O treinamento combinado melhora parâmetros inflamatórios e funcionais em pessoas com diabetes mellitus tipo 2
Por João Gabriel da Silveira-Rodrigues (Autor), Bruno Teobaldo Campos (Autor), Guilherme Guisso Pizzol (Autor), Maicon Arcanjo Silva (Autor), Daniel Massote Melo Leite (Autor), Danusa Dias Soares (Autor).
Em II Simpósio Internacional de Fisiologia do Exercício e Saúde
Resumo
O desequilíbrio homeostático presente no Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) induz um estado inflamatório crônico de baixo grau que impacta negativamente no manejo da doença. Indivíduos com DM2 apresentam decréscimos funcionais, como a redução da força muscular, massa muscular, agilidade e flexibilidade. Em contrapartida, estudos prévios sugerem que o treinamento físico provoca melhorias no desempenho funcional e no perfil inflamatório em diversas populações. Todavia, são escassos os estudos avaliando os efeitos do treinamento combinado (treinamento aeróbico combinado ao treinamento da força muscular) em adultos e idosos com DM2. Objetivo: Investigar o impacto do treinamento combinado de curto prazo em parâmetros inflamatórios, antropométricos e na capacidade funcional de indivíduos com T2DM. Também, investigar se as alterações induzidas pelo treinamento em parâmetros inflamatórios e funcionais estavam correlacionadas. Métodos: Trinta e cinco indivíduos sedentários com T2DM foram alocados em dois grupos, um deles realizou 8 semanas de treinamento combinado progressivo e supervisionado em três sessões semanais (grupo TC, n = 18) ou grupo controle (CONT, n = 17). Antes a após a intervenção, mensurou-se as concentrações plasmáticas das citocinas soluble tumor necrosis factor receptor 1 (sTNFR1), leptina e adiponectina. Foram realizados testes funcionais para avaliar a agilidade, velocidade habitual de caminhada e o desempenho aeróbico. Além disso, também foram avaliados a massa corporal, altura, circunferências corporais e dobras cutâneas. Resultados: Os participantes tinham 63 ± 8 anos (81% mulheres). O grupo TC reduziu as concentrações de sTNFR1 (p = 0,04; TC: Cohen’s d = -0,96 vs. CONT: d = 0,15, respectivamente), melhorou seu desempenho de agilidade (p = 0,03; d = 0,72 vs. D = -0,07), sua velocidade de caminhada (p = 0,04; d = 0,51 vs. D = 0,01) e desempenho aeróbico (p = 0,04; d = 1,07 vs. D = 0,32). Por outro lado, as concentrações de leptina e adiponectina, a força de preensão manual e os testes de flexibilidade, o IMC, circunferência de cintura, a relação cintura-quadril, a soma de circunferências e de dobras cutâneas não apresentaram mudanças significativas (p > 0,05).