Resumo

1.Introdução

Este artigo trata do papel do Estado em casos em que se registra a presença de importantes externalidades positivas, focando no caso dos Jogos Olímpicos de 2016, mas analisando também previamente o caso da Copa do Mundo de 2014. Defende-se o argumento de que, para sediar os jogos, será preciso realizar um volume expressivo de investimentos, para o que, por sua vez, será fundamental que o Governo Federal encare o êxito das Olimpíadas como um projeto nacional, investindo maciçamente nas obras e nos programas necessários para que a cidade possa dar um salto, especialmente na infraestrutura, na área ambiental e nas condições de segurança. Considerando que é necessário fazer um esforço maciço de investimentos, é preciso identificar quem poderia exercer, ao mesmo tempo, o papel de coordenador e grande financiador desse processo, além de responsável pela qualidade dos investimentos. Em tais condições, a possibilidade de o BNDES se converter em um importante financiador surge como uma perspectiva natural, que combina o atendimento aos novos desafios colocados para a instituição, com a necessidade de o Governo Federal apoiar decisivamente o esforço da cidade com vistas aos jogos de 2016. O texto está organizado da seguinte forma. Depois desta breve introdução, mostra-se a importância do apoio à infra-estrutura. A terceira seção analisa os desafios que terão que ser vencidos para que a Copa do Mundo de 2014 seja um êxito, sob a ótica das melhorias que ficariam para a infra-estrutura das cidades envolvidas no projeto. A quarta seção apresenta a racionalidade da escolha feita em favor da candidatura da cidade do Rio de Janeiro para ser sede das Olimpíadas. A quinta desenvolve argumentos para explicar por que as Olimpíadas do Rio devem ser parte de um projeto nacional. A sexta trata do impacto econômico das Olimpíadas. A sétima expõe os traços mais importantes do projeto olímpico de 2016. A oitava seção defende que o BNDES seja um agente importante de coordenação e financiamento do esforço de realização dos jogos, cumprindo um papel próximo ao que o Banco de Desenvolvimento da China desempenhou para a realização das Olimpíadas de Pequim em 2008. A nona defende o apoio a um empreendimento que teria um potencial importante para o papel da cidade se “reinventar” para além das Olimpíadas: o estabelecimento no Rio de Janeiro de uma filial da Disney, assim como a Eurodisney de Paris. A décima trata da agenda da sustentabilidade ambiental e é seguida por uma reflexão acerca de outros elementos que é necessário levar em conta na avaliação dos projetos e que vão além da disponibilidade dos recursos. Finalmente, tem-se a seção de conclusões. 

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