Resumo

O treinamento físico é um fator promotor da saúde cardiovascular. O uso de anti-inflamatórios não esteroidais(AINEs) apresenta-se como um problema de saúde pública pelo seu uso indiscriminado e venda liberada. A nimesulida está entre os principais AINEs mais vendidos.

 

Objetivo

Verificar se a administração de nimesulida concomitante com o treinamento resistido promove alguma alteração morfofuncional cardíaca.

 

Métodos

Ratos Wistar machos com 91 dias de vida, Massa corporal 331,2g (+ 4,94), foram divididos nos grupos CTR, controle sedentários(n = 4), TR, ratos submetidos ao treinamento resistido por 8 semanas(n = 7) e COMB, ratos submetidos ao mesmo protocolo de TR associado a administração de nimesulida na dose de 2,5mg/kg (n = 7). Ao final dos ensaios, os animais foram eutanasiados e os corações removidos para montagem no aparato de coração isolado, onde foram perfundidos com solução de Krebs-Henseleit modificada. A função ventricular foi registrada por 20 minutos seguido de 30min de isquemia e por fim, 60min de reperfusão. Os registros foram digitalizados por uma interface analógico-digital (PowerLab 400, ADinstruments, Estados Unidos da América) e armazenados para análise off-line das variáveis hemodinâmicas com o software Lab Chart 8 Pro (ADinstruments, Estados Unidos da América). Os corações foram pesados e em seguida removeram-se os ápices para preparação em tecido cardíaco restante de 4 lâminas com 1mm de espessura. Os dados foram expressos em média ± erro padrão da média. Para comparação entre grupos foi feito o teste One-Way ANOVA, com pós-teste de Tukey utilizando-se o software GraphPad Prism (versão 8.0.0, San Diego, CA, USA).

 

Resultados

A pressão diastólica final do ventrículo esquerdo(PDFVE) foi maior em TR(151,3 + 2 mmHg) e CTR(120,8 + 1,3 mmHg) do que em COMB(86.5 + 1,8 mmHg) nos 60min de reperfusão(P<0,05). A pressão sistólica acompanhou o perfil da PDFVE durante a reperfusão (CTR: 132,1 + 1,3 mmHg; TR:164,2 + 2,6 mmHg; COMB: 96,23 + 2 mmHg, p<0,05), mas não houve diferença na pressão desenvolvida pelo ventrículo esquerdo em qualquer comparação entre grupos(P>0,05). A massa cardíaca normalizada pela massa corporal foi maior em TR comparado ao CTR(0,0047 + 0,0002 vs 0,0036 + 0,0001, p<0,05), assim como quando comparado a COMB(0,0047 + 0,0002 vs 0,0038 + 0,0002, p<0,05).

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