Resumo

Os objetivos do presente ensaio foram: a) apresentar as incongruências entre os valores das distintas medidas de sedentarismo; b) debater a noção de fenômenos “não transmissíveis”, especialmente, no que se refere à adesão à prática regular de exercícios físicos; e c) analisar, tendo como base uma discussão da ideia de normalização biopolítica, os possíveis desdobramentos para a constituição dos sujeitos oriundos da adoção do conceito simplista de sedentarismo. A partir desses pontos, verificou-se que as medidas de sedentarismo não se apresentam como provas “sólidas” e “irrefutáveis” e, por isso, merecem ser questionadas. Além disso, o discurso produzido parece ser parte importante de um processo de normatização dos indivíduos. Pode-se concluir, dessa forma, que os estudos epidemiológicos se pautam em medidas duvidosas e carregam, em seus achados, um caráter moralizador.

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