Resumo

Topico do Curso de Formação de Treinadores de Futebol, de responsabilidade da AGAP-MA, disciplina História do Futebol no Maranhão. A escrita da História do Futebol vista sob a memoria de seus protagonistas, os foot ballers - os futebolistas.

Integra

OS FUTEBOLISTAS

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

 

 

Neste capitulo, estão relacionados aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram com a História do Futebol no Maranhão. Suas biografias – incompletas, mas resgatado o que foi possível – foram tiradas de jornais, livros, e, principalmente, de entrevistas, algumas realizadas pelo Autor, outras, de reportagens dos jornalistas Edivaldo Pereira Biguá e Tânia Biguá; outras, do jornal “O Esporte”, do final dos anos 40, do jornalista Ribamar Bogéa; mas a fonte principal, foi o livro de Dejard Ramos Martins, Esporte, um mergulho no tempo. Capítulo específico do ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO[1] .

Ao apresentar a História de Vida desses personagens, está se resgatando como o Futebol foi introduzido e se implantando nas terras maranhenses. Sua trajetória esportiva é a mesma do futebol... Apresentaremos alguns personagens que, embora não tenha se dedicado diretamente ao ofício de jogador de futebol, atuaram como dirigentes esportivos e tiveram, em suas atuações e funções, importância para a consolidação do mesmo.

Adotamos a metodologia do Atlas do Esporte no Brasil, que tenho utilizado no resgate da memória do esporte no Maranhão, indicando-se o ano (ou o período) e o principal acontecimento ocorrido.[2] As biografias serão apresentadas em ordem de nascimento

JOAQUIM MOREIRA ALVES DOS SANTOS - Nhozinho Santos

1905 – retorna de Liverpool (Inglaterra),onde fora estudar, e traz consigo vários equipamentos esportivos, introduzindo alguns esportes no Maranhão. Naquele final de ano, reuniram-se na residência dos Santos, na rua Grande, 1018 (Instituto Zoé Cerveira) além de Nhozinho,  seus irmãos Totó e Maneco, alguns amigos e convidados para tratar da implantação do "foot ball association" no Maranhão. Além dos irmão Santos, estiveram presentes: John Shipton, John Moon, Ernest Dobler, ingleses empregados na Boot Stearship Co. Ld. - Mala Real Inglesa -, Botho & Co. Ld., e os maranhenses Izidoro Aguiar, Edmundo Fernandes, Afonso Gandra, José Ramos Bastos, Antero Novaes, Carlos Neves, Antero Serejo, e outros mais (MARTINS, 1989 : 284). Ficou estabelecido que na vasta área da Fábrica seria construído um campo para a prática do futebol. Foram sacrificadas algumas árvores, para que tivesse as dimensões necessárias para a pratica do esporte. A princípio houve alguma dificuldade para se arranjar os onze jogadores para se formarem os times. Os treinamentos eram realizados com dois quadros de oito jogadores, cada. As competições no campo do FAC começaram a despertar a curiosidade dos transeuntes, que assistiam as partidas através de aberturas no cercado da Fabril. Ninguém entendia do que se tratava, ao observarem os rapazes correndo atrás da bola, pois havia muita disputa e muita algazarra: "Sucederam-se os treinamentos com os 'sportmen' apurando a forma técnica, entendo melhor as regras ... não havia treinamentos físicos. A resistência vinha em decorrência do maior tempo dos coleticos que, às vezes, processavam-se até não ser mais enxergada a bola. Assim, decorreu o ano de 1906, uma ou outra disputa entre as duas formações, usando camisas e chuteiras e as bolas importadas". (MARTINS, 1989 : 284-285). 1907 – Funda, nas dependências da Fábrica Santa Isabel – de propriedade de sua família -  o FABRIL ATHLETIC CLUB - FAC -  para a prática do "foot-ball association"; também foram praticados o Tênis, o Cricket, o Crockt, o Tiro, e o Atletismo. (Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do "foot-ball" em Maranhão. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, ano 5, n. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, O nascimento de uma paixão. O IMPARCIAL, São Luís, Domingo, 29 de outubro de 2000, p. 7. Esporte.)

RAUL ANDRADE

1891 - nasceu em Belém do Pará, em 15 de maio. 1903 - Estudante do Ginásio Paes de Carvalho, aprendeu a manejar o balão, tendo iniciado sua carreira esportiva aos 12 anos. 1908 - fundado o Esporte F. C., o crack Raul já dominava bem o balão, atuando na aza média e na zaga. Seus colegas eram Moraes, Coronel Castanha Podre e outros.  1911 - o Esporte mudava de nome, passando a ser o Time Negro (hoje, Paissandú). 1914 - Raul veio a São Luís a passeio (a Primeira Guerra Mundial estava começando ...) para visitar sua família e, em companhia de outros esportistas, fundou dois times com os nomes de França F. C. e Alemão F. C., com as camisas dos citados grêmios correspondentes às bandeiras francesa e alemã. 1915 - era fundado o Foot-Ball Athletic Club - FAC - o antigo Fabril Athletic Club, com outra denominação, mas ainda funcionando no mesmo local, com as mesmas pessoas. O grêmio "milionário" - pertencia à elite empresarial e comercial ludovicence - possuía dois grandes quadros - o Red Futebol Clube e o Black Esporte Clube. A diretoria era uma só, entretanto sempre existiu rivalidade entre os integrantes do Red e do Black. Nessa época, o futebol maranhense já possuía três bons clubes, que eram os quadros do Red e do Black (FAC) e o XI Maranhense. Nhozinho Santos e Saturnino Belo eram os principais dirigentes. 1916 - com o concurso de alguns elementos do FAC e alguns esportistas nascia o Luso Brasileiro, vindo então a rivalidade que deu origem aos tradicionais clássicos - Luso x FAC, a maior sensação do futebol maranhense do passado. O dr. Raul deixou de praticar o futebol quando o Remo fez sua primeira visita ao Maranhão. Ainda enfrentou a turma paraense, jogando pelo Red. Além de ser sócio fundador do FAC, passou a ser diretor e foi tesoureiro da antiga AMEA.

VALÉRIO MONTEIRO

1901 - nascido em Alcântara no dia 1º de abril; 1907 - Aos 6 anos veio para a capital. Morando numa vivenda à rua Jacinto Maia, defronte ao antigo Gazômetro, dando suas fugidas para as peladas da Praia do Caju, onde existia, na época, uma verdadeira escola de futebol, tendo conseguido diploma naquela zona atletas como Clarindo, Cabelo,  Lucas (Júlio Galas), Beleza e outros. E Valério Monteiro foi um dos elementos preparados na "Universidade Futebolística da Praia do Caju". -  Valério jogava no Paulistano da Praia do Caju, quando foi comandado pelo sr, Jacques Vieira para defender o Spark F. Clube, grêmio da primeira usina elétrica que o Maranhão possuiu.  Depois, foi levado pelo português David Martins Sousa para o Luso Brasileiro. Após um grande período em que o futebol maranhense viveu em abandono, Valério aparece no Sírio como diretor, jogador de futebol e astro do basquete e volei.

JOÃO GERALDO PESTANA – TANGA

1901 - nascido em São Luís em 24 de setembro, começou a se destacar no campo do XI Maranhense, de Gentil Silva, próximo ao cais. Jogava na equipe do Maranguape, e as partidas terminavam na hora do almoço e prosseguiam à tarde no corredor da Pacotilha. Tanga muitas vezes se encontrou com Dico... 1918 - O presidente do Fênix fez o convite para defender as cores do clube. A sede do Fênix, nessa época, ficava nos fundos da vacaria de D. Lúcia, na rua da Independência. O amadorismo, nessa época, era um fato, com os jogadores se cotizando para comparem as equipagens e alugar os campos de jogo. Se fazia o esporte, por esporte... Quando foi para o Fênix, Tanga levou junto o amigo Dico. 1919 - passou para o Luso. 1920 - Após ter sido campeão, seguiu, em companhia de Dico, para o Ceará, para defender as cores do Guarani. Lá, conseguiu um bom destaque, após um período ruim e somente voltou a São Luís quando foi convocado. Ao regressar, passou a defender as cores do FAC. Porém, disputou apenas um jogo: o grêmio "milionário" - pertencia à elite - depois de abater o Fortaleza por 3 x 0, foi sepultado, ficando em liberdade cracks de projeção como Paulo Cunha, Rivas, Astrolábio, Bacalhau, Dávila, Tanga, Guilhonzinho, Enéas. Com a morte do FAC, surgiu o Santa Cruz, clube de elite, contando com Ricardo Costa, Agenor Vieira, Luzico Guterres, Zé Ramos, Aníbal Verry, Zé Joaquim, Bernardino Cunha, Zé Melo, e outros. Após jogar no Santa Cruz, Tanga abandona o futebol.

PAULO KRUGER DE OLIVEIRA

1901 - nasceu em São Luís em 28 de fevereiro, no Bairro do Diamante e pertencia à família Ramos de Oliveira. Começou a jogar futebol no Instituto Maranhense, de Oscar de Barros. 1916 - na casa de Manoel Guimarães, na Rua Rio Branco, fundou o Barroso Futebol Clube. Este clube tinha entre seus craques Carlos de Moraes Rêgo - irmão do professor Luis Rêgo - e Tasso Serra. 1918 - Depois que o Barroso terminou, em 1918, Paulo atende convite de  Saturnino Bello e Antero Matos e transfere-se para o FAC, ao lado de Agenor Vieira e Joaquim Carvalho. Oliveira passa a jogar no gol da equipe "milionária", ao lado de Cantuária, Roxura, Saracura, Enéas, Carlito, Danilo e outros. 1920 - Paulo Kruger abandona o FAC, passando a dirigir o Santa Cruz. 1923 - a jogar, até 1925. Abandonando o gol em definitivo. - Foi secretário da AMEA e a presidiu em 1930.

JOSÉ FERREIRA FILHO – Zuza

ZUZA, conhecido como "o professor", meia canhoto do Moto Clube e considerado o melhor meia do norte em sua posição. 1916 - nasceu em 16 de agosto, tendo começado a jogar futebol em sua cidade natal, Caruarú,  ingressando no quadro infantil do Central;  1935 - passa para o quadro de aspirantes e em seguida, para o de titulares. 1937 - conquista o vice-campeonato do torneio intermunicipal. 1938 - o Caruaru participa do campeonato da primeira divisão, mas não vai até o final, licenciando-se; Zuza passa a integrar, então, o time do América. Em 1938, está no Ferroviário, atuando por duas temporadas. 1941 a 1945 - vamos encontrá-lo no Ceará Sporting Clube. 1945 - Como o Ceará fora suspenso pela FCD, o Moto Clube vai buscá-lo; o Moto Clube forma seu time com profissionais -. Além de Zuza, vem também Rui. Zuza participou daquele cérebre jogo entre Mineiros 3 x 7 Maranhenses

FRANCISCO TAVARES - CHICO BOLA

1903 - nasceu em São Luís, à rua do Passeio, no dia 03 de dezembro; 1918 - começou a bater bola em 1918, no Largo de São Pantaleão, no terreno onde hoje se ergue a Maternidade, ao lado de Zizico e Tutrubinga. O primeiro clube organizado de que participou foi o Cruz Vermelha, do dr. Hamelete Godois, onde jogava no ataque. Depois, ingressou no Oriente, um clube da 2ª Divisão, de Almir Vasconcelos; seu bairro passou a ser, então, o Santiago. Afastou-se por algum tempo do futebol, quando o Oriente foi extinto; 1925 - retornando para jogar no Sampaio, levado por Almir Vasconcelos. Os colegas de bola eram, nessa época, Zé Ferreira, Munduquinha. Lobo, Raiol, Novais, e outros. 1926 - A maior emoção de Chico Bola no futebol verificou-se em 1926, quando o Sampaio estreou nos gramados oficiais. O grêmio tricolor viera dos subúrbio, com o concurso de jogadores sem experiência. O Luso, ao contrário, possuía grandes craks, como Dico, Negreiros, Wanick, Rochinha e muitos outros. Mas o Sampaio, fazendo alarde de invejável fibra, superou o Luso por 1 x 0. Chico saiu-se a brilhar nesse jogo., Raiol marcou o goal do Sampaio... deixou a Bolívia transferindo-se para o Luso, onde foi campeão em 1926 e 27. Nessa época teve o auge de sua carreira, tendo formado na seleção maranhense por duas vezes; na primeira vez, perderam para o Pará por 5 x 1 e no ano seguinte, fomos eliminados pelos cearenses por 3 x 0. No jogo efetuado em Belém, em 1926, foi a primeira vez que uma seleção saiu para participar de um campeonato brasileiro, formando com Tomaz; Colares e Grajaú; Guanabara, Bola e Jagunço; Tunubinga, Mundiquinho, Zezico, Lobo e Raiol. Chico Bola jogou no Luso até o dia em que o grêmio "azulino' foi extinto. Depois do Luso, formou no quadro do Santa Cruz, abandonando o futebol definitivamente em 1929.

RAIMUNDO ROCHA – DICO

1903 - Nasceu a 11 de fevereiro de 1903 em Barro Vermelho, município de Viana. Ainda pequeno, veio para São Luís, vindo a residir na Rua da Manga, 46. Um dos maiores atletas maranhenses de todos os tempos, alcançou títulos sugestivos como campeão regional de Atletismo, além de outros esportes, pois era um atleta completo. Em toda a sua carreira esportiva, ganhou 48 medalhas, sendo 35 de ouro: corrida rústica; provas de velocidade; salto com vara; arremesso do peso; lançamento de dardo; lançamento de disco Fonte: O ESPORTE, São Luís, 14 de setembro de 1947.

A biografia esportiva de RAIMUNDO ROCHA, dá-nos idéia de como foram aqueles primeiros tempos, após a inauguração do futebol e a introdução dos esportes modernos em Maranhão, após a fundação da Associação Maranhense de Esportes Amadores - A.M.E.A -. DICO, como era conhecido, além de ter sido campeão várias vezes, como futebolista, alcançou outros títulos sugestivos como campeão regional de Atletismo, Voleibol, Basquetebol, etc. Era um atleta completo. Junto com um amigo, Elízio, formou o Paissandú - um clube dos pés descalços. Quatro forquilhas serviam como áreas e eram transportados para os locais escolhidos para as lutas - Desterro, Madre Deus, Largo de São Pantaleão, Santiago. Logo que a turma chegava, tratava de fazer os buracos e enterrar as forquilhas, para que fossem iniciadas as disputas.

Nessa época, Dico era auxiliar de alfaiate e era quem confeccionava as bolas. Arrumava bexiga de boi no Matadouro e fazia de taboca de mamão a respectiva bomba para encher a esfera. Depois de cheias, as bexigas eram cobertas de lona, para ficarem mais resistentes.

Dico fazia sempre cinco a seis bolas de cada vez, prevendo o aparecimento dos policiais e a prisão das esferas, pois quando os soldados apareciam, ninguém se lembrava da bola que estava em jogo. Todos tratavam de arrancar as forquilhas e correr para voltar depois e armar o campo, a fim de  que a luta fosse reiniciada, com nova bola.

A primeira posição de Dico foi ponta-direita. Em 1918, ele já figurava no Fênix e atuava como médio; em 1919, já era goleiro de fama e estava jogando no Luso, sagrando-se campeão maranhense. Nessa época, o time de Antero Novaes formava com Negreiros, Cantuária, Cabral, Sezão, Kepler, Santa Rosa (o velho Santa Rosa dos Correios e Telégrafos), Santana, Dantas, Joãozinho, Rochinha e outros. Com esse time, o Luso foi bi-campeão, em 1920.

Dico foi para Fortaleza, a convite do Guarani, pois iriam participar pela primeira vez de um campeonato brasileiro e precisavam de um bom guarda-metas. Jogou por três anos.

Após a temporada em Ceará, Dico volta a São Luís, para o mesmo Luso, jogando uma temporada, quando o time foi extinto pelo Dr. Tarquínio Lopes...

Terminado o Luso, Hermínio Bello formou o América. Dico ficou pouco tempo, passando-se para um novo clube - o Sírio Brasileiro, onde também teve destaque como guarda-metas. O time da Montanha Russa tinha em sua   diretoria Silvio Tavares, Chafi Saback, Antoninho, Simões, Jamil Jorge, Pires de Castro, Fiquene, Benedito Metre e outros; dentre os jogadores, destacavam-se Stelman Porto, César Aboud, Ferdinando Aguiar, Toninho, Osvaldo, Amintas, e outros.

Após ser campeão pelo Sírio, Dico transfere-se para o MAC, em conseqüência da cisão que houve no grêmio dos árabes e que deu origem ao aparecimento do grêmio atleticano. Seus companheiros eram: Enes, Adolfo, Filemon, Stelman, Bombom, Babí, Silvio, Antenor, Chaves, Dribrador, etc. Depois, Dico abandonou a prática de futebol, dedicando-se ao cargo de técnico do próprio MAC, até o dia em que César Aboud tomou conta dos "cracks" maranhenses. Um ano depois, Dico figurava como técnico do FAC, em uma excursão vitoriosa à Teresina. Na volta, passou a ser treinador do Moto Clube. Não esse Moto Clube que conhecemos, cheio  de valores e elementos importados - esta reportagem foi escrita em 1947 ... -; quando Dico treinava o Moto Clube, o grêmio da fabril contava apenas com Mourão, Jabá, 91, Zequinha, Barbado, Veloz, Barata...

Dico, em toda a sua carreira esportiva, ganhou 48 medalhas, sendo 35 de ouro, em futebol, corrida rústica, provas de velocidade, salto com vara, arremesso do peso, lançamento de dardo, lançamento de disco, volei, basquete e boxe. Encerrou a carreira como árbitro de futebol [3].

ABRAHÃO HELUY

1905 - Nasceu em 03 de julho. ? - começou a jogar futebol no time do Chico Gomes. 1914 - A primeira camisa que vestiu foi a do Onze Maranhense, de Carvalho Branco, ao lado de Gentil Silva e Polari Maia. 1916 - ingressou no Baluarte, fazendo companhia a Carlos Tajra, Kenard, João Metre e outros. 1917 - transferiu-se para o América, onde teve como companheiro Palmério. Após breve temporada, passou-se para o juvenil do Luso Brasileiro, onde fazia misérias no arco, enquanto Luiz Vieira, Silva, Raimundo e outros elementos que atuavam na retaguarda, o defendiam contra os assaltos dos adversários. Quando cansou de jogar no Luso, rumou para o FAC, encerrando a sua carreira em 1921. 1948 - - o Abrahão do Bar Garota, hoje em dia (1948) só tem barriga; todavia já foi um craque de bola. Foi goleiro exímio.

LUIZ DE MORAES RÊGO

1906 - natural do Maranhão, onde nasceu em 28 de outubro, filho de João Maia de Moraes Rego e Custódia Veloso de Moraes Rego, à rua da Palma, 14, tendo aprendido as primeiras letras na Escola Modelo Benedito Leite.

O Futebol para Luiz Rego começou muito cedo; ele fazia parte das peladas da Praça Antônio Lobo, em companhia de Antônio Frazão, José Ramos, Júlio Pinto, Marcelino Conceição, Totó Passos, Fernando Viana, e outros. Jogava na ponta canhota e muitos candieiros de gás andou quebrando com seus violentos petardos. 1920 - Luiz Rego nunca se esqueceu daqueles tempos de peladas, lembrando que os treinos aconteciam no corredor de um sobradão da Rua da Cruz, entre a rua do Alecrim e Santo Antônio, sob a luz de uma lamparina, às 4 horas da madrugada. Nessa época, tinha 14 anos de idade.

1921/2 (?) - Na Escola Normal, jogava no Espartaco, um clube formado exclusivamente por  alunos daquele estabelecimento de ensino; seus colegas eram Oldir, Valdir Vinhaes, Carlos Costa, José Costa, José Ribamar Castro, Jaime Guterres, Peri Costa, e outros. E como adversário do Espartaco apareceu  logo depois o "João Rego", clube formado por Antônio Lopes, que contava com Frazão, Penaforte, Aragão, Clodomir Oliveira e Luiz Aranha. Quando passou para a Escola de Farmácia, mudou para o time dessa escola, formando com Milton Paraíso, Chareta e Frazão. 1924 - Luís Rêgo iniciou-se no magistério em 1924, aos 17 anos de idade. 1926 - fundador, em 1926, junto com Mata Roma do Centro Caixeiral, da Escola Técnica do Comércio do Maranhão 1927 –terminou a Escola de Farmácia, o endiabrado crack passou a ser o respeitado Professor Luiz Rego.1928 - nomeado professor normalista. 1932 - no Governo Serôa da Mota, quando é criada a Escola Normal, passa a ser seu diretor; Foi diretor da Escola Normal entre 1932 e 1936, tendo sido dono da parte da educação no Governo Paulo Ramos (Diretor de Instrução Pública). Cargo que também exerceu no governo Neiva de Santana.  1933 – prestou concurso público de provas e títulos Liceu Maranhense, tendo alcançando a cátedra de Ciências Físicas e Naturais, lá permanecendo até 1950. 1934 - Foi fundador - junto com o Professor Luiz Viana - do Colégio de São Luís, em 8 de setembro. O Colégio estava localizado na Rua Rio Branco, esquina com a Praça Odorico Mendes e depois, em 1937, mudou-se para o sobradão de número 48, onde hoje está a Vila Iná; ao fundar o Colégio de São Luís, já tinha, portanto, 10 anos de experiência no magistério.

No Colégio de São Luiz sempre cuidou do esporte. Incentivava a prática de jogos, organizava clubes e embaixadas esportivas, que muitas das vezes saiam de São Luís a fim de fazer grandes apresentações em outras plagas vizinhas. Graças à disposição do Professor Luiz Rego, o Colégio de São Luiz formou destacados valores do nosso esporte, dentre os quais podem ser citados Rubem Goulart, José Rosa, José Gonçalves da Silva, Luiz Gonzaga Braga, Valber Pinho, Celso Cantanhede, Americano, Sales, David, Ataliba, Tent. Paiva, Rui Moreira Lima, e muitos outros. Inclusive Dimas, que foi aluno, e depois, professor do Colégio de São Luiz ...  

1937 - muda-se para o Rio de Janeiro. 1948 - eleito para a Academia Maranhense de Letras. 1950 - ingressa na Escola Técnica Federal do Maranhão, como professor de Física e, depois como técnico em assuntos educacionais, se aposentando em 1976. 1963 - passou a integrar o Conselho Estadual de Educação, quando constituído no Governo Newton Bello, tendo sido reconduzido nos governos Sarney, Pedro Neiva e Nunes Freire, ocupando a presidência por diversas vezes. No MEC foi, durante muitos anos, Inspetor Regional do Ensino Comercial nos estados do Maranhão e Piauí e, com a extinção do cargo, foi relotado na ETFM como técnico em assuntos educacionais. Além desses, deu aulas nos Colégio Rosa Castro, Colégio Santa Teresa, Colégio Arimatéia Cisne e Colégio Gilberto Costa. 1978 - Luiz Rego despediu-se do magistério em 5 de maio fonte: REGO, Luis de Moraes. CULTURA E EDUCAÇÃO. São Luís : Sioge, 1980

CARLOS VARELA

1906 - nasceu em São Luís no dia 1º de novembro. Começou a jogar futebol nas peladas do Largo da Conceição, conhecido como Estádio Varela, ponto de exibição de Severino, Pé de Remo, Mourão, Agenor Vieira, Carlos Tajra, João Almeida ... Depois das peladas do Largo da Conceição, Varela passou a jogar no São Luiz, do Colégio dos Maristas, transferindo-se, em seguida, para o União, de Saladino Cruz, onde tinha a companhia dos cracks Sarrabulho e Almeida. Depois do São Luiz, passou para o Baluarte F.C., se exibindo no campo do Onze Maranhense, no Cais, juntamente com João Almeida, Cabelo de Ouro, Kenard, etc.  1922 - com 16 anos, Varela ingressou no juvenil do FAC. 1924 - juntamente com Hilton Monteiro, funda o Dublin F. Clube, contando na estréia com Belmiro, Alemão, Gregório, Zé da Quinta, Valério Monteiro, Severino, Delfim Nunes, Clarindo, e outros. 1927 - Foi no Dublin que Varela encerrou a sua carreira esportiva em 1927, quando o clube foi extinto.

JAIME DAMIÃO DA COSTA – MASSARIQUINHO

1906 - nasceu em São Luís no dia 12 de fevereiro. Começou a jogar bola no 18 de Novembro, de Alfredo da Bateria, equipe do Gazômetro, e contava com o concurso de Paulo Melado e João Canhoteiro; depois, Jaime ingressa no Leãozinho F.C. 1923 - No dia em que fundaram o Sampaio Corrêa, na casa de Inácio Coxo, na Praça da Alegria, Jaime estava presente, sendo sócio-fundador do tricolor de São Pantaleão. No dia da estréia do Sampaio, compareceu ao campo, mas com a camisa do Leãozinho para jogar contra o Iole, na preliminar - não era bom o suficiente para jogar no clube que ajudara a fundar -; Inácio Coxo, Rochinha, Vítor, João Catá, Nhá Bá e Teodorico também jogaram pelo Leãozinho e venceram por 1 x 0, gol de Jaime. O Sampaio, jogando contra o Luso, também venceu por 1 x 0 e formou com Rato; Zénovais e João Ferreira; Rui Bride, Chico Bola e Raiol; Tunilinga, Mundiquinho, Zezico, Lobo e João Macaco. 1928 - Jaime estreou no Sampaio, contra o Tupan - 7 x 4 para o Sampaio. Prosseguiu com sua jornada no Sampaio até 1937, sendo campeão em 28 e 29; vice em 30 e 31; campeão em 32, 33 e 34; vice em 35. Em 36, não houve campeonato na cidade, devido a uma dissidência. 1930 A 1941 - formou na seleção maranhense, sempre com boa atuação, não sendo "barrado" uma vez sequer. 1937 - está no MAC, sagrando-se campeão; 38, vice-campeão - o título foi do Tupan -; 1939 - volta para o Sampaio, sagrando-se campeão nesse ano e em 1940; vice em 41; campeão em 41 e vice em 43, ano em que o Moto Clube alcançou o ponto máximo pela primeira vez.

SIMÃO FÉLIX

1908 - maranhense de Grajaú, onde nasceu em 3 de maio de, praticou o futebol, o basquetebol, voleibol, motociclismo, natação, remo e muitas outras modalidades. Era um autêntico campeão. 1915 - Veio para São Luís em 1915, quando tinha 7 anos de idade, localizando-se na Rua da Palma. Largo das Mercês e Quartel da Polícia [onde hoje é o Convento das Mercês]; foram os seus primeiros locais de diversão. Em tais locais, começou a chutar "bola de meia" e aprender a correr, em vista de aproximação dos policiais. Depois do futebol, passou a ser remador. Construiu a piscina do Genipapeiro, em companhia de outros colegas e fez daquele local o seu ponto de recreio. Possuía um bom "yole" e remava com relativa facilidade. Como futebolista, jogava pelo Sírio. Faltava um guardião para o time da Montanha Russa e Simão, que era bamba no basquete e volei, foi encarregado de guarnecer a cidadela do Sírio. No dia da estréia do grêmio árabe, Simão fez defesas espetaculares, chegando a defender três penalidades. O Sírio venceu o Libertador por 1 x 0. Antonhinho, Simão, Fuad Duailibe, Chafi Heluy, César Aboud, Amintas Pires de Castro, Silva e Jaime também colaboraram bastante. Simão disputou várias partidas pelo Sírio, porém devido a seu estado de saúde deixou de praticar esportes por algum tempo, indo para o interior do Estado. Quando não quis mais jogar como goleiro, João Mandareck estava fazendo misérias no arco, Simão passou a zaga, até a extinção do Sírio, abandonando o futebol. Continuou apenas com a prática da bola-ao-cesto, bola ao ar (volei ?), atletismo, motociclismo, tênis, remo e outros esportes. 1947 - Simão Félix deixou de praticar o basquete e o volei em 1947, quando figurou na equipe do Pif-Paf, num campeonato interno organizado pelo Moto Clube. O crack praticou também o box, tendo disputado uma luta no Éden (cine Éden, onde hoje é a loja Marisa, na Rua Grande) contra um pugilista cearense. - Era louco por corrida de bicicleta e motocicleta. Como também a pé, demonstrando sempre muita resistência. No lançamento do peso, do disco e do dardo era bamba, o mesmo acontecendo nos 100 metros e no salto em extensão.

FILESMON GUTERRES

1909 - natural de Santo Antônio, município de Pinheiro, onde nasceu em 22 de novembro. Seu primeiro clube foi o Red and White, da cidade de Pinheiro. 1926 - Quando tinha 17 anos de idade, veio para São Luís procurar trabalho e estudar. Passou a morar no Beco da Lapa, 55, na casa de Josimo Carvalho. Após dois meses em São Luís, foi levado por João Baueres para o Sírio Brasileiro. Sua primeira partida foi contra o Luso Brasileiro, de Newton Belo, Chico Bola, Guilhon, Amintas Guterres, Balduíno; enquanto o Sírio contou com  Augusto, Fuá (Fuad ?) e Simão Félix; César Aboud, Filemon e Nariz; Sílvio Tavares, Jaime, Pires de Castro e Eupídio. 1932 - abandonou o Sírio, devido a um aborrecimento e juntamente com outros colegas, fundaram o Maranhão Atlético Clube. O caso é que o sr, Jurandir Sousa Ramos queria mudar o nome do Sírio e muitos associados não concordaram. Em conseqüência, 86 sócios do grêmio da colônia  síria abandonaram o citado esquadrão e fundaram o MAC.

VITAL FREITAS

- nasceu em São Luís e começou a bater bola no campo da Igreja São Pantaleão, contra os times do catecismo do Desterro, Conceição, Carmo, Sé e outras igrejas. Depois, Vital passou a atuar no quintal de Chico Rocha, no Apicum e num terreno de Manduca, à rua do Outeiro, onde nasceu o Sampaio Corrêa. Nos campos da Camboa, Madre Deus, Quinta do Barão, Praça da Alegria, Largo de Santiago, Praça Clodomir Cardoso, ele aperfeiçoou a sua "chuteira”!... E tinha como parceiros naqueles tempos, os cracks Manoel Beleza, Nhá Bá, Virador, Inácio Coxo, Pedro Gojoba, Daniel Rocha, Nemézio, Zé Novais, Valdemar Sá, Coelho, Paulo Lobo, Antônio Benfica e outros. 1923 - Esses elementos, sob a orientação de Vital e Natalino Cruz, fundaram o Sampaio Corrêa em 1923, inspirados pelo grande feito do aviador patrício Pinto Martins que, com Valter Hilton, fez o "raid" das duas Américas num hidroavião que tinha o nome de "Sampaio Corrêa II". Vital Freitas sentiu-se bem em ter oferecido a primeira camisa em que o esquadrão "boliviano" envergou no retângulo de grama e que tinha a gola verde, todo o corpo amarelo e uma bola vermelha no peito esquerdo. O Sampaio Corrêa estreou em uma partida contra o Luso Brasileiro, à época o líder invicto do futebol maranhense. Foi árbitro o veterano Antero Novais e o Sampaio venceu por 1 x 0. Além de diretor do Sampaio, Vital foi árbitro da AMEA, da qual foi fundador juntamente com Guilhonzinho Coelho e Antônio Carneiro Maia, tendo trabalhado para a fundação do

PAULO SILVA - PAULO MELADO

1912 - Nasceu em São Luís em 10 de janeiro, na rua do Machado, próximo à Praia do Caju. Começou a jogar futebol no corredor da "Pacotilha", ao lado de Badico e outros veteranos. O corredor da "Pacotilha" não era um campo de futebol, pois era muito estreito e servia apenas para as clássicas partidas de bola de meia.  O Leãozinho F. C. da rua Afonso Pena foi o primeiro clube de Paulo Melado; era dirigido por Carlos Moreira e eram seus companheiros: Tunico (irmão de Mourãozinho), Lúcio, Eusébio e outros.  Depois do Leãozinho, foi para o Tupi, disputar a primeira divisão da antiga AMEA. Sentiu os efeitos da mudança, pois quando jogava no Leãozinho, as traves tinham apenas 4 metros de largura e uns 2 metros de altura. Entretanto, aos poucos foi se acostumando aos 7 metros - era goleiro - e se tornou ídolo da família 'indígena'. Nessa época, jogavam pelo Tupy: Driblador, Pé de Remo, Café, Cação, João Pretinho e outros. Foram vice-campeões da cidade. 1928 - transferiu-se para o Vasco da Gama, jogando ao lado de Cecílio, Neófito, Massaricão, João Pretinho. 1931 - recebe convite de Carneiro Maia e foi para o América. Por três anos seguidos foram vice-campeões da cidade: Paulo Melado (gol); Raiol e Grajaú; João Franco, Neófito e Vicente Rego; Santana, Papacina, Veríssimo, Cristóvão e Corea. 1934 - convocado para a seleção maranhense. 1935 - passa para o Sírio Brasileiro, jogando até a sua extinção. 1938 - após uma passagem pelo Itapecurú - tem uma desilusão amorosa e volta para São Luís, vindo a integrar o quadro do Sampaio Corrêa. Após algumas partidas, transfere-se para Teresina. 1941 - estava de volta, desta vez para jogar no Moto Clube, formando ao lado de Zezico, Juba, 91, Clímaco, Mojoba, Barata, Mourão, Brandão, Aderson, Valter e outros; o técnico era o tenente José Ribamar Raposo.

ALFREDO SALIM DUAILIBE – Médico, político

1914 - nasceu em 19 de outubro. Foi o primeiro médico maranhense a ingressar em uma Escola de Educação Física com o objetivo de se especializar em Medicina Desportiva. 1931/1936  - cursa medicina na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro; 1938/1941 - médico da enfermaria Santana e do ambulatório de clínica médica, da Santa Casa de Misericórdia; 1942 – cursa especialização em Medicina Esportiva na Escola Nacional de Educação Física; 1943 - fundador e chefe do Serviço de Educação Física do Maranhão; 1944 - professor da Cadeira de Biometria, da Escola Normal do Instituto de Educação; 1946 - Diretor Geral de Instrução Pública, Interventoria Saturnino Bello; 1946/1950 - provedor da Santa Casa; 1947 - Secretário do Interior e Justiça e Segurança do Maranhão, no Governo Sebastião Archer da Silva; 1947/1950 - membro do Diretório Regional de Geografia do Maranhão; 1951/1955 - Deputado Federal; 1954/1962 - suplente do Senador Vitorino Freire; 1955 - assume a Secretaria de Justiça e Segurança no período em que o Governador Matos Carvalho é impedido de  exercer o cargo de governador; 1956/1960 - presidente da LBA do Maranhão; 1961/1966 - Vice-governador, governo Newton de Barros Bello; 1970/1978 - Suplente do Senador Alexandre Costa; 1971/1974 - Secretário do Interior e Justiça e Segurança do maranhão do governador Pedro Neiva de Santana; 1977 - professor de Medicina do trânsito do Curso Básico de Engenharia do Trânsito FESM, IPR-S; professor catedrático de Histologia e Microbiologia, da Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Luís;  Membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra; Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Microbiologia; membro efetivo e fundador da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão; membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia;  sócio efetivo, vice-presidente e presidente interino da Liga Maranhense de Combate ao Câncer; médico do IPASE; médico do Cotonifício Cândido Ribeiro; membro do Conselho do Centro da FUM; vice-coordenador do Instituto de Ciências Físicas e naturais da FUM;  professor de Biometria aplicada à Educação Física, FUM;  Deputado Federal, suplente de Senador, Senador, Vice-governador - tendo assumido o governo do Estado por cinco dias, de 25 a 31 de janeiro de 1966, dando posse ao governador eleito, José Sarney; Foi professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão, atuando também no Curso de Educação Física, como professor, até se aposentar, em 1984. (Fontes: NUNES, Patrícia Maria Portela. MEDICINA, PODER E PRODUÇÃO INTELECTUAL. São Luís : UFMA-PROCIN-CS, 2000; BUZAR, Benedito. VITORINISTAS & OPOSICIONISTAS. São Luís : Lithograf, 2001, p. 55-62; BIGUÁ, Tânia; BIGUÁ, Edivaldo Pereira. Onde anda você ? Dr. Alfredo Duailibe. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 26 de abril de 1998, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes; BUZAR, Benedito. Alfredo Duailibe ao oitenta anos: vitorinista, graças a Deus. O ESTADO DO MARANHÃO, São     Luís, 16 de outubro de 1994, Domingo, p. 20-21. Caderno Alternativo.  VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : Viva Água, 2014) –

RINALDI LASSALVIA LAULETA MAIA.

1914 - nascido em São Luís do Maranhão no dia 05 de fevereiro, filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e de Júlia Lauleta Maia. Iniciou sua carreira esportiva como crack de futebol no América - clube formado por garotos do 2º ano do ginásio, e que praticava o "futebol com os pés descalços". 1939 - o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, sagrando-se bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. 1941 - Rinaldi começa a praticar o Basquetebol, tendo ao lado Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola-ao-cesto, contudo, era público e notório que o Vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do "Oito de Maio". Nas disputas de Volei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola-ao-cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico. 1942.- O melhor ano do esporte para Rinaldi foi nessa temporada: o jovem atleta conquistou nada menos de três títulos sugestivos: campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; campeão invicto de futebol, pelo Liceu Maranhense; e campeão de basquetebol, pelo Vera Cruz. 1943 coberto de louros, Rinaldi embarcou para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física. 1945 – de volta a São Luís, passou a praticar apenas a bola-ao-cesto. 1946 - Rinaldi figurava na equipe de basquetebol do Moto, sagrando-se campeão do "Torneio Moto Clube". Quando da visita do "five" rubro-negro a Belém, Rinaldi teve oportunidade de brilhar na capital guajarina e colaborou naquela magnífica campanha dos motenses. 1947 - Rinaldi tomou outra decisão. Deixou o Moto Clube e tratou de reorganizar o Vera Cruz, seu antigo clube. O seu sonho foi realizado, uma vez que o Vera reaparece. Figurava na liderança do campeonato de basquetebol da cidade. E Rinaldi era figura destacada no grêmio cruzmaltense. Atuava na guarda, onde se destacava, juntamente com o professor Luiz Braga, outra grande figura do basquete maranhense. Cabe ressaltar que o Vera Cruz foi campeão naquele ano. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

ANTÔNIO EUZÉBIO DA COSTA RODRIGUES (Político)

1915 – nasce em 29 de maio, filho de José Fernandes Rodrigues e Maria Pereira da Costa Rodrigues. Fez os cursos primários e ginasial em São Luís, concluindo o ginásio no Liceu Maranhense; 1938 - em Belém, graduou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará. 1941 - nomeado prefeito de Pinheiros; 1947 - eleito Deputado, para a Assembléia Constituinte estadual; 1947 - Secretario de Saúde e Educação do Estado do Maranhão; 1948 - Nomeado Prefeito de São Luís; assumiu em 30 de agosto por ato do governador Sebastião Archer,. - agosto de 1948 a janeiro de 1951; 1950 - concorreu às eleições para Deputado, pelo PST de Vitorino Freire. 1963 - volta a administrar São Luís, repetindo a boa administração anterior-, construindo o Estádio Municipal Nhozinho Santos, o Ginásio que leva o seu nome, no Parque Urbano Santos; na Praça Deodoro, construiu um teatro de arena. As injunções políticas causam nova crise e Costa Rodrigues, novamente, tem de se valer da justiça para permanecer no cargo. 1965 - afastou-se para concorrer ao governo do Estado, disputando com Renato Archer e José Sarney. A eleição de Sarney, pelas Oposições coligadas, resultou no fim do Vitorinismo no Maranhão. O Ginásio de Esportes "Costa Rodrigues", principal praça esportiva, antes da construção do Complexo Esportivo e Social de São Luís, recebeu esse nome em sua homenagem. (Fonte: BUZAR, Benedito. Prefeitos de São Luís no século XX. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 1º de outubro de 2000, p. 12. Caderno Especial; BUZAR, Benedito. VITORINISTAS & OPOSICIONISTAS. São Luís : Lithograf, 2001, p. 83-87).

REGINALDO DO CARMO MENEZES

1915 - nascido no Recife, em 16 de julho; 1927 - começou com o futebol aos 12 anos, no Norte América e depois, no Oceano, quadros "dos pés descalços"  do subúrbio de Santo Amaro. Reginaldo passa a jogar bola em troca de algumas cambadas de peixe, doadas pelo presidente do Norte América; passou também pelo Íbis. 1947 - No ano de 1947, REGI já defendia as cores do Sampaio Corrêa e seu maior prazer era vencer o MAC

RONALD DA SILVA CARVALHO – PROF. RONALD

1915 - Nasceu em 15 de dezembro. Advogado, educador, dirigiu a então Escola Técnica Federal do Maranhão (hoje, CEFET-MA), por mais de 20 anos, tendo trabalhado na mesma por mais de 44 anos. Um dos grandes nomes da Educação Física e do Esporte maranhenses, foi um exímio jogador de Basquete - esporte que praticava desde 1939, quando abandonou o futebol, por - em uma partida, no Liceu - chocar-se com seu amigo Dejard Martins e lhe quebrar um braço; alguns anos depois, ainda traumatizado, iniciou-se no Basquete; dirigente esportivo,  sempre teve seu nome ligado ao Sampaio Corrêa Futebol Clube; 1951 - fundou a Associação Atlética do curso de Direito, base para a Federação Atlética Maranhense de Esportes - FAME -; foi membro do CRD e do TJD-FMF; 1958 - foi um dos fundadores da Federação Maranhense de Basquetebol. Fonte: BIGUÁ, Tânia e BIGUÁ, Edivaldo Pereira. Onde anda você ? Professor Ronald Carvalho. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 24 de novembro de 1997, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes;

JAIME PIRES NEVES

Natural de Pindaré-Mirim (antigo Engenho Central). Viveu dos 3 aos 17 anos na Europa - Espanha, depois Portugal, onde estudou e aprendeu a jogar futebol. Aos 18 anos, vamos encontrá-lo em São Luís passando a jogar pelo Materwel, grêmio interno do MAC. 1937 - No dia 13 de setembro, Jaime participou da fundação do Moto Clube de São Luís, passando a ser sócio e atleta do clube das motocicletas. Estreou o Moto em campos oficiais, jogando contra o MAC, com o placar de 2 x 2. Ainda jogou até 1941, quando César Aboud começou a contratar jogadores para o seu onze...

Argemiro Martins – GEGECA

1920 nasceu no Recife, em 27 de junho. Foi outro pernambucano a ingressa no Sampaio Corrêa. No seu primeiro treino, demonstrou muita classe e entusiasmo. Também veio do Íbis, como Reginaldo. Seu primeiro clube foi o Maurití, do Porto da Madeira, passando para o Encruzilhada, onde atuou ao lado de Orlando, China e outros grandes azes do futebol nacional. Aos 17 anos deixou de jogas com os pés descalços e ingressou no Santa cruz, jogando até 1940, quando se transferiu para o Íbis. Em 1943, estava de volta ao Santa Cruz, retornou ao Íbis, lá permanecendo até receber a proposta do Sampaio Corrêa [4].

GALEGO

1921 Natural de Belém do Pará, onde nasceu em 26 de julho. Jjogador do Moto Clube, não se saia bem nos jogos locais, mas nos fora da cidade... Chegou a ser cogitado até para a seleção brasileira; começou a joga futebol no juvenil do Paissandú, em 1937. Troca o Paissandú pelo União e em 1940 passa para o Tuna Luso Comercial. Transfere-se para o Recife, onde joga no América. Com saudades de casa, volta a Belém e, sem contrato, retornou para Recife, contratado pelo Santa Cruz. Passa a jogar pelo Maguari e quando este é extinto, vem para São Luís, jogar pelo Moto Clube [5].

HAROLDO Almeida e Silva

1922 nasceu em 25 de março no Rio de Janeiro.  Aos 15 anos já jogava futebol nos campos das Laranjeiras, mesmo bairro onde nasceu. Jogou no castelo Branco, clube de bairro, passando para o São Cristóvão, até 1945, quando veio para o Moto Clube, indicado por um senhor Soares, da Federação metropolitana. Em 1947, estava sem contrato e desejando voltar para o Rio de Janeiro. Motivo - vida cara e ordenado pequeno [6].

José Coelho Neto - COELHO

1922 nasceu em Fortaleza em 12 de abril. O avante do MAC tem três anos de profissionalismo. Começou  a jogar pelo Cruzeiro de Camocim, para onde seu pai - funcionário público - foi transferido, em 1935. Em 1939, seu pai volta a fortaleza e Coelho - já com fama de bom centroavante - parra a defender as cores do Realengo, time do bairro de Aldeotas. Em fins de 1940, deixa o time de João Bombeiro e transfere-se para o Riachuelo, onde joga até 1942, sagrando-se vice-campeão da 2ª divisão. Em 1943, esteve no Baependí e em 1944, ingressou no fortaleza, como ponta-direita. Depois de vários jogos, inclusive um campeonato brasileiro, veio para o MAC, chegando aqui em 9 de dezembro de 1945 [7].

NELIO VASCONELOS

1922 – nascido em 24 de fevereiro, em São Luís, filho de Almir Vasconcelos “Lapinha”, um desportista que viu a fundação do Sampaio Correia Futebol Clube em 15 de dezembro de 1923; Lapinha fazia tudo no Sampaio – torcedor, roupeiro, enfermeiro; as cores, verde, amarelo, e vermelho foram sugestão dele; 1927 – Almir Lapinha deixa o Sampaio, envolvendo-se com o Vasco da Gama, campeão estadual de 1928. 1932 – 24 de julho – surge o Maranhão Atlético Clube – MAC – e uma nova paixão; o MAC treinava num campo próximo a casa da família; os Vasconcelos viram atleticanos; 1937 – O MAC torna-se campeão estadual em cima do Tupan; Década de 50 – torna-se árbitro de futebol, a convite de Jaffé Mendes Nunes, trabalhando ao lado de Lourival Amaral, Antonio Bento Cantanhede Farias, e Leoncio Rodrigues; 1958 – abandona a arbitragem; Década de 60 – passa a treinador do MAC; em 1963 o MAC conquista o título estadual, após 13 anos.

DEJARD RAMOS MARTINS - jornalista

1923 - Nasceu em 14 de julho, na cidade de Manaus. Jornalista esportivo, pioneiro do Maranhão; 1951 a 1960 - promoveu as eliminatórias da Corrida Internacional de São Silvestre, como correspondente do jornal "A Gazeta Esportiva". - Foi prefeito de São Luís. - É autor de "Esporte - um mergulho no tempo".

RAUL SANTOS BOTELHO GUTERRES – Raul Guterres

1926 – nasceu em São Luís, em 31 de outubro, filho de Heitor Correa Guterres (1881-1956) e Julieta Botelho Guterres (1886-1980); sua família, de origem portuguesa, estabeleceu-se em Alcântara; Raul é o caçula, e foi o único dos filho do casal que nasceu em São Luís. 1937 – concluiu o curso primário no Grupo Escolar Barbosa de Godois; 1942 - iniciou-se no esporte com 15 anos de idade, jogando futebol, pelo Ateneu, sagrando-se campeão intercolegial, como goleiro; Além do futebol, jogava basquete, volei, futsal e praticava o atletismo. 1943 - ingressou no FAC e com a extinção deste, passou para o MAC (1943), quando foi campeão. Raul dedicou a vida ao MAC, inicialmente como atleta, chegando a presidência do clube; clube do coração da família Guterres,  seus irmãos foram atletas e dirigentes do clube; deixou o clube na condição de goleiro titular,, ocasião em que fora convidado para atuar em diversos clubes, como o Ceará Sporting (Fortaleza), Clube do Remo (Pará), Juventus e Portuguesa dos Desportos, times da primeira divisão do futebol paulista. O estudo e o quartel não o deixavam penar em futebol para ganhar dinheiro... Paralelamente ao futebol, jogou Basquetebol no “8 de Maio”, time de Rubem Goulart, campeão nos anos de 47/48/49. Era o mesmo time que jogava voleibol. Como estava na casa de João Rosa para fundar o futsal, terminou sendo goleiro da bola pesada, saindo-se campeão pelo Santelmo, nos anos de 48/49/50 (sic). 1945/48 – convocado para o serviço militar, serviu no 24º. BC, ocasião em que fez o NPOR; durante a vida militar dedicou-se a defender as cores do time do 24º. BC, envolvendo-se também com a prática do vôlei e basquetebol; 1950/1955 - Aluno do Curso de Direito (formou-se em 1955), participou dos Jogos Universitários Brasileiros, pela FAME, dos anos de 1950 (Recife); 1952 (Belo Horizonte); e 1954 (São Paulo); além do futebol, basquete e voleibol, e atletismo, nos saltos em altura e distância, assim como no arremesso do dardo. 1966 – diriu as seleção de Pinheiro, no Torneio Intermunicipal, saindo-se campeão. Fontes: BIGUÁ, Tânia e BIGUÁ, Edivaldo Pereira. ONDE ANDA VOCÊ? RAUL GUTERRES, ATLETA COMPLETO. in O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 20 de outubro de 1977, Segunda-feira, p. 4. Esportes. GUTERRES, Raul. UM MARANHENSE CHAMADO RAUL GUTERRES/ Depoimento a Frederico J. R. Brandão. São Luís: EdiCEUMA, 2005

ANTÔNIO MARIA ZACHARIAS BEZERRA DE ARAÚJO (Esportista; Educador)

1928 - nasceu em 30 de julho na cidade de Mirador; Filho legítimo de Fernando de Araújo Costa e Eloína Bezerra de Araújo, maranhenses.)

Dimas - Professor Dimas - a origem de seu apelido -seu nome de família é "Tonho", que vem de Antônio [Antônio Maria Zacharias]; no Exercito, seu nome de guerra era "Zacharias"; quando retornou ao Maranhão, em 1954, passou a morar com o irmão. Seu irmão tinha uma loja - Casa Dimas -, e as pessoas ao perguntarem quem era, recebiam a resposta de que era o irmão do Dimas; então passaram a chamá-lo de Antônio Dimas. Começando a trabalhar com Educação Física,  do dia para a noite passaram a chama-lo de Professor Dimas.

Os estudos e os primeiros contatos com os esportes e a educação física: Seu pai era fazendeiro, pequeno proprietário - criador de gado plantava cana, mantinha um pequeno engenho, para o fabrico de rapadura. Sua infância, passada na fazenda localizada num lugar chamado Mumbuca, ficava 12 léguas a cavalo da cidade, pois não havia estradas. 1939 - Para estudar, tinha que ir para a casa de tios, na cidade. Os pais continuaram lá, na Fazenda Mumbuca. Aos 11 anos, em 1939, sua tia Delcina o trouxe para Mirador, para estudar. Daí mudaram para Coroatá; depois, Timbiras e Coelho Neto, onde permaneceram até 1942. 1942 - Seu primeiro contato com o esporte foi em Coroatá; seu tio era o Prefeito. Fez amizades e teve sua primeira experiência em jogar futebol. 1944 - Quando estava no quarto ano, veio para São Luís, submeter-se ao exame de admissão – era 1944 - no Colégio Ateneu Teixeira Mendes; não conseguindo passar, que sua base era muito pequena; então fez para o Colégio de São Luiz. Estudou um ano no Colégio São Luís, depois conseguindo transferência para o Liceu Maranhense, lá permanecendo até 47. Também estudou no Colégio Maranhense, dos Irmãos Maristas. - Terminou  o ginásio no Rio de Janeiro, no Colégio Frederico Ribeiro. No Liceu começou a sua vida esportiva, participando do time de futebol, e tendo como professor de Educação Física, José Rosa. Esse professor foi quem despertou no jovem Tonho o gosto pela Educação Física. Participava até de demonstração de Educação Física; foi quando começou a se desenvolver - pegar corpo -; as aulas eram de Ginástica Geral e Calistenia; no Liceu, só futebol e ginástica de um modo geral, muitos exercícios acrobáticos, salto, mas sem as característica de ginástica - o nome era esse, ginástica acrobática. É no Exército que continua a sua vocação esportiva, embora não tivesse experiência nenhuma antes; passou a se envolver mais com os esportes -, participava nas aulas de preparação física, com destaque; jogava futebol, bola militar, mas não chegou a ser destaque nenhum.  Antes de estudar no Liceu Maranhense, Dimas estudou no Marista e teve um primo distante, Eurípedes Bezerra, como professor de educação física Nas aulas de educação física, utilizava-se o método francês, a modalidade de ensino era: os exercícios preparatórios e propriamente ditos, constituía-se evoluções de marchas e depois os exercícios  de saltar, trepar, levantar, e despertar, correr, atacar e defender e volta a calma, exercícios progressivos sem solução de continuidade. Era o mesmo método trazido pela Colônia Francesa, pela Missão Francesa em 1922, para o Brasil.

1948 - O SARGENTO ZACHARIAS - Tonho já estava com 19 anos de idade, e serviu o Exército, no 24º Batalhão de Caçadores, unidade do Exército Brasileiro em São Luís. Deixa de ser "Tonho" e passa a ser "Zacharias", seu nome de guerra no Exército. Durante seu tempo de quartel, fez exame de admissão para a Escola de Sargentos. Já havia dado baixa, quando chegou a convocação:  havia sido aprovado. Segundo Dimas, naquela época, não tinha faculdade, não tinha nada, as opções dos maranhenses ou era ir para o comércio, ou trabalhar nas Forças Armadas.  Ele foi para as Forças Armadas, mas não para a Escola de Oficiais, pois não tinha mais idade, nem tinha estudo - ainda não terminara o ginásio - cursara até a terceira série, no Liceu. Naquele ano de quartel, não estudou, perdendo mais um ano. A salvação foi a Escola de Sargentos; e de 200 candidatos, foram selecionados apenas 12. Em fevereiro de 49, pega um navio - da linha ITA - e viaja 12 dias e 12 noites, para o Rio de Janeiro. Dimas encontrou um conterrâneo, maranhense de Guimarães, no Rio de Janeiro: Ary  Façanha de Sá, que já morara com ele na pensão da Rua Afonso Pena, quando ambos chegaram a São Luís para cursar o ginásio. Quando Dimas foi para o Rio de Janeiro, Ary já era estrela. A vida do jovem militar era muito diferente da do jovem estudante, por essa razão tinham pouco contato. Por ser militar, Dimas não tinha vida esportiva civil; só no Exército disputava campeonatos das Forças Armadas, chegando a participar de alguns jogos de Basquetebol em um time do  bairro de Realengo. Dimas faz uma carreira brilhante no Exército, como Sargento. Pertenceu ao Batalhão de Guarda Presidencial, onde começou a se destacar em tudo, não só nos esportes, mas na carreira, tendo subido muito rapidamente em prestígio com seus comandantes. Depois foi para a Polícia do Exército, onde passou a treinar sistematicamente, então melhorando não só nos 400 m, passando a correr também 1.500m e a partir daí a sua vida esportiva foi cada vez mais se ampliando. Seu destaque mesmo foi no Atletismo e nas demonstrações de Educação Física. A PE dava demonstrações constante de ginástica Calistenica e ginástica acrobática. Dimas destacava-se na Pista de Aplicações Militares, era como uma atividade de preparação física, pois levara já alguma experiência daqui: corridas, e jogos de volei e basquete. No 24 BC, especializou-se em Tiro ao Alvo - fuzil -. Já no Rio de Janeiro, disputou o Campeonato das Forças Armadas, de tiro rápido de pistola - segundo lugar de todas as Forças Armadas, com uma pistola do dia a dia, de fazer patrulha. O Pentatlo foi uma conseqüência dos seus pré-requisitos, pois quando  terminou o curso de Educação Física, e voltou para a PE, a equipe já estava treinando, se preparando para este Pentatlo, e um dos sargentos caiu do cavalo, se machucou e teve que ser substituído, já estava próximo das provas; precisavam de uma pessoa para substituir aquele sargento que adoeceu. Como tinha vindo do curso de Educação Física, lá teve natação, esgrima, já tinha experiência de corrida e de tiro, faltava hipismo - cavalo -; sua experiência com cavalos vinha do sertão, correndo atrás de vaca; ainda teve a oportunidade de fazer uns dois cross-country, a cavalo, só para se adaptar, que nunca tinha montado num cavalão daquele - salto obstáculo, em altura e distância, são dois mil metros de cross-country -, então descia ladeira, subia ladeira, saltava; esgrima e natação, só havia feito no curso; não era nem nadador, nem lutador de esgrima,  não era preparado para competir, mas mesmo assim o jogaram na fogueira... Saiu-se bem na prova de equitação - caiu uma vez só, porque o cavalo refugou em cima do obstáculo -, 1954 - Dimas deu baixa no começo de 54, e retorna a São Luís, já como civil - Oficial do Exercito da reserva, mas sem nenhum direito a remuneração. Tendo conseguido registrar seu diploma no MEC, por intermédio de um advogado, chegando a São Luís seu meu primeiro emprego foi exatamente no Ateneu, como professor de Educação Física. Sua pretensão era voltar àquela origem de fazendeiro, de criador, pois antes de retornar ao Maranhão fez - como pretendia, com o meu irmão, explorar  agropecuária, - cursos de Agricultura, nas férias. Paralelamente, passou a trabalhar como professor de Educação Física, no Ateneu, na Academia de Comércio. Naquela época, a Educação Física se dava às 05:00 horas da manhã, com muita dificuldade, sem muita perspectiva; as atividades eram só calistenia e um joguinho, uma coisa, e a motivação era um pouco pequena, porque não tinha quadra, não tinha nada; as aulas eram dadas no campo do Moto, Campo do Santa Izabel. Atuava também como Professor de Natação, no Jaguarema - foi o primeiro professor de natação do Jaguarema, em 55 ou 56. Lá foi a primeira escola de natação. Nessa época também começou a dar aula em duas piscinas que existiam aqui na época, da família Domingos, na Rua Grande; e a outra piscina era do senhor Almir Moraes Corrêa, perto da Igreja de São Vicente de Ferrer, que existe ate hoje a casa dele, no  lado da Igreja. Nessa mesma época, jogava Basquetebol pelo Moto Clube, no Campo do Santa Isabel. Em 54, foi seleção maranhense, indo disputar o Brasileiro em Recife – Dimas, Rubem Goulart; Antônio Bento; Vieirão, Major Vieira; Bebeto, também da Policia; Willame Najas... Jogava voleibol menos, mas jogava ... não se lembrando de alguém que se destacasse, por exemplo, assim como tinha seis, sete clubes de basquetebol, não tinha de voleibol. O voleibol veio se destacar já mais para a frente, no Cassino Maranhense;  Dimas lembra de algumas pessoas, que estavam sempre jogando -  Murilo Gago, Rubem Goulart, Braga que jogava, Alemão, Mauro...

Passagem pelo Futebol - nessa época, era professor de dois colégios, do Jaguarema e jogava Basquetebol no Moto; e teve uma passagem pelo futebol também: foi Técnico da Seleção Maranhense de Futebol, mas só para dar o nome, não se lembrando se era um Campeonato Brasileiro, se era um campeonato regional; lembra que foram ao Pará e perderam  Embora o Coronel Eurípedes afirma ser ele o introdutor do Futebol de Salão em São Luís, e que Dimas continuou o seu trabalho, quando retornou do Rio de Janeiro, Cláudio Vaz, o Alemão, esclarece que, quem deu o início do Futebol de Salão, foi João Rosa - um desportista que comandou a liga, era presidente da Liga.

 

 

 

 

1955/1956 - tinha um Basquete muito bom, Rubem Goulart, Ronald Carvalho, Fabiano, Cláudio Alemão, aquele pessoal do Oito de Maio, dos Milionários mas só adulto, a nível de colégio mesmo, não tinha nada, porque esses adultos já tinham terminado o Colégio e continuaram em faculdade, em clubes, em quartéis; muitos serviram o Exército - eram as experiências vindas de fora, não era como hoje que os esportes do Maranhão vem tudo do colégio -, naquela época não, está o inverso hoje. 1957 - Após essa primeira passagem pela Educação Física e nos esportes, antes de ir para o Pindaré. Dimas casa-se e seu sogro, um alto comerciante da época  entendeu de montar uma Usina muito grande no Pindaré, naquela época, o celeiro da produção de arroz no Maranhão; era mato ainda, estava sendo descoberto. Dimas  vai para construir a Usina, a maior Usina daquela época, Usina Uirapurú, com uma produção de arroz muito grande.

Esporte e Lazer em Pindaré - Quando foi para o Pindaré, levou na minha bagagem uma rede, uma bola de voleibol e uma vaca de leite. Criou um time de voleibol, de futebol de salão, um clube social, futebol de campo Além de se dedicar aos esportes, Dimas dava aulas nos colégios primários da cidade, "... mas tudo isso altruisticamente, sem fins lucrativos; organizou parada de 7 de setembro, desfile de colégios, mas  isso só pela boa profissão, pelo bom desenvolvimento..."Quiseram me fazer Prefeito" - Quando José Sarney estava fazendo a campanha para Governador do Maranhão, esteve na casa de Dimas, levado pelo seu sogro, José Espicho, que era conhecido dele. Nessa ocasião, convidou Dimas para ser prefeito de Pindaré Mirim e o apoiando ele para ser governador. Nessa época, Sarney estava tentando derrubar o Vitorinismo  e Newton Bello. O último canto da Uirapurú: a falência da usina - O sogro de Dimas que um audacioso comerciante, contando muitas vezes com a sorte. Investiu demais no Pindaré Mirim; montando três Usinas, uma de arroz, uma de algodão e uma de madeira. Nessa época para a comercialização, tinha que ter muito capital de giro para ser manter, e contavam com os bancos. Essa ajuda, devido as circunstâncias políticas da época, faltou. Veio a quebra... 1969 - Dimas, com seis filhos e sem mais nenhum patrimônio, larga o Pindaré e vem embora, devendo três bancos. Tinha ainda algum gado, que trouxe. Vende uma parte, paga alguns débitos, mas não deu para pagar tudo. Leva três anos para pagar o que ficou devendo, usando para isso o salário de professor de Educação Física: passou três anos trabalhando no CEMA, sem receber um tostão pois o meu dinheiro ia direto da tesouraria do CEMA para o Banco do Estado do Maranhão, num contrato que eu fez para pagar as contas... Quando voltou do Pindaré, em 69, no começo do ano, foi procurar emprego, indo trabalhar no Colégio Batista Daniel de La Touche e no Colégio Maranhense, dos Irmãos Marista, e fez um curso para ir para o CEMA. No CEMA, fez uma carreira como a do Exército, tendo passado por todas as funções- começou dando aulas de Educação Física, em cima da piçarra; depois foi para o Parque do Bom Menino; depois passou a dar aulas pela televisão; depois, programador; e curriculista. Quando saiu do CEMA, já tinha passado por todas as funções... Primeiras notícias sobre o Handebol... Dimas é considerado o introdutor do Handebol no Maranhão. Teve contato com o esporte em um curso, ministrado pelo Major Leitão; nessa época,  ele falou sobre Handebol, mas nem chegou a dar aulas de Handebol. Veio realmente ver Handebol mesmo nos JEB's, mesma época em que teve contato com a Ginástica Olímpica.

1969/1970 - Os Professores de Educação Física ... Segundo Dimas, em 1970, atuam como professor de Educação Física, em São Luís: no Batista: Rubem  Goulart tinha morrido, e Dimas assume seu cargo; no Marista: Eurípedes, Nego Júlio e Furtado; no Ateneu não tinha mais ninguém; mas haviam outros professores, trabalhando nessa época: Odinéia; Clarice; Maria José; Ildenê Menezes, Dinorah; Clarice Lemos; Celeste Pacheco; Graça Helluy, Luiz Aranha; Rui Guterres; Batista; Cavagnac... ... e as aulas - Em 1969, ao voltar do Pindaré, Dimas já encontra o setor de educação física organizado, Mary Santos, no Departamento de Educação Física do Estado, e havia um outro no Município; já se cumpria a obrigatoriedade da lei, com as três horas semanais, mínimo de 45 minutos, dentro da legislação vigente. Dimas foi dar aulas no Batista - onde o professor Rubem Goulart que dava aula, era recém falecido. As aulas no Colégio Batista, encontrou-as muito rudimentar, só mesmo na base da ginástica, futebol de salão e um voleibolzinho. O Currículo já era voltado para o esporte, agora se existia alguma deficiência deveria ser de instalações dos colégios e talvez dos próprios  profissionais de Educação Física. A chegada de Dimas no Marista modificou substancialmente a concepção que se tinha da educação Física, pois pela experiência, ele passou a funcionar como conselheiro dos demais professores - ex-atletas -, que trabalhavam empiricamente, de improviso, e o Dimas chegou, com os conselhos que deu, esses professores passaram a dar um cunho mais de profissionalismo na educação física; muitos fizeram o curso de Suficiência. Dimas começa a ter influencia junto à instituição organizadora dos esportes, na época era o DEFER. Os esportes: Quando Dimas retornou a São Luís, vindo do Pindaré, encontrou os esportes de competição muito fraco, devagar, só Futebol e Futebol de Salão, mas de Colégio era só isso, tanto que houve um jogo de Basquetebol, entre Batista e São Luís, na época de Rubem Goulart, que terminou de 1x0, uma cesta de lance livre, isso é uma história do folclore dos esportes, o Basquetebol do Maranhão, a nível de Colégio, era esse nível aí;

Os III Jogos Estudantis Brasileiros, em Belo Horizonte - Em 1971, estavam acontecendo os III JEB's, em Belo Horizonte; Dimas toma a  iniciativa de ir a para Belo Horizonte, por sua conta, para assistir os III JEB's, para poder trazer alguma experiência. Saber o que eram os JEB's. Chegando em Belo Horizonte com pouco dinheiro no bolso, foi para o Comitê Central e procurou por Ary Façanha de Sá, e relatou a situação - sua e do Maranhão - que passara dez anos fora, voltando a trabalhar com Educação Física, e a professora Mary Santos vivia o desafiando para trazer a equipe e  estava desatualizado; que fora a Belo Horizonte para ganhar experiência, ver e se atualizar; Ary o recebeu muito bem, não só com maranhense, mas como a necessidade do Maranhão entrar no esquema; deu-lhe uma credencial de delegado do Maranhão, colocou em Hotel, e acesso a tudo, passando a assistir tudo; foi quando voltou a ter contato com a Ginástica Olímpica e com o Handebol... Voltou a São Luís apaixonado pelos dois esportes e com material de Handebol, dado pelo Ary; as primeiras bolas de Handebol que chegaram no Maranhão foram essas e foram com elas que começou a trabalhar no Colégio Batista, no Colégio Marista e no CEMA. Dentro de pouco tempo, o Handebol tornou-se um esporte muito bem aceito nos três colégios que trabalhava. Nessa época Cláudio Vaz que tinha assumido o lugar de Mary Santos. Quando retornou, informou-o do que eram os JEB's, que tinha trazido aquele material e que já estava começando a trabalhar. Nesse mesmo ato teve FEJ [Festival Esportivo da Juventude] que naquela época era festival, e foi quando Handebol entrou pela primeira vez. o Governador era Pedro Neiva de Santana, com quem  o Cláudio Vaz tinha tudo; Haroldo Tavares era o Prefeito; e Jaime Santana, filho de Pedro Neiva, era o Secretário de Finanças; e foi daí que o Maranhão foi para o JEB's pela primeira vez, de avião fretado, com muito dinheiro exatamente por isso. Naquele primeiro Festival o Handebol entrou pela primeira vez, foram quatro equipes, três minha (Batista, Marista e CEMA) e Liceu, que naquela época tinha uma turma também de rapazes que faziam tudo, jogavam futebol, futebol de salão, volei, basquetebol e que inclusive se meteram para jogar Handebol também; então eram os quatro times, que disputou a primeira vez e a final, o ultimo  jogo para sair o campeão foi entre Batista e Marista, meus dois times. Dimas, em parceria com o Cláudio Vaz, foi o grande mestre do Festival da Juventude, que virou JEM's em 1973.

A "importação" de professores, técnicos e atletas - Cláudio Vaz começou a trazer técnicos e atletas de fora, para continuar o trabalho iniciado por Dimas. O primeiro a chegar, foi Laércio Elias Pereira, depois,  Marcão, Biguá, Vitché.... Com a chegada de Laércio, Dimas passa o Handebol  para ele e passa a me dedicar mais à Ginástica Olímpica; com Natação, principalmente em aulas particulares, em piscinas particulares e à outras coisas. Dimas e Laércio procuravam entre os melhores alunos, os preparavam, e os deixam nos diversos estabelecimentos de ensino, para atuarem como técnicos, formando toda uma geração de atletas-professores. A influência de Dimas em toda uma geração de jovens atletas foi tamanha, que até hoje, trinta anos após, estes pequenos ginastas de outrora tornaram-se os responsáveis pelo esporte no Maranhão, e continuam honrando a posição de destaque ocupado pela Ginástica Olímpica maranhense no Brasil:

A EDUCAÇÃO FÍSICA NA UFMA - Quando a prática de Educação Física se tornou obrigatória no terceiro grau, nossa Universidade teve necessidade de implantação do curso. O reitor solicitou do MEC que mandasse uma pessoa para fazer a implantação, e foi indicada uma maranhense e como já eram conhecidos, ela convocou Dimas para ajudar na implantação. Eu entrei na Universidade logo na implantação das práticas de Educação Física. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

 

AREL

Era natural do Pará, embora tido como maranhense. "Ele aprendeu na mesma escola de Expedito e Ubaldo"- a reportagem começa exaltando o fato de o MAC, apesar de não ter grandes títulos, tem a fama de celeiros de cracks. Isso, já em 1947 !, já era tido como uma grande "fábrica" de elementos que se destacavam no cenário nacional, como Expedito e Ubaldo, que brilhavam naquele ano no Rio de Janeiro e São Paulo e que haviam defendido o Sampaio Corrêa em 1943. 1938 - Tendo passado pelo Maranhão Atlético Clube, depois jogou peladas no campo do Luso Brasileiro, do Vasco da Gama e no Tupan. 1943 - Foi campeão pelo MAC em 1943.

OLIMPIO DE SOUSA GUIMARÃES

1931 – nascido em Colinas, a 26 de abril. 1943 – muda-se para São Luís, aos 12 anos, vindo a morar com o tio, Raimundo Pires Chaves, ex-jogador e dirigente do MAC; conviveu com Chaveta, Luiz Magno, Portela Passos, José Tinoco Pereira, dissidentes do FAC – Futebol Atlético Clube – que foram para o MAC em 1943. 1955 – forma-se em Direito pela UFMA. Desde os 12 anos envolvido com o MAC, passa a dirigente esportivo, ajudando na construção da sede do clube – Parque Valério Monteiro, na Cohama. 1973/74 – assume a presidência da FMD – Federação Maranhense de Desportos, eclética. 1975/76 – reeleito para a FMD, renunciando ao mandato, para nunca mais voltar. 1979 – está na equipe formada pelo industrial Elis de Jesus Gomes, no Governo João Castelo, para criar a primeira Secretaria de Desportos e Lazer do Brasil; passa a integrar o CRD, permanecendo em ambos até 1986.

José Ribamar de Oliveira - Canhoteiro

1932 - nasceu em São Luís, capital do Maranhão, no dia 24 de setembro. José Ribamar de Oliveira que, como também já foi dito, nunca foi dito, ou se foi, foi muito pouco, é que, embora nunca tenha tido qualquer ligação com o clube, Canhoteiro nasceu na mesma noite do dia em que foi fundado o Maranhão Atlético Clube.

Segundo Dejard Ramos Martins, no seu ESPORTE – Um mergulho no tempo, “Canhoteiro formou no infantil do Moto Club de São Luís, mas seu maior momento foi no Paissandu Esporte Clube, do Zé Leão, ao lado de outros meninos do seu tempo: Esmagado, Enoque, Lourinho, Cleto, Ferreira, Josiel, Totó, Argemiro, Denizard, Bebeco, Salcher, Coutinho e outros. Foi, então, quando conheceu a primeira chuteira. Em 1952, o clube era o espantalho do futebol amador de São Luís. Até os considerados grandes – Sampaio Corrêa, Moto Club -, experimentaram a coesão do team de Zé Leão.”

Ainda segundo Dejard Martins, “. . . no dia 28 de abril de 1953, Lívio Corrêa Amaro, então presidente do América Futebol Clube, do Ceará, depois de uma temporada vitoriosa do clube rubro cearense em gramados maranhenses, transferiu a importância de seis mil cruzeiros com a seguinte destinação: um mil cruzeiros para Cosmo e igual quantia para Canhoteiro. Dois mil cruzeiros para o Sampaio Corrêa Futebol Clube, pela liberação de Cosmo, e dois mil cruzeiros para o Paissandu Futebol Clube, pela liberação de Canhoteiro. Dias depois, pelo Lóide Aéreo, ambos viajaram para o Ceará.” 1954, Canhoteiro chegava ao América do Ceará, clube de médio investimento no futebol, mas de intensa expansão social, haja vista que sua sede, ficava no bairro Aldeota, o mais aristocrata de Fortaleza. Além de intensa vida social, o América disputava também modalidades consideradas amadoras como Futsal, Basquete, Voleibol e Natação. No clube alencarino Canhoteiro foi encontrar o goleiro maranhense Bacabal. Cosmo, aqui conhecido como “Becão”, era outro companheiro de time. O América já tinha o seu “Becão”. Era Walter Barroso. Encontrou também Merci e Matuto, embora esses não o conhecessem.

Décadas de 50 e 60, ainda sem as competições nacionais de hoje – existia apenas o campeonato brasileiro de seleções -, os clubes do Sul e do Sudeste faziam temporadas pelo Norte e Nordeste, com o objetivo de faturar para cobertura das folhas de pagamento, e para observar jogadores em ascensão. Foi assim com Ademir Menezes, com Babá, com Almir e, como não poderia ser diferente, com Canhoteiro. 1955, Canhoteiro chegou ao São Paulo Futebol Clube, onde permaneceu até 1963, e foi no Tricolor Paulista que se consagrou. Apesar de só ter conquistado um título, o do campeonato paulista de 57, Canhoteiro é apontado como um dos maiores jogadores da história do Tricolor da Barra Funda. Muitos chegaram a considerá-lo o “Garrincha da ponta esquerda”.

1958, aos 26 anos e sem qualquer “trabalho de base” e três anos após chegar ao clube, Canhoteiro era titular absoluto do São Paulo ao lado de Mauro Ramos, da seleção brasileira, e de Zizinho, um de seus fãs declarados. Gino, o artilheiro, e Maurinho o outro ponteiro, além do também consagrado Dino Sani, formavam no mesmo time que o menino coroataense que começou a dar os primeiros chutes no Paissandu, ao lado de Esmagado, onde também começou a fazer embaixadas com moedas. Considerado o mais habilidoso ponta da sua geração, foi sempre preterido em Copas do Mundo por conta da maior mobilidade tática de Zagallo e do chute mais forte de Pepe. Canhoteiro descobriu o segredo de abrir espaços onde não havia nenhum e dominou a arte de desconcertar zagueiros com dribles geniais. Foi um dos primeiros jogadores brasileiros a ganhar um fã-clube. No São Paulo, seu segundo clube, marcou 102 gols em 415 jogos. Defendeu também a seleção paulista, mesmo sendo maranhense. Naquela época, o local de nascimento do jogador, desde que fosse no Brasil, servia apenas como referência.

Parece inacreditável, mas, a participação de Canhoteiro na Copa de 58, na Suécia, só não se concretizou por conta da sua grande amizade com Djalma Santos. Acontece que, nos treinamentos, o marcador de Canhoteiro era seu “compadre” Djalma Santos. Se ele jogasse tudo que sabia e fosse para cima do ex-lateral-direito, muito provavelmente iria desmoralizá-lo. A amizade e a consideração falaram mais alto, e Canhoteiro “guardou” seus dribles. Por conta disso, muito mais que a operacionalidade tática de Zagallo e o petardo de Pepe, que não estavam preocupados em esconder o jogo, ganharam as vagas. Canhoteiro foi cortado e viu do Brasil a seleção vencer e encantar na Suécia.

Mesmo não sendo muito lembrado nas convocações da seleção brasileira, José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro, é considerado um dos melhores pontas da história do Brasil. Ele morreu no dia 16 de agosto de 1974, em São Paulo. (Fonte: Canhoteiro – um mágico que jogava bola, por JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS, disponível em http://www.jornalpequeno.com.br/Blog/OliveiraRamos/)

 

CARLOS ALBERTO BARATEIRO DA COSTA – BEBETO, CEL. BEBETO – Basquetebol, Futebol

1934 - Nascido em 25 de novembro, começou com o futebol, aos 14 anos de idade (1948), a contragosto de seu pai, "seu" Silvestre, no campo do Matadouro (Bairro da Liberdade); depois passou a treinar no campo do Santa Izabel, pelo MAC. Atuava, também, pelo Colégio Ateneu, onde estudava, e à noite dedicava-se ao Basquetebol, tendo começado, nesse esporte, no Nacional, passando para o Vera Cruz e, depois, Moto Clube de São Luís, chegando à seleção maranhense. 1952 - No futebol, tornou-se profissional aos 18 anos de idade ao entrar para o Exército. Foi para o Rio, fazer cursos, e lá não aceitou jogar pelo Fluminense, pois era flamenguista doente. Ao voltar para o Maranhão, passa a jogar pelo Moto Clube. 1960 - deixa o Exército e ingressa na Polícia Militar e deixa o futebol profissional. Em sua carreira militar, exerceu várias funções, 1975 - Interventor de Imperatriz, cidade onde desenvolveu os esportes, sendo um dos responsáveis pela implantação da educação física nas escolas municipais e um dos criadores da Olimpíada Colegial de Imperatriz, hoje, Jogos Escolares de Imperatriz. Fonte: BIGUÁ, Tânia; BIGUÁ, Edivaldo Pereira. ONDE ANDA VOCÊ ? BEBETO: do basquete ao futebol. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, Segunda-feira, 13 de outubro de 1977, p. 4. Esporte.)

CAUBY DA COSTA CELESTINO

1938 – natural de São Luís, tendo nascido em 25 de novembro, filho de Bruno Sereno Celestino e Joaquina Francisca da Rocha Celestino; Década de 50 – jogador de Futebol de Salão (Futsal), começou sua carreira esportiva na Quinta do Macacão (atual sede da CAEMA), num campo ao lado da fábrica da Albertina; faziam parte do grupo Feijão, Tibico, Zé Coió, Neguinho, os irmãos Fifi e Antonio Carlos, e Valdecy;  da Quinta do Macacão passou para o Santos Futebol Clube, dirigido por Jaffé Mendes Nunes, radialista e professor de futebol de salão da ETFM; nessa época, jogava ao lado de Decadela, Tácito, Cadico, Baralhada, Sapo, Parú, Canhotinho, os irmãos Mauro e Miguel Fecury; Década de 60 – nos anos de 1961 e 62, estava no Vitex, por Graccho Bolívar para o Athenas Futebol de Salão, grupo formadopor Gia e Ruibarco (goleiros), Pedrinho, Jaiminho,Lamar, Graccho, Silvinho, Wilson, Milson Cordeiro, Delfin, Walter, Cláudio Alemão; o técnico era Jaffé Mendes Nunes. O Athenas acabou em 1962.    1963 – passa a jogar pelo Vitex –quando de sua fundação -, time dirigido por Brocotó – Cel. Bebeto, como é conhecido Carlos Alberto Barateiro da Costa, atleta de basquete e futebol -; faziam parte do Vitex, além de Cauby, Goiabeira, Zuza, Sergio faray, Santana, Jouberth. Paralelamente ao Futebol de Salão, jogava futebol de campo; jogou pelo Santos, de Jaffé Mendes Nunes, disputando a segunda divisão; do Santos,passou para o Camboa Esporte Clube; - 1964 – passa a jogar pelo MAC, até meados de 1965,ao lado de Lunga, Neguinho, Clécio, Croinha, Carlindo, Wilson, Alencar, Barrão, Valdecy, Zuza, e outros. 1965 – passa a jogar pelo Ícaro; 1966/67 -  vestiu a camisa do Ferroviário Esporte Clube, desentendendo-se com a diretoria; 1968/70 – joga pelo Graça Aranha Esporte Clube – jogando de graça - abandonando o futebolprofissional;  1969 – está na Seleção Maranhense de Futebol de Salão, que disputa o Campeonato Norte e Nordeste, em Fortaleza-CE. - Cauby é irmão de Zeca – conhecido como Porquinho – cabeça de área do Sampaio Correira F.C.; jogou no Vasco da gama, do Rio de Janeiro, por mais de 10 anos, conhecido como “Maranhão”.

JOACY FONSECA GOMES

1938 - nascido em Cururupu em 12 de junho; 1953 - então com 15 anos, veio para São Luís, onde fez o ginásio e o científico no Liceu Maranhense, destacando-se no futebol, indo jogar no Flamengo do Monte Castelo. 1958 - estava disputando o campeonato de Futebol de Salão, em uma competição organizada pela Liga que havia sido fundada por João Rosa Filho e o jornalista Jaffé Mendes Nunes; jogava pelo T8 (Tê Oito). Os clubes de futsal que se destacam eram: Spartakus (Nilson Santiago, Ribarco e Paru); Graça Aranha (Albino Travincas, Canhoteiro, Wallace e Jafer); Santelmo (Cleon Furtado, Poé, Mozart, Biné, Murilo Gago); Rio Negro; Vitex (Enemêr, Luis Portela, Walber, e Vavá); Drible (dos irmãos Saldanha, Zé Augusto Lamar, Manteiga, Mota); SAELTIPA (a companhia de água); e América; depois, vieram Próton, Saturno, Cometas, Flamengo do Monte Castelo. Os jogos eram disputados nas quadras do Lítero e do Casino. Jogando pelo Liceu, Manga foi campeão nas Olimpíadas Estudantis. Havia uma rivalidade muito grande entre as equipes de futebol de campo do Liceu (Joacy, Nilson, Carlos Alberto, Itamar, Guilherme Saldanha, Paciência, Alexandre) e a Escola Técnica (Gogoba, Alípio, Alencar, Chamorro, Canhoteiro); no Salão, o duelo ficava por conta do Liceu (Marinaldo, Guilherme Saldanha, Josenil Souza, e Jacy) e Atheneu (Mota e companheiros); havia o grupo do Colégio São Luís (Biné, Chedão, Jaime Tavares) e dos Maristas (Garrincha, e os irmãos Nonato e Cury Baldez). Fonte: Biguá e Biguá – reportagem

PALMÉRIO CESAR MACIEL DE CAMPOS – POÉ

1938 - Nasceu em Guimarães. 1954 - Aos 16 anos a família transferiu-se para São Luís, onde fez contato com o esporte. Jogou Futebol de Campo, Futebol de Praia, depois Futsal e Basquete, sempre se destacando como craque de bola. 1957 - passa a jogar futsal pelo Santelmo – recém-criado -, convidado por Cleon Furtado e João Rosa e que contava, ainda, com Raul Guterrez, Murilo Gago,  Biné (Benedito Moraes Ribeiro), Mouzart (de Sá Tavares), Ivaldo. Com esse time, foram campeões de 1958 e 1959. A final do campeonato desse ano, foi entre o Santelmo e o Próton, decidida em melhor de cinco pontos; a primeira partida, disputada no casino, o Próton venceu por 5 x 2; o segundo jogo, na AABB (sede da Rua Grande, depois vendida aos Maristas), o Santelmo saiu vencedor, por 3 x 0; e a terceira partida, também no Casino, empate em 2 x 2; e a Quarta e última, disputada no Lítero, 5 x 1, para o Santelmo. 1960 - estava no Próton, convidado pelo Prof. Pedro Santos, jogando ao lado dos irmãos Cassas, Coronel Vieira, Cadico, Canhotinho, César Bragança. O Santelmo conquistou o terra-campeonato – 58, 59, 60, e 61. 1962 - o Santelmo e o Próton foram extintos, fundando-se o Cometas, formando uma verdadeira seleção: Poé, Lobão, Enemê (goleiro) Dunga, Nonato e Elias Cassas, Coronel Márcio (Matos Viana Pereira), Luisinho, Canhotinho, César Bragança, Murilo Matos, e Vavá. Essa formação jogou de 62 a 66 sem conquistar nenhum título ... No final de 66, deixa de jogar futsal. Os times da época eram bons demais: Graça Aranha, Atenas, Drible, Sampaio. Segundo Poé, o futsal viveu duas fases; a  primeira, foi da espontaneidade, onde tudo era nativo, não existindo tática, só técnica; a segunda, iniciou depois que o time cearense Francisco Lerda passou por aqui e ensinou tática. Juntaram técnica e tática.

ROBERTO JOSÉ DE OLIVEIRA

1938 – nasceu em Recife-PE, filho de Arcanio de Oliveira e Odecilda Costa de Oliveira. 1946 – aos oito anos, muda-se com a família para São Luís, vindo residir na Rua dos Afogados; como todo jovem da época, dedica-se ao futebol de meia, jogado na rua; nos anos 50, funda o Brasil Futebol Clube, ao lado de Aziz Tajra, Reinado Bandeira, José Reinaldo Tavares, Coronel Vieira, e outros; o time foi fundado para disputar um torneio de bairro, no campo do Santa Isabel; outra equipe fundada na mesma época foi o Maguary, para disputar os torneios de Basquete; 195(2?) – está nos Maristas, onde disputava além de futebol de campo, basquete, atletismo – era velocista, disputando as provas de 100, 200 e revezamento 4x100 metros; mais tarde passa a disputar também o futebol de salão; 1955 – fez parte da seleção maranhense que disputou o Juvenil de Basquete, em Guaratinguertá-SP; a equipe era formada pelos irmãos Mauro e Miguel Fecury, Alcir Zeni, Denizar Almeida, Jesus Itapary, Poé, Canhotinho, Dílson , João Botão, além de Roberto babão; o técnico era o capitão Carlos Alberto Alves; ao retornar de Guaratinguetá, passa a jogar Basquete pelo Moto Clube, que já contava com Reinaldo Bandeira, Dílson Guabirú, Candido,Aziz tajra, João Botão; 1956 – convidado para a seleção maranhense de futebol amador; jogava pelo Santos, de Jaffé Mendes Nunes, ao lado de, dentre outros, Nonato Cassas, Canhotinho, Biné Moraes,etc.  no Futebol de Salão, jogou pelo Sparta, sendo campeão ao lado de Cafetão, Milson Cordeiro, Inésio, Parú, Milson Coutinho, Constancio, Ferdic; 1963 – já no Rio de Janeiro, foi campeão carioca de futsal no campeonato dos industriários, pela Coca-Cola; 1967 – campeão brasileiro de futsal dos industriários, pela Good-Year

JOÃO PINHEIRO CUNHA

1941 - nascido no dia 12 de julho, e como todo garoto de seu tempo, jogava futebol na rua – a famosa Liga dos Pés Descalços do início do futebol no Maranhão 1954 - Sonhava em entrar para o Liceu Maranhense; lá, teve contato com o pessoal da pelada, jogada na hora do recreio e após as aulas: Vilenô, Nonato e Elias Cassas, Nonato Sabock, Guilherme Saldanha, Mota, Januário Goulart, Silvinho Goulart, José Reinado Tavares, César Bragança, Nerval e Nilson Santiago, Milson Cordeiro, e outros. Viram nascer o primeiro time de futebol de salão do estado. 1955 - O prof. Pedro Lopes dos Santos, de Física, em uma de suas viagens ao sul do país, acabou se apaixonando pela modalidade e trouxe para São Luís uma bola e um livro de regras; selecionou uma equipe dentre os peladeiros da escola e fundou o Próton. Daquele grupo que jogava futebol, o único selecionado foi Nonato Cassas. Desse primeiro grupo, a primeira formação do Próton, além de Cassas, figuravam Rogério Bayma (goleiro), Chico Tetê, Ruy Poxo, Ernani Catinga João Cunha, como calouro, não tinha escolha – ia para o gol – e acabou gostando da posição, passando a disputar as Olimpíadas Intercolegiais pelo Liceu, como goleiro da equipe de Futsal. Nessa época, os goleiros tinham seus apelidos – Jesus Itapary (do Saturno e Cometas) era o Diabo Loiro; José Augusto Lamar (Drible), era o Pangaré; Dilson (do Próton, depois Saturno e Cometas), Guabirú; João Cunha ficou sendo o João Boi e, depois, Manga. Biné Moraes – outro monstro sagrado do Futsal de antanho – o levou para o Saturno. 1960 - o grupo era formado por, além de Manga e Biné, Benito Neiva, os irmãos Nonato e Elias Cassas, Cláudio Alemão, Poé, Tenente Vieira, Samuel Gobel, Jesus Itapary. No ano seguinte, o Saturno foi vice-campeão, perdendo a final - por 2 x 1 - para o Athenas, de Ribarco, Cauby, Gracco Bolivar, Jaiminho e Silvinho Tavares; o jogo aconteceu no Casino Maranhense e foi o último da existência do Saturno. 1962 - o grupo que defendia o Saturno reapareceu no recém-criado Cometas. Fonte: Biguá e Biguá – reportagem

LUIZ SOARES DE SOUSA,

1941 – ano do nascimento do “canhão da Vila Beira-Mar”. Jogava como ala esquerda, iniciando-se no esporte jogando futebol, junto com os irmãos Inácio e João Carlos, na rua da Saavedra e na crôa formada na Beira-Mar. 1954 - com 13 anos, entra no Liceu Maranhense, e passou a jogar pelo Próton, time da escola fundado pelo Prof. Pedro Santos. O Próton foi o primeiro time de futsal de São Luís. Havia ainda o Elétron, formado também por alunos do Liceu, bons de bola também, mas que não foram aproveitados; servia de “sparring’ para o time principal. Após o Próton, onde só jogou uma temporada; ingressou no Rio Negro, time de Rodolfo Rosa (irmão de João Rosa Filho, também filho de João Rosa); jogavam: Esmagado (Osmario de Ribamar Raposo); Cabeça (João Carlos Soares de Sousa, irmão de Luizinho); Pula-Pula, dentre outros. O Rio Negro – como tantas outras equipes de então, teve vida curta, como também o Vitex, fundado pelo Dr. Vazquez (hoje, dono do Colégio Girassol). Ao sair do Rio Negro, Luizinho vai para o Saturno, de grego Samuel Gobel. 1960 - passa a jogar pela equipe do 24º BC, pois se alistara para servir ao Exército. O treinador era o major Medeiros. 1962 - transfere-se para o “Cometas”, juntamente com Diabo Loiro (Jesus Itapary), Poé, Nonato Cassas, Biné; o técnico era Durval Tavares (Pará) e o Prof. Braga era o preparador físico.  1964 a 1966 - campeão estadual com o Drible, seu principal rival não ganhando uma partida sequer contra o Cometas ... formavam pelo Drible: Amado, Chedão, Baiano, Guilherme, e Mota. 1964 - Ao ingressar no Banco da Lavoura – por concurso – passa a disputar o Campeonato Bancário de Futebol de Salão, tendo sido campeão e viajado com a Seleção Maranhense de Bancários, para São Paulo, e com a Seleção Maranhense para três  campeonatos brasileiros: dois em Fortaleza (CE) e um em Recife (PE). 1968 - ingressa no curso de Economia, passa a trabalhar no Banco do Brasil (concursado) e, depois, no BASA (concursado), por onde se aposentou. Luizinho jogou até 1974, e chegou a enfrentar os craques da nova geração, como Djalma Campos, Fifi (Fernando Lima do Nascimento), João Bala e outros. Nesse ano, começou a decadência técnica da modalidade em São Luís...

JOSÉ FAUSTINO DOS SANTOS ALVES – J. ALVES

1944 - Nascido em Águas Belas, povoado de Guimarães, hoje, Cedral, em 15 do fevereiro, filho de Firmino Santiago Alves e Raimunda Roclinda dos Santos Alves. Década de 1960 – inicia sua carreira na Rádio Timbira, redação comercial; 1962 -entramos na Rádio Difusora, e aí sim começamos a desempenhar a função de repórter; no jornalismo esportivo começou na mesma época, pois porque aí, rádio normalmente você, o jornalista faz de tudo, e principalmente quando ele fala, porque há uma diferença do repórter do jornal para repórter de televisão, e o de rádio, que o jornal, um só escreve, e o rádio, ele não só redige, como fala também, então o programa do repórter de rádio era mais, ele faz de tudo, ele faz casamento, ele faz enterro, faz esporte, política, Educação, Economia, tudo, então em 62 nós começamos com o jornalismo, propriamente dito e aí, entra tudo, agora a gente chegou, mais para o lado do esporte, e hoje a gente pode ser conhecido, mais exatamente nessa área.

Os esportes na década de 60 - nós tínhamos aqui inclusive, a Olimpíada  Estudantil... eu já tive conhecimento a partir de Carlos Vasconcelos e Mary Santos. Inclusive, com o Carlos Vasconcelos, dirigindo essa competição, nós tivemos a honra de ser vice-campeão olímpico, pelo Liceu, na modalidade de Futebol, disputando como sempre com a Escola Técnica Federal; hoje CEFET... a competição para sua época era, o que é a competição que hoje se realiza, que são os Jogos Escolares Maranhenses, ela tinha a mesma importância que o JEM’s tem agora, agora o número de participantes era muito menor, também não poderia deixar de ser, não poderia ser diferente, é hoje a coisa cresceu se modificou, principalmente quando o Cláudio Vaz assumiu, a Coordenadoria de Esporte de Prefeitura, foi que começou a mudar, porque ele tirou essa história de olimpíadas e colocou Jogos Esportivos da Juventude, realizou dois e a partir do segundo apareceu, um moço chamado professor Dimas, que já vivia no meio a muito tempo e graças a uma viagem que ele fez a Belo Horizonte se não me falha a memória, para assistir aos Jogos Brasileiros foi, viu, trouxe a informação possível dessa competição Nacional, que era promovida pelo Ministério da Educação e a partir da sua volta no ano seguinte, já foram realizados não os terceiros jogos esportivos da juventude, mas sim os primeiros Jogos Escolares Maranhenses, em cima da sigla da competição Nacional que é JEB’s, então eles só tiraram o B de Brasil e botaram M de Maranhão, nos Jogos Escolares Maranhenses, aliás Jogos Estudantis Maranhenses, que era Jogos Estudantis Brasileiros, depois Jogos Escolares Brasileiros (risos) passou para Jogos Esportivos da Juventude e hoje já tem um monte de confusão, cada ano eles mudam. Hoje tem Olimpíada, tem jogos da Juventude, tem mais não sei o que.

1971/72 - Festivais Esportivos da Juventude - foram dois realizados, a partir do terceiro ao invés de ser Festival, a partir daí começou a se chamar de Jogos Estudantis Maranhenses; Terceiro, o FEJ’S, e aí colocaram primeiro o JEM's. 1980 - entra para a faculdade, para fazer o curso de jornalismo; já era jornalista registrado, tinha a prática, e foi buscar a teoria na Universidade Federal do Maranhão. Primeiro programa esportivo transmitido pela TV - eu sai em 79 da Difusora, quer dizer em 80 eu já estava na TVE e a gente transmitiu direto do Costa Rodrigues , a não ser que ele  (Biguá) tenha feito antes e eu acredito que não, nós fizemos, não foi nem uma transmissão, não foi nem a competição toda, nós fizemos uma transmissão, inclusive que o distinto que dirigia a Difusora, na época ficou muito puto, porque a modalidade todinha era assistindo o jogo e ele gostava era muito de mim, para não dizer ao contrário, então ficou satisfeito da vida, que foi uma beleza, depois Biguá, fez umas transmissões e tal agora, honestamente eu não sei se foi, a primeira transmissão foi dele, eu sei que a Educativa fez e foi comigo, não sei se a dele foi primeira, eu acredito que não.

TVE - nós ficamos, na Rádio Difusora, na radiodifusão até 79/80, e em 80 ingressamos na TVE. A TVE já tinha o espaço dedicado ao esporte, tinha um programa semanal de esportes, quando eu entrei, eu entrei mas para o jornalismo propriamente dito, quer dizer num programa de política, apesar que no telejornal também entrava de tudo, esporte, notícia, não alterou nada, nós continuamos a fazer a mesma coisa, as transmissões esportivas, a gente conseguiu fazer, no momento dos jogos escolares maranhenses, e a gente teve a oportunidade de transmitir do Costa Rodrigues, isso ao vivo, mas fora isso a gente, fazia a cobertura normal de todos os acontecimentos esportivos.

Sobre profissionalismo - veja só, nesse caso é fácil você fazer, agora depende muito do profissional, eu quando resolvi o curso de arbitragem de Basquete resolvi passar o mês treinando Handebol, para aprender a regra, eu fiz isso simplesmente porque isso antes eu ouvia as transmissões, e principalmente de Basquetebol, porque o Handebol, a gente não tinha aqui, mas o Basquete já acontecia, e a gente ouvia as transmissões, mais antigas do Basquete, e quando você começa a conhecer e que vai ouvir, assistindo o jogo, você fica naquela de quase não se segurar no lugar, porque o juiz tá marcando uma coisa e narrador diz outra, simplesmente porque ele não sabe a regra, então a razão pela qual eu fui fazer o curso. No brasileiro de Basquete, em Curitiba, e lá normalmente esses Campeonatos Brasileiro eles fazem um curso de padronização de arbitragem, para que, do jeito, que o juiz, toma determinada decisão, os outros possam tomar no lance a mesma decisão, para não ter discrepância, então como eu fui acompanhado a delegação nossa, daí eu não tinha nada para fazer fora do jogo, eu também me inscrevi, fez o curso de padronização de arbitragem, no dia seguinte normalmente a gente discutia a arbitragem dos arbitros que tinham atuado e pude fazer critica a árbitros consagrados, inclusive, e isso eu vibrei comigo mesmo, foi exatamente o problema que eu levantei, que os outros árbitros não concordaram, e o próprio árbitro concordou depois, é sinal de que eu tinha aprendido alguma coisa, então depende muito do profissional, se você quer, eu acho que inclusive, todo e qualquer setor, se você é professor de Educação Física que você ainda não conhece, para conhecer e poder aplicar dentro do seu trabalho, no dia-a-dia, certo, então o mesmo caso é o nosso eu acho que se você quer fazer a coisa séria, você gosta daquilo que faz, então você procura se aproximar, nesse caso eu faço desde que o profissional queira fazer, contrário... tem um caso engraçado, na época da Difusora, eu e Fontenelle, lembro um programa de esporte, ao meio-dia, horário nobre aliás era doze e quinze, e tinha um senhor que tinha vindo do Pará, e era responsável pela direção artística da rádio, o programa dia de sábado, e ele era de segunda a sábado aos sábados, normalmente você tinha uma quebra de informações do esporte amador, dos bairros, então esse jogo de periferia, a macacada mandava a nota toda para lá e escalação dos times, tudo bonitinho, só que nessa escalação, tinha uns apelidos sem-vergonhas, que era uma graça, então nós fomos lendo no programa, e Fontenelle é uma besta para sorrir, começamos ali o programa, lá para as tantas ele começou a rir, lendo a escalação dos times, ele começou a rir, e eu me segurando, aqui para levar a coisa, só que teve uma hora, que não deu para segurar o miserável, riu tanto que ai, os dois riram... ai, o seu Fernando Costa que era Diretor, estava ouvindo o programa na sala dele; terminou o programa beleza, quando nós íamos descendo, a escada, ele estava exatamente no pé da escada, e disse: os dois na minha sala, ai disse: me diz uma coisa esse programa e de esporte ou de humorista ? ai Fontenelle, não chefe sabe o que é, e que tem apelidos. Apelido, uma ova, ai mandou um palavrão, lá. Vocês são profissionais, tal e tal; e por escrita, se você riu no próximo final de semana, nós também sorriremos, nunca mais, mas se ele não faz isso, a gente ia continuar sorrindo toda vez que lesse um apelido engraçado, então é esse o problema, não orientam é a garotada fazendo uma série de bobagens ai, então se ele quiser realmente fazer isso, ele tem que puxar por ele, vai ter em Seminário, que a Rádio ou a Televisão me mande ou não, mas eu vou ter um tempo eu vou lá, então vai depender muito dele, mas não há, dificuldade para cobrir esporte principalmente quando você gosta de esporte, eu acho que é um trabalho extraordinário para você fazer. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

EDIVALDO GARCIA - Jornalista

1946 – nascido em São Luís; antes de abraçar a carreira de jornalismo, destacou-se como atleta amador de futebol, atuando por várias equipes de bairro, começando pelo Red River do Apicum; jogava onde o convidavam; 1962 – aos 16 anos, começou a carreira de jornalista, na Rádio Ribamar, convidado por José Nunes e Jairo Rodrigues, para ser foca – ia atrás de notícias e entregava para o locutor transmiti-la. Em pouco tempo tornou-se profissional, no programa esportivo Marcha do Esporte, que ia ao ar de segunda a sábado, das 18:30 as 19:00 horas. Depois da Ribamar, passou pela Difusora e escreveu no jornal O Estado do Maranhão, Jornal de Hoje, O Povo do Maranhão,Diário do Povo, além de programa na TV Difusora e TV Ribamar (hoje, Cidade).1967 – estava jogando pelo Tupan da Madre Deus, sendo campeão amador da Pule B;

MARCOS ANTONIO DA SILVA GONÇALVES

1947 – nasceu em São Paulo, capital, em 10 de junho, filho de Carlos Gonçalves e Guiomar Martins da Silva Gonçalves; 1969 – ingressa no curso de Educação Física, na USP, estudando até o último, não concluindo; entrou depois de Laércio e antes de Lino e de Sidney, que foram seus calouros. Sempre pratiquei esporte, muito esporte, principalmente futebol e fui induzindo e recomendado pelo professor. O curso foi recomendado né, pelo professor Milton Balerine, estudou comigo em colégio interno de Lorena, interior de São Paulo e que fazia educação física, então ele nos aconselhou pelo gosto que eu tinha pelo esporte, pela administração do esporte já na época e ele nos recomendou fazer e acabamos entrando na educação física em 1969 mais ou menos. 1975 - já cansado de São Paulo e tendo trabalhado com Laércio do SESI de São Caetano e Santo André a mesma equipe que fazia os esportes do SESI, eu decidi sair de São Paulo, quando de uma, de um JEB's que a gente apitou em Brasília acho que handebol em Brasília e o Laércio estando por aqui em São Luís nos convidaram  para visitar, eu como já tinha intenção de sair de São Paulo não agüentava mais aquela cidade danada, acabei vindo visitar São Luís e em duas semanas como diz outro, fechei a conta e vim embora; como eu me encontrei com o Laércio, que já estava aqui no Maranhão em Brasília com a delegação do Maranhão. Ele nos fez esse convite para vir para conhecer São Luís; foi à época de julho eu vim inclusive na época eu vim com Júlio, Júlio do Gás Julinho, não sei se tu já fizeste algum detalhe sobre o Júlio também, foi a primeira vez que nós viemos para cá, viemos de ônibus de Brasília para São Luís e aqui vós ficamos duas semanas passeando e quando eu voltei para São Paulo, já voltei com alguma coisa acertado, na época com Carlos Alberto Pinheiro Barros; então, eu não me vi para apitar o JEM's, vim já para trabalhar no antigo Departamento de Educação Física (DEFER, de São Luís- Maranhão) juntamente com o diretor na época o Carlos Alberto Pinheiro de Barros; Cláudio Vaz tinha saído para entrada de  Carlos Alberto Pinheiro Barros e o governo de Nunes Freire e o Carlos Alberto encontrei a assessoria, vamos dizer assim de trazer elementos que foi tendo a incumbência, vamos dizer assim, de trazer elementos que pudessem reforçar toda a equipe de trabalho e o trabalho em si; quem estava aqui  efetivamente era o Laércio, era Viché, Biguá, Horácio, o Júlio veio, mas volta, não veio, não ficou junto comigo, ele veio para passear junto comigo, mas voltou porque ele ainda era estudante em São Paulo, voltou para  concluir o curso, também nunca concluiu, igual a Biné, seria bom detalhar isso ma minha biografia, porque já diz que eu não sou formado, mas eu concluo, conclui não, fui ate o ultimo ano da escola e por ter vindo praça, eu optei por não concluir porque o trabalho aqui é muito mais importante. Então eram somente elementos que estavam aqui, depois é que, através de Laércio, e de vir é que nós fomos trazendo todo esse pessoal, que foi Zartú, que foi Levy, que foi Júlio, que foi José Carlos Fontes, Sidney, toda a equipe se formou aqui, Demóstenes já estava. Demóstenes estava chegando na mesma época que eu. Domingos Fraga, já estava aqui também. Só que não no Departamento de Educação Física do Estado. Aquele período eu que foi vice-campeão brasileiro, que só perdia para São Paulo, porque São Paulo dificilmente se ganha, então o Maranhão, foi vice-campeão e ninguém, quando a gente comenta isso em outros lugares, ninguém acredita, acha que isso é um sonho e o basquete feminino surgiu, o voleibol cresceu demais, todos os esportes de uma forma geral, atletismo também, ofereceu vários atletas á nível nacional, então todos os esportes cresceram de uma forma conjunta, não foi um trabalho direcionado para uma modalidade, ou para dizermos assim, enfatizar algo que a gente gostava, foi realmente é multiplicado. Eu lembro que na época não se trabalhou muito o futsal , infelizmente agora não esta nesse mesmo nível que estava na época. Na verdade, a proposta que me fizeram para vim ao Maranhão, não tinha direcionamento nenhum. O que Laércio me propôs na oportunidade era que viesse para São Luís do MA, onde já conheciam meu perfil, já conheciam o meu trabalho da época que nós estivemos juntos no SESI, conforme eu já disse, SESI São Caetano e Santo André e lá ele era coordenador do SESI São Caetano e eu do Santo André, nós já nos conhecíamos e ele sabia que ele podia contar comigo em qualquer frente de trabalho. Então, é como eu administrativa essa parte esportiva em Santo André e ele acreditava que eu pudesse me assenhorear dessa função aqui em São Luís do Maranhão, ele me convidou, mas lembro bem que a gente deixou claro que a gente teria que fazer um pouco de tudo, como nós acabamos fazendo realmente e assim os outros também, assim os outros foram convidados por mim, Sidney, Zartú, Lino, eles não vieram direcionados, é para algum emprego, vamos dizer assim, para algum setor, eles vieram e aqui nós fomos procurando como encaixa-los em algum lugar, então apareceu como por exemplo, o Lino, apareceu alguma coisa no Maranhão, ele foi lá como preparador físico, recém-formado, como preparador físico do MAC, mas também trabalho em outros setores, na parte administrativa do JEM's, que a gente passava noites e noites, hoje a gente vê aí, todos os avanços que houve, no JEM's até o boletim é feito a nível de computador, Tc e tal. Na época a gente fazia era com mimeógrafo a álcool e dormindo debaixo da mesa, para poder o boletim ficar pronto no dia seguinte, então o Lino, nos ajudou em todos os sentidos, o Sidney também veio, a principio ficou conosco no Costa Rodrigues, com a escolinha de futebol e assim fomos todos, vindo sem um direcionamento efetivo. A gente veio para trabalhar, aonde, não sabia, onde tivesse lugar a gente ia se colocando e auxiliando e dinamizando de todas as formas, o esporte no Maranhão.

1976 -  Marcos, Sidney e Lino, foram a Imperatriz. O JEM's ainda não estavam voltados para o interior, havia um trabalho começado pela Universidade Federal do Paraná e foram colaborar na organização e arbitragem da 3a OCOI, que eram as Olimpíadas Colegiais, antes dos Jogos Escolares de Imperatriz. 1970 - Após um período em São Luís - cerca de cinco anos -, retornou para São Paulo, andou pela África, e atualmente, mora em São Luís, onde é vice-presidente e secretário da Federação de Desportos Escolares, recém-fundada. 2004 – Técnico vice-campeão brasileiro de Beach-Soccer. (Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

LECÍLIO ESTRELA - foi árbitro de futebol da FMF

SIDNEY FORGHIERI ZIMBRES

1949 - Nascido em Agência Paulista, interior de São Paulo, em 20 de abril, filho de Rubens Zimbres e Ivone Forghieri Zimbres. Professor da Universidade Federal do Maranhão desde a fundação do curso de Educação Física, além de  prestar consultoria a Fundação Municipal dos Desportos e Lazer do Município. 1974 - Graduação - USP, na Escola de Educação Física do Estado de São Paulo; Porque Educação Física - até era para nem ser Educação Física; eu sempre fui esportista, sempre joguei ... jogava muito, jogava basquete, voleibol, futebol... meu pai era esportista, trabalhava numa indústria mas era esportista; então havia uma tradição dentro da família em praticar esporte. Com 14 anos, eu participei dos primeiros Jogos Abertos do interior de São Paulo como jogador, jogava... eu joguei dos 14 anos aos 28 quase que profissionalmente; eu joguei em São Paulo, fui da Seleção de Volei da Escola de Educação Física, fui campeão da FUNC, então havia uma tradição no esporte; antes de fazer o vestibular, fiz o cursinho de três meses; a minha idéia era fazer Geologia, fiz o cursinho exclusivo para isso; na última hora, talvez por influência até de amigos ... o Lino... acabei me inscrevendo para Educação Física e não me arrependendo.

1975/1977 - Contato com o Maranhão - foi com o Marcos [Marco Antônio Gonçalves], que me trouxe, o Marcos não terminou o curso, veio embora... quem trouxe o Marcos foi o Laércio; o Marcos ficou trabalhando aqui, ele me escreveu perguntando se eu não tinha a intenção de vir para cá, ai eu falei, me leva para da um curso para eu ver como é que é. Em outubro vim aqui no JEM’s em 1975, eu vim para da um curso de voleibol;

Divisão de Estudos e Pesquisas em esporte – nós, professores de Educação Física, não tínhamos tradição em pesquisa, isso era uma coisa nova, porque eu não defendi minha tese de mestrado? Porque quando eu entrei no mestrado em 81/82 – as primeiras turmas do mestrado, a primeira turma entrou em 80, a turma do Laércio, parece que foi em 80/81, eu entrei em 82 -, então as primeiras turmas, nos cinco/seis anos, isso tem até um trabalho, numa revista do CBCE, quase 70; 80% de quem fez o mestrado ninguém defendeu tese, porque não havia tradição de pesquisa dentro da área de Educação Física; o mestrado era novo, professores de fora, de outros países, não havia orientação; nós tínhamos dificuldades para realizar, então não havia tradição em pesquisa, a pesquisa era feita, era muito ligada a questão biológica, menarca da criança, estudos de qualidade física; foi a época da criação dos laboratórios de Fisiologia, então era uma coisa assim, não havia essa tradição de pesquisa, então houve trabalhos de pesquisa na divisão, foram feitos trabalhos de pesquisa, eu fiz um trabalho, foi até publicado naquela revista, você até divulgou, houve um trabalho interessante que não foi levado ao final, porque eu acabei saindo da divisão, ficou para outra pessoa, que ficou na divisão, mas não tocou isso em frente, foi um trabalho, um levantamento dos dados antropométricos, feitos pelo Osmar Rio, da UNB, de Brasília, ele tinha um trabalho que fazia sobre a caracterização, tipo do atleta em relação ao esporte; se pegou a seleção, houve um trabalho enorme todo tabulado todo em cima do, foi feito pelo Osmar Rio, só que não foi levado ao fim, foi quando eu acabei saindo da divisão, ficou esse trabalho, ficaram esses dados na divisão, quem entrou depois na divisão eu acho até que foi até [Tânia ?]. fez a de menarca; Demóstenes, condicionamento físico...

FUMDEL - Fundação Municipal de Desportos e Lazer, Eu acho necessário que o Município tenha uma fundação para trabalhar o desporto e o lazer no município, ela foi criada, já está com quatro anos, cinco anos, acho que no governo do prefeito que foi reeleito, ela fez um trabalho, um pitoco de um trabalho, isso não é do conhecimento de comunidade, infelizmente; porque as pessoas da assessoria da FUMDEL que deveria está divulgando isso não fizeram. A coordenação de desportos e lazer da FUMDEL optou por fazer um trabalho em comunidades com os departamentos, então havia uma opção, ou trabalhava no esporte com as federações, quer dizer, reproduzia o que o estado faz ou se trabalhava um segmento, que é totalmente, arejado, um segmento do processo que está lá, dentro do bairro então a gente optou pelo segmento, que tá lá, que nunca foi trabalhado, são os bairros, então fizemos um levantamento, em que privilegiou, as comunidades os bairros de periferia. O que aparece é isso o futebol, na imprensa, saí uma notinha no jornal, a gente entrou em contato nos departamentos autônomos de futebol, por isso que fica essa imagem do Futebol, esses departamentos autônomos, nós fizemos um levantamento e encontramos cinqüenta e quatro departamentos autônomos, cada bairro, tem um departamento autônomo, desse departamento tem uma estrutura tem um campo de futebol, praticamente e futebol vive em função do futebol, pouquíssimos departamentos, raros são aqueles que trabalham com futebol, mas a nossa idéia é começar com futebol, porque existe o futebol lá com escolinhas, quer dizer dá apoio a estrutura, isso foi feito em vários departamentos como reforma do Campo os departamentos que não tinham campo a prefeitura fez um campo de futebol, arrumou um local, para tomar banho, um vestiário, deu material esportivo, foram feitos vários torneios, campeonatos com eles, ligado ao futebol, mas não é só futebol teve escolinhas de Voleibol, o departamento do São Francisco, teve escolinha de Futebol de Salão, de Voleibol, teve escolinha de Handebol, o problema é que os recursos da Fundação são pouquíssimos, não é uma fundação que o prefeito, olha assim como; a prefeitura já tem conseqüência, então ela não é uma fundação, que o prefeito injeta então ela com poucos recursos, é a gente fez um trabalho, além desse trabalho fizemos outros eventos, trabalhamos numa prova, numa atividade de Iatismo, a prefeitura em convênio com o Iate Clube, de bicicleta, teve evento de bicicleta. Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

LINO CASTELLANI FILHO

1951 - Nascido em São Paulo, em 07 de dezembro, filho de Lino Castellani e de Cecília Marrie Rocha Castellani. 1972/1974 - Graduação em Educação Física pela USP, Escola de Educação Física da USP, terminei em 74; com especialização em curso Técnico de Futebol, naquela época ainda 74, lá pela USP, FEFISA, 1975 - Fundação do Curso da UFMA - diria que o movimento de criação, a construção das instâncias, organizadoras, construtoras do material do processo necessário para a criação junto as instâncias Federais do curso, o envolvimento foi o Laércio, que era a pessoa mais antiga e com mais influência. O Sidney fazia parte desse grupo, eu fazia parte de outro grupo eu não saberia dizer quem se envolveu mais, quem se envolveu menos. Naquela época o que mais ficou na minha memória foi o sentimento de trabalho colegiado, trabalho coletivo, trabalho em equipe, resistência por parte de Dimas e de Cecília, nunca explicitada, não é porque aquele receio dos paulistas ocuparem o espaço dos maranhenses, muito comum, numa postura muito regionalista. E a gente apontando aquilo ali como seria bom para o desenvolvimento da Educação Física para o Maranhão, para a própria São Luis e para o interior, e que aquele medo não tinha sentido, mas eu diria que foi o esforço dessas pessoas aí, não saberia dimensionar ou quantificar, mais ou menos o esforço. O Salgado já estava na Universidade com a prática desportiva, antes da nossa chegada, mas ele foi um personagem muito controvertido e polêmico, ele não se envolveu nesse processo de criação desse curso, não saberia dizer exatamente quais os motivos, não senti ele atrapalhando, certamente ele não ajudou, eu não saberia dizer se ele atrapalhou. Eu não me lembro, não tenho notícias de presença dele impedindo, dificultando o trabalho. Mas, logo depois ele saiu do País e se afasta da Universidade, e ele criou, deixou uma imagem ruim para a Educação Física por algumas coisas que ele desenvolveu lá dentro que nós tivemos que devagarzinho, construindo outra imagem e tal. Isso que dificultou um pouco mais ainda a assimilação de outros paulistas, mas eu também não saberia dizer até que ponto isso influenciou muito eu sei que o trabalho foi feito, eu me tornei docente do curso só praticamente na época de eu sair da Universidade para o mestrado e tudo mais, 1976 - Contato com o Maranhão - Foi através do Sidney Zimbres, que tinha ido para o Maranhão antes de mim na época eu estava, eu estava trabalhando em Ribeirão Preto, no Botafogo de Ribeirão Preto, e eles estavam montando equipe de trabalho no Maranhão. Ele fez alusão ao Maranhão, e me convidou para conhecer o Maranhão, e foi por ele então que eu fui no primeiro momento, Lá montaram um esquema de visita todo ele sedutor, e eu fui totalmente seduzido pelo Maranhão. Foi no começo de 76. Eu cheguei no Maranhão, eles fizeram um, me colocaram algumas possibilidades de trabalho, nesse jogo de sedução, em janeiro de 76, eu voltei, desvinculei os compromissos que eu tinha em Ribeirão Preto e fui para lá, definitivo em Fevereiro, Março de 76, e os meus primeiros trabalhos no Maranhão foram no MAC, Maranhão Atlético Clube, como Preparador Físico, Eu dava aula no CEMA, Centro Educacional do Maranhão, em primeiro e segundo grau, e logo naquele mesmo ano eu me envolvi na construção de um projeto para Educação Física, na Educação Superior, na... hoje UEMA, naquela época FESM; tinha o setor de prática esportiva, pro conta da implementação daquele decreto, daquela lei 6251 de 75 que já apontava, para a regulamentação de 77 que veio, que veio depois, e falava da parte esportiva obrigatória, E eu o Zartú que trabalhamos em torno do projeto. O Zartú era o coordenador na época, e eu tive essa associação.

1976 - Com relação aos JEM’S eu não participei dos primeiros JEM’S, não, Jogos Escolares Maranhenses, eu não estava no Maranhão ainda acho que os primeiros JEM’S foram em 73, 74, 75, e eu cheguei em 76 lá. E aí quem estava diretamente envolvido no DEFER, era o Laércio que era assessor do Carlos, e nos jogos ele me convidava para participar da comissão organizadora dos jogos, então eu era contratado para essas questões esportivas que foi uma área que eu sempre me envolvi. Foi um trabalho que desenvolvi no Ribeirão Preto em organizações esportivas no Botafogo e de alguma forma me levou para o Maranhão então eu me envolvi no JEM’S. Praticamente de 76 até minha saída em 82 eu fiz parte da organização com tarefas organizativas; eu era chamado para uma determinada tarefa organizativa e aí já estavam o Marcos, o Laércio á frente disso nós fizemos um trio de trabalho que deu muito bem, muito bem porque eu sempre tive um sentido de organização muito forte, o Laércio foi desorganizado por natureza mas tinha uma pessoa que no grupo tinha idéias interessantes e nós, eu e o Marcos - tínhamos uma característica executiva muito forte então era um trio que funcionava muito bem, fiz muito isso e na organização do JUM’S os Jogos Universitários Maranhenses também de 78 e 79 o Marcos me ajudava o Laércio se envolvia então foi um trabalho de equipe principalmente nós três. O Sidney entrava mas ele cuidava do Voleibol nos jogos, tanto nos JEM’S,  quanto nos JUB’S. comissão técnica. 1977 - desenvolvi na Universidade um projeto de desporto universitário, me envolvi no refortalecimento da Federação Acadêmica, tinha o projeto de criação das atléticas, criei as atléticas para os centros, estudos básicos, saúde, ciências humanas, aquela coisa toda. Fui chefe de delegação universitária maranhense; 1978 - para Curitiba, em 79 para João Pessoa, em 80 para Florianópolis , e fui o coordenador geral dos XXX Jogos Universitários Maranhenses e foi minha última ação articulada nesse setor de desporto universitário.

1978 - Eu entrei na Universidade Federal do Maranhão em 78, não era administrativo não, era um cargo técnico

Futebol no SESC - Trabalhando na verdade não com o Futebol, eu administrava, gerenciava toda a parte esportiva, então existia uma demanda muito grande para quadra, uma única quadra e eu criei um mecanismo de ocupação daquela quadra no sentido de racionalizar o uso; utilizar o uso, mas fiquei pouco tempo porque aí eu tive alguns atritos com administração, por conta de falta de material, falta de trabalho e aí eu fui para Escola Técnica e me torno professor de segundo grau na Escola Técnica.

ETFM CURSO DE Educação Física - Aí dentro da Escola Técnica, desenvolvemos o projeto de criação do curso de Formação de Magistério em Educação Física em nível de segundo grau, eu fui o primeiro coordenador do curso. Elaborei o projeto junto com os colegas que estavam presentes naquela ocasião e outros que foram para lá depois, inclusive você também não é, aí fiquei na coordenação.

1979 - SEDEL - não tive participação política na criação da SEDEL, até porque o espaço  político o espaço de intervenção política nunca foi um dos partidos que sempre tiveram poder no Maranhão, em São Luis em particular, sempre fiz organicamente às vezes sim, às vezes não, parte de grupos de oposição, aquela política maranhense de Sarney, o sarneismo eu sempre fui oposição, sempre fiz parte do grupo que votava contra aquilo tudo, nem peguei exatamente o momento de organização do EPT, que eu saí de lá enquanto o EPT se organiza como partido político, vim vivenciar isso já em São Paulo, viver isso em São Paulo mas, acompanho a criação não sou chamado para compor a equipe, o que não foi surpresa para mim porque não havia muita sintonia de pensamento, mas acabo me envolvendo em uma coisa ou outra, por conta da presença do Laércio em algumas atividades por exemplo: eventos acadêmicos em 79, por exemplo nós fizemos o 1° Congresso Regional Norte – Nordeste, o CBCE, com o apoio da SEDEL, aí eu me envolvo na organização desses congressos. Foi em 79, 81 foi ano impar, ano do Congresso Brasileiro em Londrina, que eu e o Laércio viemos para o congresso também, já naquela época envolvidos nisso. E em 79 eu me lembro que foi taxado como evento de comunistas, a SEDEL o secretário era o Jesus, não queria sequer assinar os certificados porque o MEC estava dizendo que aquilo era comunismo, o Laércio teve que fazer o meio de campo que era um papel que ele fazia muito bem

No Tupã - era uma perspectiva de um clube universitário, os dirigentes tinham toda uma formação universitária, tinham uma visão de profissionalização, no trabalho de não tratar o futebol, pelo o coração ou pelo fígado, mas dá um sentido de um trabalho de gestão, mas profissional, mas no sentido que hoje é prestado a profissionalização, éramos todos militantes, usávamos nossos tempos disponíveis para fazer isso. O tupã, durante uma época foi referência de uma organização esportiva do Maranhão, um clube pequeno que do nada constrói uma sede lá no São Francisco.Li – Isso, não é promovendo festas, bailes de carnavais, que repercutiram e o futebol começa a ganhar espaço. Clube pequeno que começa a ocupar espaço entre os principais times de Futebol, SAMPAIO, o MAC e o MOTO, nós passamos a ser a quarta força. E era uma força, chegou no ano seguinte que ele foi fundado, chegou a ser Campeão Maranhense, por várias vezes então foi uma força muito grande na época de formação do Futebol Maranhense. Na profissionalização do Futebol no Maranhão, nos anos 80, final dos anos 70, anos 80 o que mais chamava atenção no TUPÃ era a relação que ele tinha com a comunidade Madre de Deus, onde ele funcionava a sede, onde tinha aí então tinha um vínculo muito forte com a comunidade, o envolvimento da comunidade para que o clube existisse e funcionasse era uma coisa bonita e eu me envolvi nisso também.

- FUMESP - Fundação Municipal de Esporte; eu fui assessor do Cláudio Vaz, com o Marcão, e aí sim nossas ações de construção política, o Cláudio Vaz estava muito preocupado com isso dava liberdade para a gente, demarcavam muito nosso campo de intervenção para a sua SEDEL mostrando uma outra visão do esporte, de lazer por aí a fora, e nós tínhamos uma capacidade de trabalho com menor grupo às vezes demonstrando mais capacidade de trabalho do que com a SEDEL e evidentemente aí tinha sempre um campo de disputa.

1981 - APEFELMA - nós desenvolvemos a criação, na ocasião à Associação dos Profissionais em Educação Física e Lazer do Maranhão, criamos estatuto, regimento aquela coisa toda. Ela surge de a gente tentar dar uma organização ao setor que começava a se organizar e a trazer para dentro toda aquela discussão do exercício profissional, da formação profissional acadêmica, da intervenção no campo, a questão do mercado de trabalho, começa a pintar a disputa do profissional e do leigo. O curso da Escola Técnica tendo uma outra formatação de atender o interior, através de convênios com as prefeituras do interior, de mandar alunos para o curso, o da UFMA, voltado mais para atender a Capital e mesmo assim não houve demanda, a PEFELMA surge nesse contexto, no contexto de reorganização política na Sociedade Brasileira e de reorganização de setores na sociedade, dentre eles os profissionais, mas na verdade era; eu não me envolvi na vida dela, porque tem sido conveniente que eu me afaste do Maranhão para os meus estudos e a minha volta se dá, por um semestre em 86, onde então eu consigo o desligamento da Universidade para sentar e assumir. 1983 - eu me afastei para o mestrado, eu legitimei minha presença na Universidade a ponto do Reitor colocar obstáculos na minha saída para o mestrado na condição de Técnico não era docente, e eu saí com todo respaldo do Cabral na época, pelo trabalho desenvolvido nesse setor, os jogos foram um sucesso, conseguimos recursos federais para fazer o restaurante que até hoje está lá, Universitário. Recurso para construir o complexo do Castelão, também veio por conta dos jogos universitários. Lá, o Ginásio, a pista, a piscina, isso em 82, e foi uma experiência esportiva muito valiosa naquela época. 1983 a 1988 - Mestrado PUC de São Paulo, no programa de Filosofia; História de Educação, de 83 à 88, 1988 - curso de especialização, Políticas, Desenvolvimento Social e Relação Internacional em Cuba.  Doutorado na UNICAMP, na faculdade de Educação na área de Concentração em Administração Educacional, Política Educacional. doutor em educação física, hoje é professor da FEF/UNICAMP; sua tese de mestrado, em Educação - PUC-SP - sobre a história da educação física, tornou-se um marco de referência para os estudos da educação física no Brasil. Lino era técnico em assuntos educacionais na UFMA, ligado ao Departamento de Assuntos Culturais, e dava aulas no curso de Educação Física. Quando saiu para o Mestrado, após a volta, foi impedido de dar aulas, o que ocasionou sua saída da UFMA, sendo contratado pela Unicamp. (Fonte: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a Educação Física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís : (s.e.), 2003. (Inédito) – (in ENTREVISTAS).

LISTER CARVALHO BRANCO LEÃO,

Professor de Educação Física do CEMA/TVE, do Município e da FUMDEL, onde coordena o setor de esportes; atuou por muitos anos no handebol, e ultimamente, vem atuando com o Futebol de Bairros, organizando os campeonatos da fundação do Município; foi coordenador de desportos da SEDEL

Guilherme Araújo [8]

No começo da década de cinqüenta, o futebol cearense viveu uma das suas melhores fases. Os chamados grandes, Ceará, Ferroviário, Fortaleza e Maguary disputavam os títulos estaduais palmo a palmo. Ainda não se falava em interiorização, principal motor do atual futebol alencarino. O Maguary, o mais aristocrata dos quatro grandes, começou a optar em se tornar um clube apenas social. Poucos títulos conquistados, não demorou muito e o então alvinegro fechou as portas.

A passagem final pelo funil ficou mais apertada e os títulos passaram a ser disputados, na sua grande maioria, por Ceará e Fortaleza. O Ferroviário de Waldemar Caracas, apesar do forte apoio da RVC (Rede Viação Cearense), um ramal da Rede Ferroviária Federal, conquistava apenas um ou no máximo dois entre dez títulos disputados. E, no início da década de cinqüenta, o Fortaleza tomou para si a hegemonia, face ao predomínio da família Gomes, comandada pelo então coronel Mozart Gomes, pai dos geniais Moésio e Mozart.

O Ceará estava “perdendo” quase que uma geração inteira de ótimos jogadores, como Jombrega, Mitotonio, Hermenegildo, Dengoso, além de Antonino, ponta-esquerda de potentíssimo chute e um dos principais artilheiros do time, ao lado do baiano Pipiu. O excesso de contusões graves e a idade avançada de Antonino (35 anos) fizeram com que o Ceará de Elias Bachá procurasse reforços que pudessem formar um time capaz de fazer frente ao Fortaleza.

O futebol maranhense sempre colocou ótimos jogadores no futebol cearense. Como fizera com Ananias, Canhoteiro, Carneiro, Cosmo, Dico e tantos outros, o Ceará procurou guarida no futebol maranhense e, daqui levou o então centroavante Guilherme.

Guilherme Araújo, maranhense, filho de alfaiate residente em São Luís, acabara de sagrar-se campeão estadual em 1951 defendendo as cores do Maranhão Atlético Clube, onde chegara em 1949 e atuara em 1950 para ser um dos principais artífices do título atleticano.

Concluído o campeonato maranhense, Guilherme foi cedido ao Ceará Sporting Club, onde jogou por mais de uma dezena de anos, sagrando-se diversas vezes campeão estadual.

Apesar de maranhense, Guilherme defendeu em muitas oportunidades a seleção cearense no campeonato brasileiro de seleções estaduais, comandado por Tim, Jorge Vieira, Ivonísio Mosca de Carvalho, Dengoso, Janos Tatray e até por Vicente Trajano.

Guilherme formou em vários ataques do Ceará, com Honorato, Bebeto, Lascinho, Bira e Guilherme. Antes, com Honorato, Bebeto, Ivan Carioca, Ananias e Guilherme. Mas foi em 1958, que Guilherme atingiu o auge da carreira e viveu um fato marcante na vida de qualquer profissional.

Naquele ano em que o Ceará sagrou-se campeão estadual, Guilherme era apenas um maranhense entre os quatro campeões: seu irmão Benício, zagueiro; Carneiro (natural de São José de Ribamar e maior lateral-esquerdo do Norte e Nordeste em todos os tempos) e Ananias, meia contratado ao Usina Ceará.

O time alvinegro era formado por Ivan Roriz (depois proprietário da fábrica de Doces Real); William (militar do Exército); Alexandre, Benício (muito conhecido entre os maranhenses pelo apelido de Sururu) e Carneiro; Cláudio (paraibano de excelente futebol) e Ananias; Nenê, Bira, Zezinho Ibiapina e Guilherme.

Guilherme formaria também no ataque da seleção cearense que derrotou (e eliminou) a seleção maranhense que tinha um ataque fabuloso, formado por Garrinchinha, Hamilton, Croinha e Alencar, jogando ao lado de jogadores geniais como Moésio Gomes, Aldo e Ananias, além do goleador Pacoty. O ataque cearense era formado por Moésio, Pacoty, Ananias e Guilherme. Os dois homens do meio-de-campo eram Veras (ou Claudinho, ou ainda Haroldo Castello Branco) e Aldo.


Dez anos atuando como jogador profissional, Guilherme começou a construir a vida pessoal para vivê-la após o futebol. Começou a trabalhar no Jornal O Povo da família Sarazate capitaneada pelo ex-Governador e Senador Paulo Sarazate e pela advogada Albanisa Sarazate.

Além de jogar futebol, Guilherme passou a trabalhar como Corretor de Anúncios, criando com José Raimundo Costa (ex-Presidente do Fortaleza) o maior caderno de classificados do Norte-Nordeste para o Jornal O Povo.

Por conta da necessidade de visitar os clientes sempre com boa apresentação no vestir, Guilherme aprendera com o pai, Alfaiate de ofício e com o ex-jogador e ex-alfaiate Eudes Calazans, a forma impecável do traje. Por doze anos consecutivos, o maranhense Guilherme foi considerado “o homem mais elegante de Fortaleza”.

Antes de parar como jogador profissional, Guilherme ainda defendeu as cores do Ferroviário, de Fortaleza. Mas, ali, não conseguiu conquistar mais títulos.

 

Comentários Antônio Augusto Ribeiro Brandão

O Ananias jogou em Caxias pelo São Benedito e foi campeão pela seleção de lá, em 1947, no Torneio Intermunicipal daquele ano; depois jogou pelo Moto por muitos anos. Guilherme vi jogar muitas vezes pelo MAC, entre 1950/52; e o Pacoty andou jogando pelo Vasco, no Rio.

José De Oliveira Ramos Oliveira Ramos

Pois é Antônio Brandão. Esse ataque aí, da esquerda para a direita: Aldo, meia-armador do Ferroviário, que armava mesmo e jogava sempre para a frente em vez desses muquiranas de hoje que só tocam de lado e para trás; Pacoty, atacante goleador, também do Ferroviário. Formou dupla de ataque com Zé de Melo (ou com Macaco). Foi negociado ao Sport de Recife e, de lá para o Porto; Moésio, uma das raras inteligências do futebol brasileiro como jogador. Irmão do atacante Mozart e precursor das “escolinhas de futebol” no Brasil. Foi responsável pelo surgimento de Facó, Luciano Oliveira, Pedro Basílio, Louro, Cícero, Mano, Izoni, Hamilton Rocha, Neto, Zé Augusto, Benedito e tantos outros; Guilherme, maranhense irmão de Benício e Zé Augusto. Respondia pela parte da publicidade do jornal O Povo. Por mais de 10 anos seguidos foi eleito o “Homem mais elegante” de Fortaleza;

Ananias recebe homenagens dos maranhenses, mas era piauiense de Parnaíba. Jogou muita bola no Usina Ceará, no Galícia de Salvador, no Fortaleza, no Ceará. Esse era o ataque do Campeonato Brasileiro de Seleções.

Categoria A VISTA DO MEU PONTO • Atlas do Esporte no Maranhão • Futebol • Recordar é Viver

Bibliografia:                                                                          

ABRANCHES, Dunshe de A SETEMBRADA - A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1831 EM  MARANHÃO -  romance histórico. Rio de Janeiro : Jornal do Brasil, 1970.

ABRANCHES, Dunshee de. O CAPTIVEIRO (MEMÓRIAS). Rio de Janeiro : (s.e.), 1941, (Edição fac-similar).

ABRANCHES, Dunshee de. A ESFINGE DO GRAJAÚ (MEMÓRIAS). São Luís : ALUMAR, 1993.

AZEVEDO, Aluísio. O MULATO. Rio de Janeiro : Tecnoprint, (s.d.).

CÂMARA CASCUDO, Luís da. DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. 3a. ed. atual. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1972.

GRIFI, Giampiero. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO ESPORTE. Porto Alegre : D.C. Luzzatto,  1989.

HASSE, Manuela. A disciplina do corpo. LUDENS, Lisboa, vol. 10, n. 1, dez./out., 1985, p. 18-38.

Inauguração do Foot Ball. O MARANHÃO, São Luís, Segunda-feira, 28 de outubro de 1907, , Edição de no. 154

LYRA FILHO, João. INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DOS DESPORTOS. 3ª ed. Rio de Janeiro : Bloch, 1974.

LOPES, Antônio. DOIS ESTUDOS MARANHENSES. São Luís : Fundação Cultural do Maranhão, 1975.     

MARTINS, Dejard. ESPORTE - UM MERGULHO NO TEMPO. São Luís :   SIOGE, 1989.

MÉRIAN, Jean Yves. ALUÍSIO AZEVEDO VIDA E OBRA (1857-1913) - O VERDADEIRO BRASIL DO SÉCULO XIX. Rio de Janeiro : Espaço e Tempo : Banco Sudameris Brasil; Brasília : INL, 1988.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Primeiras manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão Colonial. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, XVIII, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. ANAIS ...  São Caetano do Sul :  CELAFISCS : UNIFEC, 1992, p 27.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Primeiras manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão Colonial. in CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, VIII, Belém-Pa, setembro de 1993. ANAIS ... . Belém : UFPA, 1993, p 137.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Atividades de lazer no Maranhão - século XVII. ENCONTRO NACIONAL DE RECREAÇÃO E LAZER, VII, 1995a, Olinda-Pe, ANAIS ...

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, Primeiras manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão Colonial. COLETÂNEA INDESP -  DESPORTO COM IDENTIDADE CULTURAL, Brasília, 1996a, p. 95-105.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do "foot ball" em Maranhão. LECTURAS: EDUCACION FISICA y DEPORTES, Buenos Aires, ano 5, n. 24, agosto de 2000, disponível em < www.efdeportes.com >

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & VAZ, Delzuite Dantas Brito. Pernas para o ar que ninguém é de ferro: as recreações na São Luís do século XIX. Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, XX, São Luís, Prefeitura Municipal de São Luís, 1995a. (Ensaio classificado em 2o. lugar no”- Prêmio “Antônio Lopes” de pesquisa histórica).

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & VAZ, Delzuite Dantas Brito. Pernas para o ar que ninguém é de ferro: as recreações na São Luís do século XIX. In ENCONTRO NACIONAL DA HISTÓRIA DO ESPORTE, LAZER E EDUCAÇÃO FÍSICA, III, 1995, Curitiba-Pr. COLETÂNEA ... Curitiba : DEF/UFPR; Campinas : Grupo de História do Esporte, Lazer e Educação Física/FEF/UNICAMP, 1995b, p. 458-474.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & VAZ, Delzuite Dantas Brito. Pernas para o ar que ninguém é de ferro: as recreações na São Luís do século XIX. Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, X, Goiânia – Go, outubro de 1997. ANAIS...,.Goiânia : CBCE : UFGO, 1997, p. 1005-1017

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. Aluísio Azevedo e a educação (física) feminina. In CONGRESSO BRASILEIRO  DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE, LAZER E DANÇA, VII, 2000, Gramado/RS. COLETÂNEA ... Porto Alegre : UFRGS, 2000, p. 250-255.

 VAZ Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. O "sporteman" Aluísio Azevedo. O IMPARCIAL, São Luís, 16 de julho de 2000, p.5. Caderno Impar.

VAZ Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. O "sporteman" Aluísio Azevedo. LECTURAS: EDUCACION FISICA y DEPORTES, Buenos Aires, ano 5, n. 25, setembro de 2000, disponível em < www.efdeportes.com >

 

Jornais

"O IMPARCIAL", São Luís, edição de 29 de outubro de 1907, p. 5

"O MARANHÃO":

Fabril Athletic Club. Edição de no. 151, São Luís, 24 de outubro de 1907.

Fabril Athletic Club. Edição de no. 177, São Luís, 25 de novembro de 1907.

Aprendizes Marinheiros. Edição de no. 202, São Luís, quinta-feira, 26 de dezembro de 1907

Carnaval. Edição de no. 251, São Luís, Segunda-feira, 24 de fevereiro de 1908, p. 2

Fabril Athletic Club. Edição de no. 281, São Luís, 31 de março de 1908

Fabril Atlhetic Club. Edição de no. 326, São Luís, 23 de maio de 1908

Fabril Club. Edição de no. 339, São Luís, Segunda-feira, 08 de junho de 1908

Maranhense Foot-Ball Club. Edições de no. 399, São Luís, 21 de agosto de 1908, p. 2;  no. 400, 22 de agosto de 1908, p. 2

Programma da Matineé Sportiva a realizar-se em 27 do corrente mez no F. A. Club. Edição de no. 426, São Luís, sábado, 26 de setembro de 1908

Fabril Atlhetic Club. Edição de no. 430 (?), São Luís, Segunda-feira, 28 de setembro de 1908

F. A. Club. Edição de no. 471, São Luís, Segunda-feira, 16 de novembro de 1908

Fabril Athletic Club. Edição de no. 531, São Luís, 30 de janeiro de 1909

 

[1] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL; IHGM, 2014. Disponível em www.cev.org.br/biblioteca/atlasesportemaranhão

[2] DA COSTA, Lamartine Pereira. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de janeiro: CONFEF, 2005. Disponível em www.atlasesportebrasil.org.br

[3] O Esporte, São Luís, 28 de novembro de 1947, p. 2

[4] O Esporte, São Luís, 10 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.

[5] O Esporte, São Luís, 31 de agosto de 1947

[6] O Esporte, São Luís, 17 de agosto de 1947, p. 2

[7] O Esporte, São Luís, 24 de agosto de 1947, p. 2

[8] Por José de Oliveira Ramos, Do Blog do Leopoldo Vaz • domingo, 03 de abril de 2016 às 11:00, disponível em http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/ronald-almeida-silva-por-jose-de-oliveira-ramos