Obesidade e Redução da Atividade Física Diária de Crianças e Adolescentes: Um Estudo Longitudinal
Por Maria Alice Altenburg de Assis (Autor), Emil Kupek (Autor), Lara Daniele Matos dos Santos Araujo (Autor), Anna Karolina Cerqueira Barros (Autor), Lizziane Andrade Dias (Autor), Gilmar Mercês de Jesus (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 23, 2021.
Resumo
O estudo analisou o efeito da obesidade na atividade física diária (AFD) e nas atividades físicas leves (AFL), moderadas (AFM) e vigorosas (AFV). Trata-se de um estudo longitudinal com seguimento de um ano. Participaram 462 estudantes de escola pública (53,6% meninos; 7-12 anos de idade). Atividades físicas foram relatadas no questionário Consumo Alimentar e Atividade Física de Escolares (Web-CAAFE). Obesidade foi avaliada pelo escore z do Índice de Massa Corporal (IMC-para idade ≥+2). Obesidade ocorreu, na média, em 16,5% dos participantes, mas não influenciou as AFL, AFM ou AFD. Porém, reduziu em 20% as AFV (β²=0,80; IC95%: 0,66-0,98). Maiores reduções ocorreram em meninas com obesidade comparadas a meninos sem obesidade (Diferença Média = -0,97; IC95%: -1,36 a -0,57) e em meninas sem obesidade comparadas a meninos sem obesidade (Diferença Média = -1,18; IC95%: -1,40 a -0,95) e com obesidade (Diferença Média = -0,58; IC95%: -0,90 a -0,24). AFV declinou mais em meninos com obesidade comparados aos congêneres sem obesidade (Diferença Média = -0,61; IC95%: -0,96 a -0,26). Quando apreciada a interação entre obesidade, sexo e idade, meninas com obesidade com 10 anos ou mais só não exibiram maior redução na AFV, quando comparadas às congêneres sem obesidade na mesma faixa etária (Diferença Média: -0,181; IC95%: -0,48 a 0,12). A frequência diária de AFV cresceu com o aumento dos comportamentos sedentários. Obesidade reduziu a AFV na amostra, sobretudo entre meninas com 10 anos ou mais.
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