Resumo

O presente artigo pretende discutir as relações estabelecidas entre as Forças Armadas (FA) de Brasil e Estados Unidos da América e as práticas esportivas no contexto da Primeira Grande Guerra. Adotando a abordagem “Contraste de Contextos” da História Comparada (SKOCPOL; SOMERS 1980) e colocando em diálogo os campos da História do Esporte e da História Militar, este trabalho analisa os usos e aplicações do esporte em diferentes momentos de mobilização militar para o conflito. O corpus documental selecionado para esta pesquisa compreende fontes das categorias documentais e impressas, pois foram as que se apresentaram mais profícuas para as discussões propostas (PINSKY, 2006). Após as análises, mostrou-se possível considerar que o esporte assumiu diferentes papeis entre os militares dos dois países de acordo com as necessidades de cada uma das instituições em seus contextos específicos de atuação. Seja como ferramenta utilitária de preparação do corpo e desenvolvimento de habilidades funcionais, seja como elemento de fortalecimento da moral e da masculinidade, é inegável a já constante presença das práticas esportivas no cotidiano das Forças Armadas de Brasil e Estados Unidos nas primeiras décadas do século XX. Esse fenômeno se ampliou ao longo daquele século e do seguinte chegando ao patamar de realização de megaeventos esportivos exclusivos para as FA, como o caso dos Jogos Mundiais Militares organizados desde 1995 pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM - Conseil International du Sport Militaire).

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