Resumo

A presente dissertação teve como objetivo investigar as concepções dos professores de Educação Física, da rede estadual, no que diz respeito aos significados, práticas e dificuldades, acerca da inclusão de alunos com deficiência em classes regulares. Para isto foi necessário mapear a realidade das escolas estaduais de Feira de Santana a respeito da inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. O estudo teve uma abordagem qualitativa, utilizando um questionário e uma entrevista semi-estruturada feita aos professores de Educação física, da rede estadual de ensino, que possuem classe(s) com aluno(s) com deficiência. Para captar as concepções dos professores, foi utilizado como referencial teóricometodológico balizador desta pesquisa a Teoria das representações sociais. O que concluímos é que a realidade encontrada em Feira de Santana nos mostra que de um universo de 83 escolas estaduais apenas 35 tinham alunos com deficiência matriculados no ano de 2011, totalizando 195 discentes. Deste número, apenas 16 tinham aulas com professor formado em Educação Física, totalizando 7 docentes, concentrados em apenas 5 escolas. Pôde ser observada, nas representações dos professores, uma concepção de inclusão ideologicamente voltada para o princípio da Normalização. A importância da Educação Física foi limitada a auto –estima e a socialização do aluno com deficiência para os demais, sendo que os conteúdos próprios da área serviriam como metodologia para conseguir os dois objetivos citados. Através dos exemplos de momentos de aulas, observados nos discursos, foi possível evidenciar o uso das adaptações curriculares demonstradas nas alterações metodológicas que os professores utilizavam nas turmas que tinham alunos com deficiência matriculados. Por isso deduzimos que embora a concepção de inclusão presente nas representações dos professores não está de acordo com a idéia de inclusão da Declaração de Salamanca, paradoxalmente percebemos nos exemplos de suas práticas atitudes consideradas próximas ao paradigma da inclusão. Na categoria das dificuldades, as representações dos professores evidenciaram que os entraves mais fortes no caminho de uma educação inclusiva são a má formação dos professores, culminando em dificuldades na prática pedagógica, e a estrutura física.

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