Resumo

As mudanças impostas pela lesão medular espinhal (LME) vão desde tarefas simples como trocar de roupa até a capacidade ou não de que essas pessoas prossigam em seus empregos e isso impacta diretamente na redução da qualidade de vida (QV) dos indivíduos após a LME. O exercício físico, em especial o treinamento resistido (TR) tem sido cada vez mais estudado e utilizado por apresentar resultados positivos em aspectos funcionais, cardiorrespiratórios e QV de pessoas com LME. Além dos benefícios do TR tradicional (TRT) na independência e na prevenção de complicações secundárias, dentre diversas modalidades TR, o TR reforçado excentricamente (TRRE) e a execução de repetições em alta velocidade (POT) se destacam devido ao seu impacto positivo no desenvolvimento da potência muscular, o que consequentemente aprimora a funcionalidade, mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Sabendo disso, o objetivo desse estudo foi analisar o impacto do TRT, TRRE e POT na QV de pessoas com LME através do questionário SF-36. Através dessa ferramenta é possível avaliar a capacidade funcional, as limitações físicas, a dor, o estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitações emocionais e a saúde mental. Métodos: Três grupos de 15 pessoas com LME foram submetidas a 8 semanas de treinamento, cada grupo utilizando um método de TR acima citado. Os 3 grupos realizaram tanto a progressão do volume como o ajuste de cargas afim de manter a intensidade dos exercícios (OMNI-RES). Os exercícios prescritos foram direcionados aos grupos musculares com função preservada na parte superior do corpo dos voluntários. Os dados foram sujeitos a uma análise descritiva, e a normalidade foi avaliada utilizando o teste de Shapiro-Wilk. Variáveis que não apresentaram distribuição normal foram submetidas a uma transformação logarítmica com base 10. A igualdade das características das variáveis foi confirmada por meio do teste Box M. As análises iniciais entre os grupos foram realizadas por meio de uma Análise de Variância de um único fator (ANOVA), seguida por testes de comparação múltipla de Bonferroni. Para comparações dentro de cada grupo e entre grupos, aplicamos uma Análise de Variância de medidas repetidas de duas vias, considerando os fatores de tempo e grupo. O nível de significância adotado foi de p < 0,05. Resultados: Os principais resultados mostram que POT foi capaz de melhorar os domínios de limitações físicas (87,50 ± 13,06) enquanto o TRT apresentou melhoras na vitalidade e nos aspectos sociais (70,83 ± 20,32 e 89,58 ± 19,19 respectivamente) após as 8 semanas de TR.