O Passado Recente da Educação Física no Contexto Luso-brasileiro: Uma Nova Auto-compreensão
Por Carlos Eduardo Rafael de Andrade Ferrari (Autor), Rafael Carvalho da Silva Mocarzel (Autor), Estêvão Rios Monteiro (Autor), Amândio Braga dos Santos Graça (Autor), Roberto Ferreira dos Santos (Autor).
Resumo
Este ensaio objetiva apresentar os pontos que determinaram a reconceptualização da Educação Física no contexto luso-brasileiro. Na perspectiva portuguesa, a década de sessenta marca o processo de transformação da Educação Física tradicional. Nesse enquadramento, observa-se que a necessidade de mudança foi potencializada pelo discurso científico e, indiscutivelmente, pela ascensão do Desporto na ocasião. No contexto brasileiro, nota-se que a década de oitenta é o marco do processo de escolarização do Esporte. Nomeadamente, é nessa fase da história que o discurso esportivista perde espaço para as concepções pedagógicas críticas que porventura procuram aproximar a Educação Física escolar do viés sociocultural. Assim sendo, constata-se que existe uma curta “curva de civilização” que distingue o discurso e as linhas paradigmáticas dos países em destaque. Há, além disso, fortes indícios que sinalizam que os embrolhos sociopolíticos, e todo um conjunto de práticas extraescolares, influenciam diretamente ou indiretamente à dimensão Educação Física, sobretudo no contexto brasileiro. Não obstante, percebe-se que, independentemente da linha paradigmática assumida, do contexto, precisamente, fundar e dignificar a profissão sempre foi (ainda é) o maior dos desafios! A complexidade está em preservar a legitimidade, a autenticidade da própria área. Desejo que requer lutas e intervenções em variadas dimensões. Não bastando apenas uma nova auto-compreensão.