Resumo

O objetivo deste texto é elucidar questões históricas sobre a origem da língua de sinais, o papel da Igreja monástica na invenção do alfabeto manual e os diferentes usos dos sinais monásticos pelos religiosos e da língua de sinais pelos surdos. A partir de documentos e literatura pouco acessíveis no Brasil, busco reconstruir uma narrativa fragmentada sobre o papel dos religiosos na educação dos surdos, que aproveitaram sinais manuais criados nos mosteiros que seguiam o voto do silêncio com nova finalidade, visando a uma aplicação pedagógica. O foco é a prática dos sinais pelos religiosos na Idade Média e a investigação de como os sinais monásticos migraram para o contexto da educação dos surdos. Apesar da perda de elos documentais, os resultados deste estudo demonstram que, embora a ligação dos sinais monásticos com a língua de sinais seja tênue, os alfabetos manuais utilizados atualmente pela comunidade surda foram sistematizados durante o movimento monástico.

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