Os efeitos do treinamento funcional de alta intensidade sobre dano muscular e capacidade de recuperação em participantes treinados
Por Júlia Araujo Pavan (Autor), Amanda Ehmke (Autor), Paula Machado Binhardi (Autor), Arthur Zecchin (Autor), Rodrigo Aquino (Autor), Enrico Fuini Puggina (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Treinamento Funcional de Alta Intensidade (HIFT) é utilizado devido à baixa demanda de tempo e eficiência para melhorar desempenho e saúde. A recuperação dos danos musculares e a aptidão física após um HIFT em pessoas com diferentes estados de aptidão física fornecem informações práticas para treinadores e praticantes. OBJETIVO: verificar as respostas dos danos musculares e da recuperação do desempenho após uma sessão HIFT aguda em homens jovens saudáveis em diferentes estados de condicionamento físico. MÉTODOS: 16 voluntários treinados recreacionalmente (23,4±2,4 anos; IMC: 24,6±2,4 kg/m2 ; 1RM Back Squat: 120,1±19,9kg) divididos em 2 grupos de acordo com 1RM Back Squat (kg) e tempo de treino (Tt [anos]) (mais treinado [HT: RM=137,25±29,45; Tt>1, frequência mantida] e menos treinado [LT: RM=103±10,42; treinamento não sistematizado; Tt=indefinido]) realizaram uma sessão HIFT (Back Squat, Shoulder Press, Burpee, Abdominal). Danos musculares (creatina quinase [CK]; lactato desidrogenase [LDH]) e testes de aptidão física (Squat Jump, Counter Movement Jump, Drop Jump, teste incremental na esteira e 1RM]) foram realizados antes, logo após, 24h e 48h após a sessão HIFT. A carga interna foi equalizada usando a PSE (Percepção de Esforço) e o percentual 1RM. ANOVA de medidas repetidas foi utilizada para determinar possíveis diferenças entre e intra valores da atividade de CK e LDH. Teste post-hoc de Bonferroni foi utilizado. Eta-quadrado parcial foi computada para caracterizar o tamanho do efeito. RESULTADOS: Segundo marcadores bioquímicos e indicadores de desempenho, os dois grupos sofreram danos musculares induzidos pela sessão HIFT. A atividade da CK (Mmol) aumentou apenas entre grupos comparando pré-treino HIFT (HT = 185,85; LT = 135,25) (eta = 0,10; p = 0,043). LDH não alterou significativamente entre ou intra grupos. O salto vertical (cm) reduziu no CMJ no pós-treino para os dois grupos (HTpós=36,5; LTpós=34,1), demonstrando fadiga de membros inferiores em relação ao pré-treino (HT; eta=1,11; p=0,024 e LT; eta=0,80; p=0,017) e também reduziu comparando pré-treino HIFT vs. pós-treino para grupo HT (HTpré=39,5; HTpós=36,5) (eta=1,11; p=0,035) e LT (LTpré=37,4; LTpós=34,1) (eta=0,76; p=0,019). O grupo LT reduziu o VO2max logo após-treino HIFT (43,75±3,05 ml·kg-1·min-¹) (eta=1,21; p=0,001). Houve uma tendência para recuperação mais rápida dos danos musculares no grupo HT. CONCLUSÃO: O grupo HT demonstrou maior desempenho nos pós treino quando comparado ao LT.