Resumo

O circo, arte secular, é uma arte viva, vivendo uma constante renovação. As diversas tentativas de organização dos saberes desta arte da performance, trouxeram  diferentes classificações das modalidades, visando sistematizar o estudo e o ensino nos diversos contextos (escolar, profissional, social, entre outros). Pesquisas recentes mostram que apenas uma pequena parte das modalidades circenses vêm sendo praticadas/ensinadas, gerando um acesso restrito à diversidade das modalidades. Deste modo, desenvolver instrumentos para identificar os conhecimentos sobre as modalidades circenses pode contribuir para nortear a construção dos planos/programas de ensino de circo. O objeto deste estudo foi testar a aplicabilidade de um instrumento que busca identificar as modalidades circenses conhecidas, a partir de um conjunto limitado de imagens, selecionadas com base na literatura existente e que correspondem aquelas praticadas com maior frequência. O instrumento foi aplicado em dois grupos: alunos-adultos da disciplina de graduação “EF962 - Circo e Educação Física" (5 turmas); e alunos-crianças do projeto de extensão “Circo para Crianças” (3 grupos), ambos desenvolvidos na Faculdade de Educação Física da UNICAMP, entre 2020 e 2024, abrangendo um total 93 participantes (48 adultos e 45 crianças. Tecido acrobático e malabarismo (com bolas) destacam-se como as modalidades mais reconhecidas/praticadas (90%) pelas crianças. As acrobacias de solo, malabares (com bolas) e a perna de pau, pelos adultos. Os resultados corroboram estudos anteriores destacando as acrobacias, os aéreos (tecido), o malabarismo e o funambulismo (perna de pau) como modalidades mais presentes, sugerindo que é preciso ampliar a abordagem de outras modalidades. Por outro lado, a aplicação do instrumento mostrou-se simples, prática-rápida e clara para ambos os grupos, com 99% de respostas válidas, oferecendo dados quantitativos que podem contribuir para a atuação dos docentes e no planejamento de programas de ensino do circo. Entendemos que é preciso incluir espaços no instrumento para que os respondentes possam indicar outras modalidades conhecidas/praticadas, assim como identificar de forma discriminada o que conhecem/reconhecem e o que já praticaram.