O Sedentarismo da Epidemiologia
Por Alexandre Palma (Autor), Murilo Mariano Vilaça (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciências do Esporte v. 31, n 2, 2010. Da página 105 a 119
Resumo
Os objetivos do presente ensaio foram: a) apresentar as incongruências entre os valores das distintas medidas de sedentarismo; b) debater a noção de fenômenos “não transmissíveis”, especialmente, no que se refere à adesão à prática regular de exercícios físicos; e c) analisar, tendo como base uma discussão da ideia de normalização biopolítica, os possíveis desdobramentos para a constituição dos sujeitos oriundos da adoção do conceito simplista de sedentarismo. A partir desses pontos, verificou-se que as medidas de sedentarismo não se apresentam como provas “sólidas” e “irrefutáveis” e, por isso, merecem ser questionadas. Além disso, o discurso produzido parece ser parte importante de um processo de normatização dos indivíduos. Pode-se concluir, dessa forma, que os estudos epidemiológicos se pautam em medidas duvidosas e carregam, em seus achados, um caráter moralizador.