Os enunciados do jogo e o imaginário do esporte. Métodos para o ensino e pesquisa histórica do jornalismo esportivo
Por Rafael Duarte Oliveira Venancio (Autor).
Em Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo - REBEJ v. 5, n 17, 2015.
Resumo
O presente artigo busca delinear métodos para guiar a pesquisa e ajudar no ensino dojornalismo esportivo. Para delinear os métodos, mostraremos em um primeiro momento como o esporte pode ser fomentador de cultura e imaginário. Depois, nos concentraremos em duas categorias: o objeto do esporte (competições, jogos, o esporte em si) e o sujeito do esporte (atletas, técnicos, torcedores). Para a primeira categoria, introduziremos a ideia de 'história enunciativa', tratando o objeto do esporte enquanto enunciados compartilhados pela cultura esportiva. Para a segunda categoria, mostraremos o auxílio que a 'narratologia' pode nos dar para entender as 'estórias' compostas na história dos humanos que trabalham o esporte. Por fim, em uma situação híbrida de sujeito-objeto, demonstraremos a importância de duas categorias discursivas, o 'ethos' e o 'ethos reflexivo', enquanto formas de análise quando o esporte/esportistas, objeto/sujeito, fala (ou é falado) de si. Com esses três métodos, acreditamos mostrar que a compreensão de como sujeito e objeto se interagem no esporte é a tarefa primeira do tornar-se jornalista esportivo.
REFERÊNCIAS
AMOSSY, Ruth. O ethosna intersecção das disciplinas: retórica, pragmática, sociologia dos campos. In: ______ (Org.). Imagens de si no discurso. São Paulo: Contexto, 2005.
ARISTÓTELES. Analíticos anteriores.In:______. Órganon.Bauru: Edipro, 2005a.
______. Arte retórica e arte poética. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005b.AUSTIN, JohnLangshaw. How to do things with words. Cambridge: HUP, 1975.AVERROES. Short commentary on Aristotle’s ‘rhetoric’. In:
______. Three shorts commentaries on Aristotle’s ‘topics’, ‘rhetoric’, and ‘poetics. Albany: SUNY, 1977.BARTHES, Roland. L’ancienne rhétorique. Communications, Paris, v. 16, n. 1, p. 172-223, 1970. Disponível em: <http://www.persee.fr/doc/comm_0588-8018_1970_num_16_1_1236>. Acesso em: 12 jul. 2015.
BLAUSTEIN, Michael. The scope and methods of rhetoric in Averroes middle commentary on Aristotle’s rhetoric. In: BUTTERWORTH, CharlesE. The political aspects of Islamic philosophy. Cambridge: CMES, 1992.
BUCCI, Eugênio; VENANCIO, Rafael Duarte Oliveira. Valor de Gozo: um conceito para a crítica da indústria do imaginário. Matrizes, São Paulo, v. 8, n. 1,p. 141-158, jan./jun. 2014.
BUTTERWORTH, CharlesE. The teaching of the text. In: AVERROES. Three shorts commentaries on Aristotle’s ‘topics’, ‘rhetoric’, and ‘poetics. Albany: SUNY, 1977.CHARAUDEAU, Patrick. Discurso político.São Paulo: Contexto, 2006.
CUNHA, Raquel Cantarelli Vieira. Os conceitos de comunicação e cultura em Raymond Williams. 2010, 109 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) –Faculdade de Comunicação, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
GREIMAS, Algirdas Julien. Os atuantes, os atores e as figuras. In: CHABROL, Claude et al. Semiótica narrativa e textual. São Paulo: Cultrix; Edusp, 1977.
______. Semântica estrutural. São Paulo: Cultrix; Edusp, 1973
.HYPPOLITE, Jean. The structure of philosophic language according to the ‘preface’ to Hegel’s ‘Phenomenology of the mind’. In: MACKSEY, Richard; DONATO, Eugênio. The structuralist controversy.Baltimore: J.Hopkins Press, 1972.
JOSEPH, IrmãMiriam. O Trivium.São Paulo: ÉRealizações, 2008.
KENNEDY, George. The art of persuasion in Greece. Princeton: PUP, 1963.
KROEBER, Alfred.A natureza da cultura.Lisboa: Ed. 70, 1993.
LANHAM, Richard A. A handlist of rhetorical terms. Berkeley: UCP, 1990.
LÉVI-STRAUSS, Claude. La pensée sauvage.Paris: Plon, 1962.LOVEJOY, Arthur O. A grande cadeia do ser. São Paulo: Palíndromo, 2005.MAINGUENEAU, Dominique. O contexto da obra literária. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
______. Termos-chave da Análise do Discurso. Belo Horizonte: Editora UFMG,2006.PAZ, Octavio. La máscara y la transparencia. In: FUENTES, Carlos. Cuerpos y ofrendas. Madri: Alianza, 1972.
PRINCE, Gerald. A dictionary of narratology. Lincoln: U. Nebraska Press, 2003.
SKINNER, Quentin. Conventions and the undestanding of speech acts. The Philosophical Quaterly,Oxford, v. 20, n. 79, p. 118-138, abr.1970.
______. Hermeneutics and the role of History. New literary History, Baltimore, v. 7, n. 1, p. 209-232, mar./jun. 1975
.______. Meaning and understanding in the History of Ideas. History and theory, Middleton, v. 8, n. 1, p. 3-53,1969.
______. Motives, intentions and theinterpretation of texts. New literary History, Baltimore, v. 3, n. 2, p. 393-408, mar. 1972.
______. On performing and explaing linguistic actions. The Philosophical Quaterly, Cidade, v. 21, n. 82, p. 1-21, jan. 1971.
______. Razão e retórica na filosofia de Hobbes. São Paulo: Unesp, 1999.
______. Visions of politics: regarding method. Cambridge: CUP, 2002.SOURIAU, Etienne. Les deux cent mille situations dramatiques. Paris: Flammarion, 1950.
VENANCIO, Rafael Duarte Oliveira. Massificação e Jornalismo. 2010, 343 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) –Escola de Comunicaçõese Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
VOGT, Carlos. Os dois labirintos. In: ______. Linguagem, pragmática e ideologia. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1989.