Resumo

O isolamento social foi a principal forma de prevenção adotada durante a pandemia por COVID-19. Como consequência, a interrupção das atividades físicas e sociais potencializaram os índices de sedentarismo, fragilidade e má-nutrição, bem como elevaram os níveis de sintomas depressivos e ansiedade da população idosa, fatores relacionados ao risco de quedas. OBJETIVO: Avaliar a ocorrência, número e risco de quedas de mulheres idosas, pós pandemia por Covid-19. MÉTODOS: Foram incluídas 25 mulheres idosas (69,5±5,6 anos; 28,2±3,8 kg/m2 ), fisicamente independentes, participantes de grupos de convivência, da cidade de Ponta Grossa-PR. Um questionário foi elaborado para investigar a ocorrência, o número e o local de quedas nos últimos 12 meses. Avaliações físicas e funcionais relacionadas ao risco de quedas foram realizadas como o Timed up and go test (TUG); velocidade da marcha auto selecionada (VM), em 4 metros; teste de força e potência muscular de sentar e levantar da cadeira cinco vezes (TSL). Para complementar as análises, foi estimado o percentual de massa muscular corporal, por meio da plataforma tecnológica MetaV, que utiliza cinco medidas de perimetria corporal (pescoço, braço, cintura, quadril e perna) para avaliar a composição corporal e perfil metabólico. As avaliações foram realizadas em 2022, ano em que as atividades foram retomadas presencialmente nos grupos de convivência. RESULTADOS: Embora os valores do TUG: 7,3±1,3s; VM: 1,1±0,2m/s; e TSL: 10± 2,9s estivessem dentro dos valores de referência de acordo com o sexo e idade (TUG: < 12,47s; VM: ≥ 0,8 m/s; TSL: < 11,4s), não representando risco de quedas, 44% da amostra caiu no último ano. A prevalência de quedas foi acima da média nacional e internacional que varia de 28 à 30%. Dentre as pessoas idosas caidoras, 16% foram caidoras recorrentes, ou seja, aquelas que tiveram mais de uma queda no ano e 81,8% das quedas ocorreram em ambiente externo à casa. O percentual de massa muscular ficou em 29,1%, valores considerados abaixo dos estimados como adequados pela plataforma MetaV (38%). CONCLUSÃO: Foi encontrada elevada taxa de quedas entre as participantes, apesar dos resultados físicos e funcionais relacionados às quedas estarem adequados. Acredita-se que as quedas possam estar relacionadas à baixa massa muscular estimada, além de outros fatores não investigados no presente estudo como cognição, polifarmácia e fatores extrínsecos.

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