O pico de torque isocinético dos extensores e flexores do joelho não difere ao longo de seis fases do ciclo menstrual em mulheres experientes em treinamento resistido
Por Michely Vieira Andretta (Autor), Ana Luiza Pereira Conforti (Autor), Richard Diego Leite (Autor), Letícia Velten (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Os hormônios estradiol (E2) e progesterona (P4) são os principais reguladores do ciclo menstrual (CM). O E2 desempenha um papel essencial na regulação do crescimento muscular e na interação actina-miosina, potencialmente promovendo o aumento da produção de força muscular. Por outro lado, a P4 está associada ao catabolismo muscular, podendo reduzir a produção de força. Portanto, é fundamental investigar como as flutuações desses hormônios durante o ciclo menstrual impactam a produção de força muscular. OBJETIVO: Avaliar o pico de torque máximo em mulheres eumenorréicas experientes em treinamento resistido durante seis fases do ciclo menstrual. MÉTODOS: Participaram deste estudo, 11 mulheres experientes em treinamento resistido, com idade média de 26 ± 3 anos, massa corporal: 70,7 ± 5,4, estatura 168,5 ± 6,4 cm, gordura corporal 27,0 ± 6,2% e duração do ciclo menstrual de 27 ± 3 dias. A produção de força muscular foi avaliada pelo pico de torque máximo (PT) em um teste isocinético em quatro velocidades angulares (60º.s, 120º.s, 240º.s e 300º.s). Em cada fase do CM, foram realizadas 5 repetições de extensão e flexão do joelho, no modo concêntrico/concêntrico, com intervalo de 180s entre as velocidades angulares. Foi coletado 5 ml de sangue venoso em repouso para analisar as concentrações de E2 e P4 ao longo de 6 fases do ciclo menstrual: folicular inicial (FI), folicular média (FM), folicular final (FF), lútea inicial (LI), lútea média (LM) e lútea final (LF). Os dados são apresentados como média e desvio padrão, tendo sido utilizado o teste de normalidade Shapiro Wilk e uma ANOVA de medidas repetidas (p<0,05) para analisar E2, P4 e pico de torque. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças significativas no pico de torque em nenhuma das velocidades angulares avaliadas ao longo das seis fases do ciclo menstrual (60º.s-1 p = 0.213; 120º.s-1 p = 0.586; 240º.s-1 p = 0.824; e 300º.s-1 p = 0.391). CONCLUSÃO: O pico de torque isocinético não foi estatisticamente diferente ao longo das seis fases do ciclo menstrual em mulheres eumenorréicas com experiência no treinamento resistido.