O papel das bibliotecas no mundo da ciência aberta
Por Leticia Strehl (Autor).
Resumo
Instituições equilibram modelos tradicionais e inovadores para ampliar o acesso ao conhecimento e fortalecer a cidadania.
Aborda as contribuições das bibliotecas para o desenvolvimento da ciência aberta, partindo das transformações ocasionadas pela tecnologia da informação nos processos de comunicação científica estruturados, historicamente, pelos padrões estabelecidos no âmbito da indústria editorial. Apresenta as alternativas que surgiram com o desenvolvimento de repositórios de preprints, de dados e de recursos educacionais e o fortalecimento dos projetos editoriais de países emergentes com a popularização das técnicas eletrônicas de editoração e publicação em acesso aberto. Propõe que as contribuições das bibliotecas possam ser categorizadas em duas rotas: a) conservadora, que visa possibilitar o acesso aberto pautado nos modelos de negócio e nas editorias desenvolvidas no âmbito da tradicional indústria editorial; b) revolucionária, baseada em iniciativas colaborativas e descentralizadas, que expandem os produtos da ciência e seus impactos, valorizando, além das citações, o acesso, a interoperabilidade e a reutilização pela comunidade científica, mas também comunidades locais, acadêmicos marginalizados e povos indígenas. Defende a importância do engajamento das bibliotecas na transição do paradigma da comunicação científica para a ciência aberta, considerando sua missão milenar de acesso público ao conhecimento como recurso de avanço tecnológico, mas, sobretudo, como instrumento de promoção da cidadania.