O treinamento resistido de 8 semanas promove hipertrofia miocárdica que é revertida pela administração concomitante de nimesulida
Por Ayron Motta Da Fonseca (Autor), Jéssica Da Silva Santos (Autor), Anderson Luiz Bezerra Da Silveira (Autor), Emerson Lopes Olivares (Autor), Ronaldo André Castelo Dos Santos De Almeida (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O treinamento físico é um fator promotor da saúde cardiovascular. O uso de anti-inflamatórios não esteroidais(AINEs) apresenta-se como um problema de saúde pública pelo seu uso indiscriminado e venda liberada. A nimesulida está entre os principais AINEs mais vendidos.
Objetivo
Verificar se a administração de nimesulida concomitante com o treinamento resistido promove alguma alteração morfofuncional cardíaca.
Métodos
Ratos Wistar machos com 91 dias de vida, Massa corporal 331,2g (+ 4,94), foram divididos nos grupos CTR, controle sedentários(n = 4), TR, ratos submetidos ao treinamento resistido por 8 semanas(n = 7) e COMB, ratos submetidos ao mesmo protocolo de TR associado a administração de nimesulida na dose de 2,5mg/kg (n = 7). Ao final dos ensaios, os animais foram eutanasiados e os corações removidos para montagem no aparato de coração isolado, onde foram perfundidos com solução de Krebs-Henseleit modificada. A função ventricular foi registrada por 20 minutos seguido de 30min de isquemia e por fim, 60min de reperfusão. Os registros foram digitalizados por uma interface analógico-digital (PowerLab 400, ADinstruments, Estados Unidos da América) e armazenados para análise off-line das variáveis hemodinâmicas com o software Lab Chart 8 Pro (ADinstruments, Estados Unidos da América). Os corações foram pesados e em seguida removeram-se os ápices para preparação em tecido cardíaco restante de 4 lâminas com 1mm de espessura. Os dados foram expressos em média ± erro padrão da média. Para comparação entre grupos foi feito o teste One-Way ANOVA, com pós-teste de Tukey utilizando-se o software GraphPad Prism (versão 8.0.0, San Diego, CA, USA).
Resultados
A pressão diastólica final do ventrículo esquerdo(PDFVE) foi maior em TR(151,3 + 2 mmHg) e CTR(120,8 + 1,3 mmHg) do que em COMB(86.5 + 1,8 mmHg) nos 60min de reperfusão(P<0,05). A pressão sistólica acompanhou o perfil da PDFVE durante a reperfusão (CTR: 132,1 + 1,3 mmHg; TR:164,2 + 2,6 mmHg; COMB: 96,23 + 2 mmHg, p<0,05), mas não houve diferença na pressão desenvolvida pelo ventrículo esquerdo em qualquer comparação entre grupos(P>0,05). A massa cardíaca normalizada pela massa corporal foi maior em TR comparado ao CTR(0,0047 + 0,0002 vs 0,0036 + 0,0001, p<0,05), assim como quando comparado a COMB(0,0047 + 0,0002 vs 0,0038 + 0,0002, p<0,05).