O que vamos colocar no lugar do Qualis?
Por Gabriela Trindade Perry (Autor).
Resumo
Eu não me surpreenderia se essa medida fosse bem recebida. Acredito que todos os envolvidos com produção científica tenham críticas ao Qualis na ponta da língua – por exemplo: periódicos cuja classificação em estratos elevados é injustificada e a inclusão no Qualis de revistas claramente predatórias. Meu ponto é que admitir que o Qualis tem problemas e limitações não implica que deveríamos abrir mão de um sistema nacional de avaliação quantitativa de qualidade da pesquisa, em favor dos tais “indicadores bibliométricos” que o ofício menciona.
Esses “indicadores bibliométricos” parecem neutros, isonômicos e de fácil obtenção, pois o conceito por trás deles é muito simples: um artigo citado muitas vezes é melhor que um artigo citado poucas vezes. Certamente é preciso fazer ajustes, considerando a data de publicação, o histórico de publicações de cada pesquisador e a área na qual o artigo é classificado. Existem métricas que ajustam estes e outros parâmetros, tais como: atribuir uma janela de n anos para a contagem de citações, o índice-H e métricas da iniciativa Snowball, como Field-Weighted Citation Impact. Mas só é possível obter essas métricas se conseguirmos fazer a contagem das citações – e isso é absurdamente complexo e caro.