Resumo

O excesso de adiposidade corporal em crianças e adolescentes tem apresentado crescimento tanto em países de renda alta quanto de renda média e está associado a doenças crônicas degenerativas, sendo problema global de saúde pública. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi verificar a associação da obesidade com fatores sociodemográficos, estilo de vida (atividade física, hábitos alimentares) e maturação sexual em estudantes do ensino médio de uma cidade do sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal com 820 adolescentes de escolas públicas de São José, Santa Catarina, Brasil, idade de 14 a 17 anos. A obesidade foi estimada por meio do percentual de gordura corporal (%G). O %G foi calculado pela equação de Lohman. Usou-se os pontos de corte proposto por Willian et al. para classificar os jovens em eutróficos ou obesos. As variáveis independentes foram sexo, idade, nível econômico, escolaridade dos pais, hábitos alimentares, nível de atividade física e maturação sexual. Foi realizada regressão logística binária com estimativa de odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC95%). A análise ajustada foi controlada por todas as variáveis. Permaneceram no modelo ajustado as variáveis com p-valor <0,20 por meio do método backward. O nível de significância foi 5%. RESULTADOS: A prevalência de obesidade foi de 17,2%. O sexo feminino (OR: 4,22; IC95%: 2,72-6,54) e os jovens no estágio pós-púbere de maturação sexual (OR: 1,95; IC95%:1,33-2,86) apresentaram maiores chances de obesidade. CONCLUSÃO: Tanto as meninas quanto os adolescentes em estágio maturacional pós-púbere apresentaram maiores chances de terem obesidade. Estes resultados podem auxiliar as autoridades do município para o planejamento de políticas públicas de prevenção à obesidade.