O Valor do Doppler Tecidual no Diagnóstico Diferencial da Hipertrofia do Atleta e da Cardiomiopatia Hipertrófica
Por Cesar Augusto da Silva Nascimento (Autor), Odalis Araoz (Autor), Rodrigo Bahiense Visconti (Autor), Celso N Barros (Autor), Paulo Roberto Benchimol Barbosa (Autor), Luana Vitorino Oliveira (Autor), Alexandre Sahate da Silva (Autor), Roberto Horcades Figueira (Autor), Carlos Romano (Autor), Helena Martino (Autor), Sabrina Bernadez Pereira (Autor), Ivan Luiz Cordovil (Autor).
Em Revista Brasileira de Ecocardiografia e Imagem Cardiovascular v. 25, n 1, 2012. Da página 97 a -
Resumo
Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica é a responsável pelo maior número de mortes súbitas ou inesperadas por problemas cardíacos, em atletas jovens, e, quando tentamos esclarecer o diagnóstico pela ecocardiografia tradicional, a simples presença de hipertrofia, muitas vezes, não permite distinguir a sua etiologia, como a hipertrofia dos atletas e a hipertrofia secundária à hipertensão arterial. O Doppler tecidual (DTI) pode auxiliar na diferenciação das referidas hipertrofias. Objetivo: Avaliar os valores do Doppler tecidual (TDI) no anel mitral, em pacientes com cardiomiopatia hipertró- fica, hipertrofia hipertensiva e hipertrofia, induzida pelo exercício, em atletas saudáveis de alta performance. Métodos: Foram estudados 147 pacientes: 30 voluntários saudáveis (grupo controle); 49 atletas de alta performance, jogadores de futebol profissionais do Fluminense Futebol Clube, da cidade do Rio de Janeiro-RJ (grupo dos atletas), avaliados na classe I de Weber pela ergoespirometria; 40 portadores de hipertensão arterial sistêmica moderada controlada, com hipertrofia ventricular esquerda e função ventricular preservada (grupo dos hipertensos); e 28 portadores de cardiomiopatia hipertrófica (grupo da CMH). Utilizou-se a ecocardiografia uni e bidimensional para analisar a massa ventricular (Fórmula de Devereux), a fração de ejeção (Fórmula de Teichholz) e o TDI do anel mitral para estimar a velocidade de E’, A’ e a relação E’/A’. Os grupos foram comparados por meio dos testes ANOVA e t de Student, e o erro alfa considerado foi 0,05. Resultados: A massa ventricular foi significativamente menor no grupo controle em relação aos outros grupos (p < 0,05). Os atletas apresentaram um importante aumento de E’ e da razão E’/A’ em relação aos outros grupos. No grupo da CMH, observou-se os menores valores de E’ (p < 0,05 versus demais grupos, exceto o dos hipertensos) e da razão E’/A’ (p < 0,05 CMH versus todos os grupos). Conclusão: Os valores de E’ e E’/A’ foram, significativamente, diferentes no grupo da CMH em relação aos portadores de hipertrofia ventricular esquerda, relacionada ao exercício e a dos hipertensos.
Descritores: Cardiomiopatia Hipertrófica, Cardiomegalia, Atletas, Ecocardiografia Doppler/métodos