Editora Academia Olímpica de Portugal. Portugal 2021. 335 páginas.

Sobre

Prefácio

Esta obra resulta de uma compilação de artigos de vários especialistas espalhados por diversos continentes que apontam alguns caminhos para a importância que o Movimento Olímpico tem no reforço da promoção do desporto associado à cultura e como veículo para uma melhor educação e respeito dos valores humanos e universais, como é o caso da Paz.

Agradeço, por isso, o desafio lançado à Academia Olimpica de Portugal pelo meu amigo Leonardo Mataruna, para a coordenação, edição e publicação desta magnífica obra, o qual foi prontamente aceite pelo Conselho Diretivo.

Quando falamos de Olimpismo devemos estar cientes de que estamos perante uma temática que vai muito para além do seu próprio conceito.

Na Carta Olímpica, na definição dos princípios fundamentais do Olimpismo, logo no primeiro ponto, o Olimpismo começa por ser definido como “uma filosofia de vida que combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e da mente. Aliando o desporto à cultura e à educação, o Olimpismo procura ser criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo, na responsabilidade social e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais”. No ponto seguinte é descrito o objetivo do Olimpismo como sendo o “de colocar o desporto ao serviço do desenvolvimento harmonioso da pessoa humana com vista a promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana.”

Neste último parágrafo encontramos conceitos e associações que são continuamente fruto de investigação académica, merecendo a nossa especial atenção o facto de ao longo dos últimos 125 anos o próprio COI ter tido alguma dificuldade na sua defesa.

No entanto, um conceito onde existe consenso desde sempre é o de Paz.

Para essa análise temos que regressar aos períodos da Antiguidade, onde surgem os Jogos Olímpicos, em 776 a.C. e onde, para a sua celebração, era necessário garantir que as deslocações dos atletas e daqueles que iam assistir aos Jogos eram feitas sem percalços e que as cidades sede não eram atacadas. Falamos da Trégua Olímpica.

Ainda hoje essa trégua serve de bandeira às cidades organizadoras e a própria Organização das Nações Unidas adotou uma resolução de cumprimento da Trégua Olimpica, reconhecendo desta forma que o desporto e o Movimento Olímpico têm um papel hegemónico na união dos povos, criando um período onde o diálogo e os feitos desportivos dos atletas se sobrepõem aos conflitos que infelizmente continuam a proliferar.

Acredito que esta obra é um espaço de reflexão privilegiado para os amantes destas temáticas e um ponto de partida para estudos mais aprofundados.

Tiago Viegas

Presidente da Academia Olímpica de Portugal 
 

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