Resumo

O presente estudo trata-se de um recorte de um projeto de dissertação de mestrado em Ciências Sociais Aplicadas, tendo como tema de pesquisa o perfil dos presidentes dos clubes de futebol que atuaram na série A do campeonato brasileiro de futebol masculino. De acordo com a bibliografia utilizada, a administração dos clubes brasileiros de elite é criticada por não adotar características profissionais, visto que os indivíduos que compõe esta posição não possuem uma formação específica exigida e, na maioria dos casos, não há retorno financeiro para o trabalho que exercem, ou seja, baseia-se no voluntariado. (MARQUES; GUTIERREZ; ALMEIDA, 2013; MATTAR, 2014; PRONI, 1998). Diante da problemática apresentada surge uma dúvida instigante: Qual o perfil sócio profissional dos presidentes dos clubes campeões do campeonato brasileiro de futebol masculino série A? A presente proposta justifica-se por dois motivos distintos, entretanto interdependentes. O primeiro devido à escassez teórica referente ao tema nas diversas instâncias do conhecimento. E o segundo refere-se ao fato de os presidentes dos clubes poderem atuar, individualmente, na modificação das suas estruturas, e, coletivamente, na modificação da estrutura do campo futebolístico. O objetivo do estudo foi identificar e analisar o perfil sócio profissional dos presidentes dos clubes campeões da série A do Campeonato Brasileiro de Futebol masculino, entre os anos de 1971 e 2017, que corresponde ao período de surgimento do campeonato brasileiro até a última competição finalizada, respectivamente. Quanto aos métodos, a classificação deste estudo foi estruturada de forma qualitativa quanto a abordagem do seu problema, exploratória quanto ao seu objetivo e documental quanto aos procedimentos técnicos (GIL, 2008). Para tanto, optou-se pela utilização de alguns recursos da análise de conteúdo, como a elaboração de unidades de registro por personagens e desígnios da frequência dos respectivos perfis dos presidentes. Constatou-se que 17 clubes foram campeões do campeonato brasileiro até 2017. Fizeram parte desta análise 28 presidentes, sendo que os dados obtidos corresponderam a 85% do total, visto que três indivíduos entraram nos critérios de exclusão devido à ausência de dados disponíveis. Pôde-se concluir que o perfil presidencial, durante a temporada em que os clubes foram campeões, foi formada totalmente por homens. Foi notória a predominância de advogados e empresários (43%), além de outras quatro profissões com apenas uma aparição, na maioria de caráter liberal, que lhes permite conciliar o trabalho com a gestão dos clubes.