Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar como as masculinidades são expressas no balé clássico, problematizando a constituição do que se entende por “homem” e as expectativas sociais sobre corpos ditos masculinos que demonstram uma performatividade cis-heteronormativa. Procuramos refletir, a partir da abordagem pós-estruturalista e dos Estudos Culturais, as construções das masculinidades e das feminilidades presentes na vida de homens bailarinos clássicos profissionais da região metropolitana do ES/BR. Por meio da história de vida, entrevistamos quatro bailarinos profissionais, a fim de compreendermos e problematizarmos suas percepções sobre a expectativa social acerca dos corpos “masculinos” que circundam uma performance cis-heteronormativa. As reflexões explicitam que a associação do balé clássico enquanto uma prática feminina e/ou homossexual persiste e evidenciam os processos de naturalização e normalização de uma performance cisgênero e heterossexual aos bailarinos homens, independente de suas identidades de gênero e sexualidades.

Acessar