Resumo

a melhor maneira de desenvolvermos os potenciais cognitivos de crianças em idade escolar é criando estímulos novos e diferentes. As brincadeiras são um forte aliado nesse sentido, favorecendo o processo de aprendizagem. Aulas de reforço com brincadeiras ativas em crianças com baixo rendimento escolar foram capazes de melhorar a leitura e desempenho escolar geral. Objetivo: verificar os efeitos de brincadeiras ativas com engajamento cognitivo sobre o controle inibitório (CI) de crianças com desempenho escolar inferior. Referencial teórico: o CI é uma função executiva considerada essencial para um bom desempenho acadêmico, definido como um importante mecanismo de orientação da atenção. Materiais e métodos: o estudo quase-experimental foi realizado com 20 crianças (♂= 9 ♀=11, 9,5 ± 0,9 anos e 16,4 ± 2,7 kg/m²), estudantes do 4º ano do ensino fundamental, da rede pública de ensino do DF. Após autorização pelos pais e responsáveis, foi realizado o Teste de Desempenho Escolar (TDE) que avalia aritmética, leitura e escrita, para classificar as crianças com o desempenho escolar inferior (≥101pontos). O CI foi mensurado pelo teste computadorizado Stroop GO/No-go, no qual era necessário combinar a cor de um retângulo com a palavra escrita, com etapa congruente (fácil) e incongruente (difícil). As aulas de educação física com engajamento cognitivo envolveram os conteúdos de português e matemática além de habilidades motoras fundamentais, e ocorreram por um período de 3 meses, (2x semana, 60minutos, 172,8 ± 16,31 bpm). A ANOVA MISTA de medidas repetidas foi aplicada para a análise de tempo de reação (TR) (2 momentos pré e pós x 2 congruências), já a quantidade de erros (QE) foi analisada pelo teste de Wilcoxon, também foi calculado o tamanho do efeito da intervenção (Cohen d). Resultados e Discussão: houve redução significativa entre pré (964,3 ± 93,2ms) e pós-intervenção (893,5 ± 88,3ms) no TR da etapa incongruente do teste de Stroop Go/No-go (p=0,005). O efeito da intervenção foi considerado como grande (d= 0,8). As crianças erraram menos na etapa mais difícil do teste de CI pós-intervenção (4,3 ± 3,2erros) em comparação ao pré (7,1 ± 4,2 erros; p=0,04). Brincadeira praticada em intensidade moderada à vigorosa é capaz de trazer benefícios para as funções executivas que são processos centrais para uma melhor experiência do aprendizado. Conclusão: três meses de aulas de educação física com engajamento cognitivo promoveu melhor controle inibitório em escolares com desempenho escolar inferior.

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