Resumo


2013-09-30
I
A busca pela realização dos Jogos Olímpicos parece ter conduzido e orientado as principais determinações da política urbana do município do Rio de Janeiro nos últimos anos. Ao finalmente conquistar a oportunidade de sediar o megaevento esportivo, esse tem sido utilizado como instrumento para se colocar em prática e legitimar um processo de (re)ordenação do território, através de grandes intervenções urbanas, com aporte de recursos públicos de todos os níveis governamentais. O trabalho tem como objetivo analisar e discutir as propostas territoriais do Plano Olímpico "Rio 2016", em primeiro lugar, através da investigação sobre sua relação com os instrumentos de planejamento e política urbana do município - Plano Diretor e Plano Estratégico -, considerando que o mesmo não advém de um processo democrático, não se sabendo nem mesmo onde, quando e por quem foi formulado. Segundo, pela reconstituição do processo que lhe deu origem, por meio de uma análise detida dos documentos oficiais e entrevistas realizadas com atores envolvidos, à luz da conjuntura político-administrativa carioca, na tentativa de identificar os sujeitos e interesses relacionados, principalmente à escolha locacional da Barra da Tijuca como região que concentrará a maior parte das instalações olímpicas e consequentemente dos investimentos. E por fim, abordando as intervenções que estão em andamento, os impactos e conflitos delas decorrentes, bem como as principais alterações já realizadas no Plano Olímpico original, procurando sempre apontar processos através dos quais decisões urbanísticas estruturadoras passam ao largo dos mecanismos formais-institucionais e os efeitos decorrentes deste modelo de ação sobre o território carioca.
 

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