Resumo
O Brasil, país em desenvolvimento, passa pelos processos de transição nutricional que proporcionam aumento do número de pessoas obesas. O envelhecimento em si já potencializa o armazenamento de tecido adiposo e a obesidade na velhice se comporta de forma paradoxal, hora como fator de proteção, hora como fator de risco. A forma como a obesidade pode estar associada ao processo de envelhecimento demanda investigação, pois essa associação é aparentemente complexa. Inclusive as características sociais de cada município podem estar relacionadas à obesidade e a forma como ela interage com o envelhecer de cada indivíduo. Por outro lado, a capacidade funcional, reflexo da autonomia e independência do indivíduo em realizar suas atividades cotidianas, associa-se a fatores extrínsecos como o social, mas também a fatores intrínsecos, como a senescência ou a própria obesidade. A atividade física, por sua vez auxilia na prevenção de comorbidades e na melhoria da eficiência do sistema cardiorrespiratório, podendo estar associada ou não a obesidade e/ou a fatores externos, como a diferença de comportamento entre municípios devido às questões sociais, econômicas e abordagens políticas de cada um. No intuito de investigar a obesidade e a possível associação com a capacidade funcional e o nível de atividade física no processo de envelhecimento em diferentes municípios, o estudo teve como objetivo verificar a proporção de obesos nos municípios de Belo Horizonte e Diamantina e, comparar a capacidade funcional e o nível de atividade física com a obesidade nos idosos comunitários segundo o local que residiam. Dessa forma, o estudo foi exploratório, observacional, no qual foi realizado um processo de busca ativa e coleta de dados com idosos obesos e eutróficos, com idade igual ou superior a 60 anos, comunitários, sem distinção de raça ou sexo.