Resumo

O desenvolvimento desportivo do atleta a longo prazo é, cada vez mais, uma preocupação de estruturas e intervenientes dentro das organizações desportivas (Launder & Piltz, 2013). No entanto, em Portugal, continua-se a assistir a um aumento dos casos de violência no desporto em que os pais dos jovens atletas têm comportamentos desajustados ao contexto em que se encontram. A investigação académica destaca o envolvimento parental como um fator que influencia fortemente o desempenho como o desenvolvimento do atleta (Boiché & Sarrazin, 2009; Dorsch et al., 2009), mas não se tem debruçado sobre os efeitos que a atividade do gestor desportivo pode ter nestas situações. Apesar de existirem fatores que não são controláveis pela estrutura diretiva da organização desportiva, há margem para apostar não só na formação e qualidade dessa estrutura, mas também em estratégias e programas direcionados para os pais e para o seu papel no processo de desenvolvimento desportivo dos filhos. O gestor desportivo pode assumir aqui um papel de relevo, na medida em que poderá potencializar o desenvolvimento das estruturas e elaborar programas para serem promovidos junto dos diferentes intervenientes, servindo como intermediário na promoção de um melhor ambiente e, consequentemente, beneficiar o desenvolvimento desportivo do atleta.