Resumo

O objetivo deste artigo foi analisar o risco percebido por praticantes experientes de rapel e no voo livre. Realizamos uma entrevista com 15 atletas experientes, sendo 10 de voo livre e 5 de rapel. O critério de inclusão foi possuir 2 anos de experiência na modalidade e participar de grandes descidas para o rapel e de competições para o voo livre. O roteiro de entrevista foi adaptado de Moura (2012). Os praticantes relatam um baixo risco percebido, embora realizem provas consideradas de extremo risco. Entretanto, mesmo não possuindo um alto risco percebido, os praticantes de ambas as modalidades investigadas possuem uma racionalização sobre os riscos que enfrentam. Afirmaram que se tornaram atletas para buscar maiores excitação, que não sentiam mais nas rotinas cotidianas. Outro elemento foi a sociabilidade nas práticas. O fato de acostumar com tais sensações podem ser um fator desencadeador de acidentes. É necessário maior reflexão sobre os significados das práticas de aventura para seus praticantes. O risco geralmente é entendido como um elemento que pode ser controlado através de procedimentos. Entretanto, não podemos deixar de perceber que o risco é um elemento que é construído e compartilhado socialmente. E nos caso das práticas corporais de aventura é um fim e não um mero empecilho para a prática.

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