Resumo

O objetivo do estudo foi analisar as capacidades biomotoras de jovens praticantes de basquetebol da categoria sub 14, durante um macrociclo. A amostra foi composta por 11 jovens púberes, praticantes de basquetebol do sexo masculino (idade: 13,3 ± 0,6 anos, massa corporal: 63 ± 9,7 kg, altura: 171,9 ± 4,7 cm, % de gordura: 19,2 ± 9,3). Todos os conteúdos do treinamento foram descritos diariamente e posteriormente se buscou classificá-los a partir da capacidade biomotora predominante que compõem os sistemas neuromuscular e funcional. As cargas de treino e competição foram controladas pela escala da PSE. A avaliação maturacional foi aferida pelas características sexuais secundárias e as capacidades biomotoras avaliadas foram: a velocidade em 10 (Vel-10) e 20 (Vel-20) metros; a velocidade em 10 (VelD-10) e 20 (VelD-20) metros driblando; a força explosiva de membros inferiores (FEMI), através do Counter Movement Jump (FEMI-CMJ), do Squat Jump (FEMI-SJ) e do salto horizontal (FEMI-H); a força explosiva de membros superiores (FEMS); a agilidade (Agil); a resistência aeróbia (RAe); e a resistência anaeróbia (RAn). O experimento foi composto por 20 semanas com 52 sessões de treinos, de duração de 113,5 ± 15,07 minutos. As capacidades biomotoras e a maturação sexual foram avaliadas em três momentos, os quais aconteceram na primeira semana (A1), na sétima semana (A2) e na vigésima primeira semana (A3). O período preparatório foi da primeira a sexta semana e o competitivo aconteceu da sétima a vigésima semana. O sistema funcional (90,8%) foi superior ao neuromuscular (9,2%) durante todo o macrociclo e a resistência especial foi a capacidade mais utilizada com 82,3%. Foi calculado o ?% dos dados coletados para todos os momentos e a normalidade dos dados das capacidades biomotoras foi verificada com o teste de Shapiro Wilk e para a comparação dos momentos foi utilizado o teste de Friedman (não paramétrico). A capacidade biomotora da RAe mostrou diferenças positivas significativas da A1 para a A2, a RAn foi alterada de forma positiva e significante da A1 quando comparada com a A2 e A3. Assim a distribuição dos conteúdos do treinamento favoreceu a melhora da RAe e da RAn no período preparatório e ainda a RAn melhorou para todo o período, sendo possível constatar que as alterações foram causadas pelos estímulos oferecidos, pelo fato da maturação sexual não ter apresentado diferenças ao longo do macrociclo. Ainda, a velocidade e a força explosiva que não sofreram alterações frente a distribuição dos conteúdos, apresentam uma fase sensível para seu desenvolvimento para jovens de 13 anos de idade e foram pouco treinadas. Dessa forma se conclui que a maneira que foi organizado o treinamento, melhorou as capacidades biomotoras da resistência, principalmente a RAn devido a ênfase da resistência especial, mas volumes maiores devem ser direcionados para a velocidade e a força explosiva, pois de acordo com as fases sensíveis do treinamento, essas capacidade biomotoras possuem um momento favorável para o aprimoramento.

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