Resumo

A escola representa um espaço com oportunidades para a prática de atividade física (AF) em crianças e adolescentes. Contudo, ainda são escassas evidências relacionadas às estratégias, estruturas e políticas locais de AF escolar no Brasil. Objetivou-se identificar as oportunidades para a prática de AF por meio de entrevista com os professores de EF, e compará-las entre escolas públicas e privadas de Curitiba (PR). Foram identificadas 161 escolas a partir de um inquérito domiciliar transversal realizado com adolescentes de Curitiba/Pr. No total, participaram da pesquisa 107 escolas (72,6% públicas). Os professores de Educação Física (EF) responderam um questionário multidimensional. A quase totalidade das escolas oferecia duas aulas semanais de EF (97,1%) com duração de 45 a 50 minutos (95,7%). A capacitação anual para professores de EF foi mais frequente nas escolas públicas (92,9%). A maior parte das escolas oferecia um recreio no período de aula (92,3%), no entanto, nas escolas privadas, recreios com duração de 16 a 30 minutos (75,0%), supervisionados (65,6%) e com materiais disponíveis (65,6%) foram mais frequentes. As atividades no contraturno eram ofertadas em oito a cada dez escolas, contudo, a oferta de AF em outros contextos foi mais frequente nas privadas (40,0% vs. 14,3%; p=0,003). Contudo, a participação no programa “Saúde na Escola” foi maior nas escolas públicas (57,6% vs. 31,2%; p=0,011). As oportunidades para prática de AF nas escolas investigadas estão sendo ofertadas com frequência e duração insuficientes para a promoção de AF recomendada para adolescentes nesse contexto.

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