Resumo

Este ensaio objetiva apresentar os pontos que determinaram a reconceptualização da Educação Física no contexto luso-brasileiro. Na perspectiva portuguesa, a década de sessenta marca o processo de transformação da Educação Física tradicional. Nesse enquadramento, observa-se que a necessidade de mudança foi potencializada pelo discurso científico e, indiscutivelmente, pela ascensão do Desporto na ocasião. No contexto brasileiro, nota-se que a década de oitenta é o marco do processo de escolarização do Esporte. Nomeadamente, é nessa fase da história que o discurso esportivista perde espaço para as concepções pedagógicas críticas que porventura procuram aproximar a Educação Física escolar do viés sociocultural. Assim sendo, constata-se que existe uma curta “curva de civilização” que distingue o discurso e as linhas paradigmáticas dos países em destaque. Há, além disso, fortes indícios que sinalizam que os embrolhos sociopolíticos, e todo um conjunto de práticas extraescolares, influenciam diretamente ou indiretamente à dimensão Educação Física, sobretudo no contexto brasileiro. Não obstante, percebe-se que, independentemente da linha paradigmática assumida, do contexto, precisamente, fundar e dignificar a profissão sempre foi (ainda é) o maior dos desafios! A complexidade está em preservar a legitimidade, a autenticidade da própria área. Desejo que requer lutas e intervenções em variadas dimensões. Não bastando apenas uma nova auto-compreensão.

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