas de perímetro da cintura. Conclusão: Embora a APCR e a AFMV estejam diretamente relacionadas, o comportamento dos DCV depende de muitos fatores. Ressaltando a importância da combinação dos componentes das 24 horas do movimento para a melhora da saúde cardiometabólica na infância.