Resumo

INTRODUÇÃO: Uma das principais alterações presentes em indivíduos pós-Acidente vascular encefálico (AVE) é o comprometimento motor. Diferentes tipos de órteses são utilizadas com esse objetivo, destacando o uso das órteses fixas e articuladas. Considerando que as palmilhas posturais tem o objetivo de reorganizar a mecânica postural e reorganizar o tônus muscular, essa pode exercer um papel semelhante as das órteses convencionais. OBJETIVO: Verificar o efeito do uso das palmilhas posturais na capacidade funcional de indivíduos pós-acidente vascular encefálico.METODOLOGIA: Inicialmente foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre o uso de órteses rígidas e articuladas na velocidade e cadência da marcha de indivíduos pós-AVE. Em seguida, uma revisão da literatura foi realizada para evidenciar a utilização de uma nova ferramenta de controle postural, as palmilhas posturais. Após estas duas revisões, foi realizado um ensaio clínico aleatorizado controlado, analisando a influência das palmilhas na funcionalidade, equilíbrio e marcha de pacientes pós-AVE. 20 adultos foram divididos aleatoriamente em grupo controle (8) e grupo experimental (12). O grupo controle fizeram uso da palmilha placebo e o grupo experimental das palmilhas posturais. Essas palmilhas foram confeccionadas em etilvenilacetato, que no caso das palmilhas posturais, receberam termomoldagem para fixação das peças podais relacionadas a correção postural da patologia proposta (eqüino-varo) e no caso das palmilhas placebos não receberam as peças de correção. Com relação à avaliação, essa foi composta por testes de mobilidade e equilíbrio funcional (Time Up & Go e Escala de Equilíbrio de Berg), equilíbrio estático e análise tridimensional da marcha, sendo realizada antes, imediatamente após e três meses após o uso a aplicação das palmilhas. Foi utilizado o sistema SMART-D 140® - BTS Engineering com oito câmeras, juntamente com uma plataforma de força Kistler modelo 9286BA. A análise dos dados considerou a aderência a curva de Gauss, pelo teste Kolmogorov- Smirnov e como esses se apresentaram paramétricos, foram expressos em média (desvio padrão). Para análise estatística foi realizado o teste de variância multivariada (MANOVA). RESULTADOS: Na revisão sistemática, observou-se que embora as órteses tanto rígidas quanto articuladas sugiram uma melhora da funcionalidade destes pacientes, principalmente na velocidade da marcha, o impacto deste tipo de órtese na cadência permanece inconclusiva; em relação ao equilíbrio estático, as palmilhas posturais podem trazer benefícios significativos no controle postural estático analisados através da estabilometria computadorizada, principalmente na oscilação médio-lateral; e em relação a melhora da marcha, pode-se observar que as palmilhas posturais apresentaram benefícios significativos na cinemática da marcha, principalmente na amplitude de movimento das articulações do tornozelo e joelho, bem como nos movimentos de dorsiflexão da articulação do tornozelo e de flexão de joelho.CONCLUSÃO: Conclui-se que a técnica de utilização deste tipo de órtese classificado como palmilhas posturais pode trazer inferência sensorial benéfica para o equilíbrio corporal e marcha de indivíduos pós-AVE.

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