O reconhecimento público das profissões da gestão de desporto
Por Abel Santos (Autor), Félix Romero (Autor).
Resumo
O presente resumo, de um trabalho em desenvolvimento, de natureza exploratória, procurou interpretar o reconhecimento público de profissões de gestão de desporto, na delimitação de Lopes e Pires (2004), a partir da Classificação Portuguesa de Profissões (CPP) (Instituto Nacional de Estatística, 2011) e da International Standard Classification of Occupations (ISCO) (International Labour Organization, 2010), tendo como população os membros da Associação Portuguesa de Gestão de Desporto (APOGESD). Objetivos Pretendeu-se encontrar respostas às seguintes questões de pesquisa: 1. Qual o nível de reconhecimento das profissões de gestão de desporto por quem trabalha na área?; 2. Haverá diferenças entre o reconhecimento público das profissões?; 3. Quem trabalha em diferentes setores do desporto tem um reconhecimento semelhante das profissões? 4. Existem reconhecimentos diferenciados por níveis funcionais dos respondentes?. 4. Revisão de literatura Na perspetiva estruturalista, Abbot (1991) considera críticos para o desenvolvimento de uma profissão os seguintes aspetos: a existência de capacidade associativa, de controlo sobre a atividade realizada, de entidades formadoras, de condições para se desenvolver continuadamente um conhecimento profissional especializado e a existência de organizações com postos de trabalho próprios para a profissão. Como Dowling (2018) argumenta, o gestor de desporto pode ser considerado apenas como uma quase ou semi-profissão. Em qualquer dos casos, o ponto de partida para uma valorização social coletiva é haver legitimidade e reconhecimento público ppelo domínio específico de trabalho realizado, tal como discute Abbott (1988). No entanto, cada vez mais, o Estado tem o principal papel no reconhecimento de uma profissão. No trabalho que desenvolvemos, partimos da sistematização da CPP (Instituto Nacional de Estatística, 2011), em que, através da delimitação das tarefas, funções e contextos descritos, conseguimos interpretar as que, sendo do âmbito da gestão de desporto, o Estado já reconhece, pelo menos como existentes.