Organizações Esportivas: Conceitos, (des)entendimentos – Proposta de Modelo Teórico Unificado Para o Brasil
Por Flávia da Cunha Bastos (Autor), Leandro Carlos Mazzei (Autor).
Em Revista de Gestão e Negócios do Esporte - RGNE v. 5, n 2, 2020.
Resumo
O esporte assume historicamente diferentes papéis na sociedade, sendo que mais recentemente há uma necessidade por uma melhor gestão das organizações responsáveis pela oferta das inúmeras possibilidades do Esporte para com a sociedade. De fato, as organizações esportivas têm tido um papel expressivo no desenvolvimento deste fenômeno e também estão fortemente imbricadas à Gestão do Esporte, na sua própria conceituação, na pesquisa e na formação. Da mesma forma, as organizações esportivas são estudadas, mas diferentemente descritas ou apresentadas, dependendo do olhar da indústria do esporte, do marketing e da economia, assim como na regulamentação legal ou na política de esporte de cada contexto. Embora a literatura internacional aponte conceituação já consolidada sobre as organizações esportivas, no país existem diferentes entendimentos e conceitos expressos por teóricos, na legislação, em pesquisas e em trabalhos acadêmicos. No entanto, não há um referencial que abarque essas visões de forma integrada, como acontece na literatura internacional. Face a esse cenário, o objetivo do artigo é construir e propor um modelo unificado que expresse as organizações esportivas segundo o ambiente social e cultural brasileiro. Foi realizada pesquisa qualitativa e bibliográfica/documental, no sentido de reunir e expor diferentes perspectivas conceituais sobre a organização esportiva. Primeiramente foram analisadas fontes teóricas internacionais, em seguida levantamento e análise da produção de livros e pesquisas e de documentos legais e regulamentadores nacionais. Os resultados dessas análises permitiram a elaboração para cada setor, público, privado com fins lucrativos e privado com fins lucrativos (comercial), de quadros síntese, a partir do modelo de indústria do esporte de Pedersen e Thibault (2019), o mais recente na literatura e identificado como o que contém as expressões dos setores da sociedade e estruturas comparáveis às brasileiras. O produto final foi o MOEB (Modelo de Organizações Esportivas no Brasil), que leva em conta, na medida do possível, as organizações esportivas relevantes no cenário do país, num mapa integrador e compreensível, mostrando suas múltiplas conexões. Esse modelo deve ser visto como uma integração da literatura relevante sobre gestão do esporte em direção a uma abordagem unificada. Portanto, não é um produto acabado, pelo contrário, é uma primeira aproximação no sentido de se promover um entendimento e pode ser um ponto de partida para pesquisas futuras