O Status do Atleta nos Jogos Olímpicos Modernos: do Amadorismo Ao Profissionalismo
Por José Geraldo do Carmo Salles (Autor), Antonio Jorge Gonçalves Soares (Autor), Israel Teoldo da Costa (Autor).
Em XVII Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O ressurgimento dos Jogos Olímpicos ao final do século XIX, em Atenas, buscou reativar ou reinventar as tradições esportivas gregas, promovendo os encontros e as emulações esportivas entre os Estados-nação. Observemos que os Jogos Olímpicos Modernos são uma típica invenção das tradições no sentido apontado por Eric Hobsbawm (1997)3 . Nesta perspectiva, os jogos tornam os gregos o argumento legitimador da busca de continuidade, como o berço da civilização ocidental. O evento que se iniciou com a participação de apenas nove países rapidamente difundiu-se e despertou maior interesse, apesar de até 1912 em Estocolmo, os jogos não terem provocado uma adesão significativa, o que se pode comprovar pelo fato de que os jogos aconteciam geralmente vinculados a outros eventos – como as feiras internacionais4 . Desde esse momento, os Jogos Olímpicos tornaram-se vulto de megaeventos, uma confraternização de repercussão mundial, demandando modificações em sua estrutura organizacional e incorporando nesta retomada o caráter político-econômico, que passaria a ser um dos principais apelos, como se pode observar na atualidade. Juntamente com o Campeonato Mundial de Futebol, tornaram-se os eventos esportivos de maior importância, tanto no aspecto social quanto econômico, conseguindo estabelecer uma intensa relação com o público através da mídia em expansão. O processo de massificação mundial dos esportes teria ocorrido devido à aliança com a imprensa e a mídia em geral (LOVISOLO, 2000).