Resumo

Com o trabalho que agora se apresentam pretendeu-se descrever alguns aspectos da rotina de sala de aula vivenciados pela autora durante o período de um ano na função de professora de uma classe especial, para indivíduos classificados como deficientes mentais, da escola pública de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A escolha dos assuntos relatados e da maneira como o foram deveu-se essencialmente ao fato de, em sua atuação como docente, a autora ter optado por adotar uma postura que lhe permitisse atuar como elemento determinante e condutor de pesquisa em sala de aula, que analisa e avalia o desempenho de seus alunos frente às diversas atividades didáticas. Assim sendo, as informações obtidas através de investigações diárias permitiram que houvesse um processo contínuo de reflexão sobre a adequação e aplicabilidade dos programas de ensino, selecionados para permitir a aquisição das habilidades de leitura e escrita. No presente relato foram abordadas questões relativas ao processo de admissão de novos alunos ao ensino especial e algumas implicações deste processo sobre o desenrolar de atividades de ensino-aprendizagem. Sobre a heterogeneidade de repertórios e habilidades escolares com a qual os alunos matriculam-se em classes especiais, são apresentados dados pertinentes ao desempenho dos referidos alunos reunidos em grupos, frente a instruções dosadas e graduadas sob a forma de atividades diversificadas que se aplicam simultaneamente. Finalmente, apresenta-se um procedimento de ensino aplicado como um programa alternativo de alfabetização a apenas uma criança, cujo desempenho vinha sendo considerado insatisfatório. O conjunto destas informações constitui-se, adicionalmente, no substrato para uma análise mais ampla sobre as implicações decorrentes da prática de um professor conduzir pesquisa em sala de aula como alternativa para sua atuação docente.

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