Resumo
Este trabalho versa acerca do poder disciplinar que a escola exerce sobre o corpo dos alunos, através de suas práticas e discursos.A referência teórica fundamental foi a análise que Michel Foucault faz sobre o poder e, mais especificamente, sobre o poder disciplinar, que atua modelando o corpo, no sentido de produzir corpos dóceis e submissos, enquadrados nos valores das sociedades industriais ocidentais.A metodologia utilizada para a execução da pesquisa de campo constituiu-se de quatro estudos de caso, onde foram analisadas escolas que se distinguiam pelo tipo de aluno-alvo, filosofia de ensino e representação que fazem de si. Com isso, pôde-se chegar a algumas generalizações. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas com alunos, professores, coordenadores, diretores, etc., observações do cotidiano escolar como um todo e de aulas relacionadas mais explicitamente com a questão do corpo, além de análise documental.Apesar de suas diferenças e especificidades, todas as escolas analisadas, e podemos afirmar agora, a escola de um modo geral, disciplina os alunos, exercendo um controle detalhado do seu espaço, do seu tempo, do seu intelecto, do seu espírito, da sua sexualidade, enfim, do seu corpo, aqui entendido como totalidade bio-psico-social-cultural. Para tal, a escola vale-se de práticas e discursos autoritários e fragmentadores.Como alternativas, propõe-se a democratização das relações de poder existentes no sistema educacional como um todo e uma prática inter/transdisciplinar, de modo que o aluno possa participar ativamente do processo pedagógico e ser visto como indivíduo integral, total.