Obesidade sarcopênica não afeta força muscular e desempenho físico em idosos suficientemente ativos: evidências de um estudo transversal
Por Leonardo Santos Lopes Da Silva (Autor), Márcio Fernando Tasinafo Júnior (Autor), Pedro Pugliesi Abdalla (Autor), Leonardo da Silva Gonçalves (Autor), Alcivandro de Sousa Oliveira (Autor), Lisa Fernanda Mazzonetto (Autor), André Pereira dos Santos (Autor), Dalmo Roberto Lopes Machado (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A atividade física (AF) é importante para manter a força muscular (FM) e desempenho físico (DF) em idosos, mas idosos com obesidade sarcopênica (OS) têm reduções mais acentuadas nesses parâmetros. OBJETIVO: Verificar associações entre a OS e parâmetros de FM e DF em idosos suficientemente ativos. MÉTODOS: Foram analisados 72 idosos (75% mulheres) suficientemente ativos (IPAQc). OS foi determinada pelos critérios de massa gorda (≥25% para homens e ≥35% para mulheres) e tecido mole magro apendicular (<19,75kg para homens e <15,02kg para mulheres). Foram medidos parâmetros de FM (extensão de joelho unilateral isocinético, RM bilateral em cadeira extensora e força de preensão manual [FPM]) e DF (caminhada de seis minutos [C6M], time up and go [TUG] e velocidade da marcha [VM]). Os idosos foram classificados em quatro grupos, por sexo e OS. Os grupos de OS foram comparados (Intra sexos) nos parâmetros de FM e DF. Foi realizada regressão linear múltipla para verificar associações entre OS e FM/DF. Foi realizada regressão logística binária para verificar o quanto a FM e DF estão associadas às chances (odds ratio [OR]) de os idosos terem OS. Foram realizados ajustes em blocos por variáveis de confusão (modelo bruto; modelo 1 = características sociodemográficas; modelo 2 = características sociodemográficas, estado nutricional, número de medicamentos ingeridos e comportamentos de risco à saúde). RESULTADOS: Cerca de 56% da amostra foi classificada com OS. Apenas a FPM apresentou superioridade no grupo sem OS, para ambos os sexos (homens: t=2,265; p=0,042; mulheres: t=2,037; p=0,038). O teste de C6M apresentou superioridade estatística apenas para o sexo masculino sem OS (t=2,993; p=0,009). A OS explicou negativamente a variabilidade da FPM, mesmo ajustado para variáveis de confusão (β=-0,210; p=0,024). O mesmo observado para o teste de C6M (β=-0,573; p=0,013) apenas no modelo bruto. A regressão logística binária mostrou que apenas o aumento da FPM está associado à diminuição das chances de os idosos apresentarem OS (OR=0,784 [IC 95%=0,654 a 0,940]; p=0,038), mesmo ajustado para variáveis de confusão. CONCLUSÃO: Esses resultados sugerem que a AF pode ser um fator protetor contra a perda de FM e redução do DF em idosos com OS. Portanto, a prática regular de AF deve ser incentivada em idosos como uma medida de prevenção e gerenciamento da OS, especialmente para aqueles que já foram diagnosticados com a condição.