Resumo

O objetivo deste estudo descritivo foi de verificar características da atividade da profissão e a prevalência de dor proveniente dos distúrbios osteomusculares, relacionando o processo de trabalho, sua organização e os fatores predisponentes em costureiras de empresas privadas da moda íntima do município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Acredita-se que a grande maioria, as mulheres, seja o contingente de trabalhadores nos postos de costura, representando desta forma 40% da população econômica ativa na região de Nova Friburgo, trazendo a extensão da importância e do impacto de estudos voltados para as condições de trabalho e seus distúrbios. O presente estudo observou, no constructo da análise estatística, técnicas relacionadas ao uso de tabelas e gráficos de distribuição de freqüências. Os dados foram tratados na sua dimensão quali-quanti, observando freqüências absolutas e relativas, sendo norteados pelas normas de investigação epidemiológica estruturada no protocolo de Quebec e pelas questões à investigar do pronto estudo. A amostra foi constituída de 200 costureiras do sexo feminino, onde 53% estavam na faixa etária de 32 a 45 anos de idade. Verificou-se que a organização do trabalho não possibilita relações pessoais entre as trabalhadoras e o relacionamento entre elas fica restrito às pausas e ambientes extra jornada de trabalho, que os maquinários utilizados em todas as empresas pesquisadas são basicamente idênticos, não se distinguindo quanto à facilidade ou economia de movimentos. As mulheres relataram se sentir cansadas no final da jornada de trabalho. Dores e desconfortos musculoesqueléticos foram uma realidade com alta prevalência e freqüência, onde 128 (64%) trazem queixas relacionadas às dores em pescoço, 133 (66,5%) reclamaram de dores em ombros, 149 (76,5%), em cotovelo e em punho e mãos, 147 (73%). Embora as dores sejam freqüentes, o medo do desemprego faz-se presente e os afastamentos pela sintomatologia não se evidenciam, favorecendo perda da produtividade.

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