Resumo

O presente estudo apresenta resultados de um trabalho sobre a dinâmica da organização dos grêmios estudantis da cidade de Santa Maria - RS. Este estudo busca contribuir com análises empíricas acerca da estrutura, da organização, do tipo de atividade predominante, da mobilização e da participação dos estudantes nos grêmios estudantis pesquisados. O objetivo principal deste estudo é verificar como atuam essas entidades estudantis nas escolas de Santa Maria, tentando apontar e explicar qual o tipo predominante de atividade política realizada por seus dirigentes e se essas ações estão conseguindo mobilizar a participação dos estudantes secundaristas nos espaços de tomada de decisões. Este trabalho foi realizado entre os anos de 2017 e 2018 em sete escolas de Santa Maria – RS, cinco da rede de ensino estadual e duas da rede ensino particular. Em termos de procedimentos metodológicos, aplicou-se um questionário dividido em blocos e com perguntas fechadas e abertas aos estudantes dirigentes dos grêmios estudantis e se analisou os documentos das atas dessas entidades, configurando, assim, uma amostra quantitativa e qualitativa não probabilística. Em termos teóricos, este trabalho opera levando em conta um dos resultados da pesquisa realizada por J. A. Guilhon Albuquerque (1977), que é o seguinte: em associações que realizam atividades políticas do tipo culturais, recreativas e assistenciais tende ser mais fraca a participação dos estudantes e mais forte em associações partidárias. Uma das propostas deste estudo é verificar, empiricamente, se esse resultado de pesquisa encontrado por Albuquerque (1977) se confirma no caso dos grêmios estudantis de Santa Maria. A análise dos dados indica que os sete grêmios estudantis não conseguem mobilizar os estudantes não membros da direção ao ponto de participarem da tomada das decisões que, em geral, são tomadas apenas pelo grupo dirigente. Desse modo, o envolvimento dos alunos não membros da direção do grêmio estudantil, majoritariamente, restringe-se às estruturas decisórias formais, ou seja, na escolha da direção dos grêmio estudantil, por meio dos processos eleitorais (pelo voto) e na participação nos eventos quando esses são realizados.

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