Resumo

A pandemia de covid-19 assolou a população brasileira no primeiro trimestre de 2020, levando ao fechamento das escolas como medida para reduzir os riscos de contaminação. A abstenção do poder público e a lentidão para reagir à calamidade levaram docentes a buscar alternativas para garantir aos estudantes algum tipo de experiência formativa. Com o(a)s professore(a)s que afirmam colocar em ação o currículo cultural da Educação Física não foi diferente. Empenharam-se para recriá-lo diante da situação inusitada. Com o objetivo de investigar a adequação dessa vertente ao chamado ensino remoto emergencial, 60 registros em vídeo das atividades realizadas entre março e agosto daquele ano foram confrontados com a teoria curricular culturalmente orientada. Os resultados apontam possibilidades e impossibilidades. Entre as primeiras se encontram os encaminhamentos pedagógicos do mapeamento, vivência, leitura da prática corporal, ressignificação, aprofundamento, ampliação e registro. No campo das impossibilidades se destacam a avaliação, conforme o papel que lhe é atribuído na proposta, e a própria tessitura das atividades reconhecida na literatura como escrita-currículo. Feitas essas ressalvas, a Educação Física cultural emerge como perspectiva de ensino apropriada às restrições do isolamento social, colocando-se a favor da defesa da vida quando a população se vê interpelada por condições adversas.

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