Resumo

Esta pesquisa, elaborada a partir de uma abordagem histórica abrangendo o período de 1850-1930, analisa a influência do pensamento médico higienista na Educação Física no Brasil, uma influência que não se fez exclusivamente sobre ela, mas sobre toda a sociedade brasileira numa época de grandes transformações. Fruto da biologização e naturalização que dirige a construção desta nova sociedade em transformação, a Educação Física foi utilizada pelos médicos higienistas como instrumento de aprimoramento da saúde física e moral, acoplada aos ideais eugênicos de regeneração e purificação da raça. Ela se fez protagonista de um corpo saudável, robusto, disciplinado, e de uma sociedade asséptica, limpa, ordenada e moralizada, enquadrada, enfim, aos padrões higiênicos de conteúdo burguês. Podia ser a "receita" e o "remédio" para a cura de todos os males que afligiam a caótica sociedade brasileira capitalista em formação. As fontes consultadas - atas de reuniões científicas, conferências, relatórios de pesquisa, conclusões de congressos, moções votadas em congressos - revelam a vontade dos médicos de trazer para si a responsabilidade de pensar e "solucionar" os problemas não apenas da Educação Física, mas da educação em geral e da sociedade em seu conjunto.

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