O Treinamento Aeróbio Reduz Níveis Androgênicos, Mas Não Alteram Parâmetros Inflamatórios em Mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos
Por Victor Barbosa Ribeiro (Autor), Gislaine Satyko Kogure (Autor), Cristiana Libardi Miranda Furtado (Autor), Lúcia Alves da Silva Lara (Autor), Rosana Maria dos Reis (Autor), Iris Palma Lopes (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) tem sido direcionado para a promoção e prevenção da saúde. As modificações no estilo de vida, em especial à prática de exercícios físicos tem sido apontada estratégia de tratamento das alterações metabólicas relacionadas à SOP. No entanto, há uma carência de estudos envolvendo o treinamento aeróbio e, sobretudo de protocolos específicos, cujos efeitos sobre parâmetros hormonais e inflamatórios são desconhecidos. Objetivos: Avaliar os efeitos do treinamento físico aeróbio contínuo e intermitente sobre os parâmetros hormonais e inflamatórios em mulheres com SOP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado com alocação aleatória, estratificada pelo índice de massa corporal. As mulheres com SOP foram divididas em 3 grupos: treinamento aeróbio contínuo (GAC, n=28), aeróbio intermitente (GAI, n=29) e grupo controle sem treinamento (GC, n=30). Para inclusão das voluntárias, respeitou-se os critérios diagnósticos do Consenso de Rotterdam. As avaliações ocorreram antes e após o período de dezesseis semanas de intervenção, três vezes por semana, com duração entre quarenta e sessenta minutos e intensidade entre 60 e 90% da frequência cardíaca máxima ou após dezesseis semanas de observação no GC. Os protocolos de treinamento foram progressivos, com aumentos alternados de duração e intensidade, respeitando o mesmo volume de treinamento. Foram avaliados os níveis séricos de testosterona, androstenediona, globulina ligante de hormônios sexuais (SHBG), hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estradiol, homocisteína e proteína C-reativa e foi calculado o índice de testosterona livre (FAI). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o modelo de regressão linear com efeitos mistos. Resultados: Após a intervenção foi observada redução da testosterona no grupo GAC e GAI. O grupo GAI apresentou reduzido FAI. Conclusão: Os protocolos promoveram melhora no perfil androgênico das mulheres com SOP, porém apenas o GAI melhorou também o FAI. As intervenções realizadas parecem complementar o tratamento para redução da testosterona na SOP, sendo que treinamento físico intermitente aparentemente é mais efetivo.